sábado, 23 de agosto de 2014

Could we eradicate BVD?


The bovine viral diarrhea (BVD) virus, and related viruses in the “pestivirus” classification, cause considerable economic damage through reproductive losses in cow herds and as a contributor to bovine respiratory disease (BRD) in feedyards.

Transmission of the virus, and its introduction into herds, typically is associated with the presence of persistently infected (PI) calves, which are relatively uncommon, preventable and can be identified through diagnostic testing. So could the U.S. beef industry eradicate the disease? A pair of upcoming conference will explore that possibility, along with current science of BVD diagnostics, prevention and control.
On October 13 in Kansas City, the Kansas State Diagnostic Laboratory, Life Technologies and Merck Animal Health will sponsor a conference titled “Bovine Viral Diarrhea Virus Eradication: Reality or Myth?” That conference precedes the 2014 BVDV/ESVV Pestivirus Symposium, titled “Pestiviruses: Old Enemies, New Challenges,” scheduled for October 14 and 15.
While the two conferences will take place consecutively in the same hotel, each has its own registration.
The BVDV eradication conference will feature the following presentations.
  • BVDV Epidemiology and Economic Impact: The science and economics of why we can and need to eradicate BVDV. Dr. John VanLeeuwen, University of Prince Edward Island, Canada
  • BVDV Eradication: Vaccination and Diagnostics, Where do producers start? Dr. Tom Shelton, Merck Animal Health
  • BVDV Diagnostic Options for Practitioners and Producers: How KSVDL offers guidance for using PCR to prevent and control BVDV on US beef operations. Dr. Gregg Hanzlicek, Kansas State Veterinary Diagnostic Laboratory
  • BVDV Regional Eradication Success: Michigan’s Upper Peninsula. Dr. Dan Grooms, Michigan State University
  • Keeping BVDV Out: Proactive detection of HoBi-Like virus with Real-time PCR. Dr. Johnny Callahan, Life Technologies / Simone Silveira – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil (UFRGS)
  • Beef and dairy operation BVDV bio-security vulnerability points. Dr. Dan Thomson, Kansas State University
Online registration is available for Bovine Viral Diarrhea Virus Eradication: Reality or Myth?
Beginning the next day, the joint 2014 BVDV/ESVV Pestivirus Symposium is a collaboration between a consortium of U.S. researchers organized five BVD symposia held at three-year intervals, and the European Society of Veterinary Virology, which has held a series of eight symposia focusing on characterization and control of pestivirus infections including BVDV. This is the first time that the two groups have joined together to organize a joint symposium.
This joint meeting, to be held will feature talks by researchers from North America, South America, Australia and Europe. It will be divided into three sessions focusing on the latest research in the following areas:
  • Pestiviruses and the Immune System
  • Genetic Variability and Evolution of the Known Pestiviruses
  • "Old" Pestiviruses in New Hosts and the Emergence of New Pestiviruses
The full agenda and registration information are available on the U.S. Animal Health Association website
http://www.bovinevetonline.com/newsletter/bovinevet-wir/Could-we-eradicate-BVD-271907961.html

Tripanossoma vivax: Doença ataca gado e causa a morte de 500 cabeças em Minas


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Pecuaristas da região Central do Estado contabilizam os prejuízos causados pelo surto de Tripanossomose bovina, que nas últimas duas semanas já matou cerca de 500 animais e reduziu a produção leiteira em cerca de 60%, de acordo com estimativa do IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária).

A doença, provocada pelo protozoário Tripanossoma vivaz, causa anemia no gado, que deixa de se alimentar após a infecção e morre em até cinco dias.

Os primeiros registros da doença no Brasil ocorreram no Pará, em 1972. Nas décadas seguintes, novos casos surgiram no Amapá, Mato Grosso e, em 2008, houve o primeiro registro em Minas Gerais.

Para Kênia Silva Guimarães, coordenadora regional do IMA, as razões para o aumento de casos da doença têm ligação com procedimentos realizados pelos próprios produtores. “Além do mosquito que transmite a doença, o uso compartilhado de agulhas em vários animais é muito comum, principalmente nas regiões leiteiras. Por isso, é importante observar as orientações da vigilância sanitária dentro das propriedades”, alerta.

Além da preocupação com uma possível expansão do surto para outras regiões, produtores alegam que o enfrentamento à doença se torna mais difícil porque o medicamento eficaz no combate ao protozoário não pode ser comercializado no país.

A droga feita à base de cloreto de isometamidium é fabricada por um laboratório francês e comprada na Venezuela. Porém, por não ser reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento, não está disponível no mercado brasileiro.

O remédio disponível atualmente, à base de diminazeno, não tem sido eficaz, de acordo com pecuaristas. “A situação acaba fazendo com que produtores tomem atitudes extremas e procurem o mercado negro para adquirir o medicamento que traz resultados”, afirma Kênia Guimarães.

Para conseguirem autorização para importar o medicamento considerado ideal no combate à doença, os produtores precisam solicitar ao Ministério da Agricultura, em Brasília.

De acordo com Theomar Silva, chefe de Fiscalização de Insumos Pecuários do Ministério da Agricultura em Belo Horizonte, a importação de grandes quantidades do medicamento está limitada a ocasiões específicas, como pesquisas científicas e programas especiais de defesa animal.

“A importação é autorizada em pequenas quantidades para pessoas físicas. No caso dos produtores mineiros, que querem comprar grandes quantidades por meio de cooperativas, é necessário formalizar o pedido junto ao Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários, na Coordenação de Produtos Veterinários, em Brasília”, explica Theomar. “Além disso, não houve, até o momento, pedido de nenhuma empresa para registrar o produto no Brasil”, ressalta.

A notícia é do Hoje em Dia.
http://www.revistaplantar.com.br/doenca-ataca-gado-e-causa-a-morte-de-500-cabecas-em-minas/?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Fator humano influencia ocorrência de mastite


Pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiros (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba, mostrou que as fazendas com alta prevalência de gado de leite com mastite não se diferem das propriedades com baixa prevalência. "Porém, quando observamos o fator humano, identificamos que os produtores de rebanhos com baixa Contagens de Células Somáticas (CCS) [menos que 200 mil células por ml de leite], apresentam uma atitude mais favorável para o controle da doença do que os produtores de rebanhos com altas contagens", explica o pesquisador Juan Camilo Esguerra.
Créditos: Wikimedia Commons
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"Isso evidencia o melhor comportamento frente à doença que estes produtores adotam. Um exemplo de ação positiva seria o descarte de animais doentes com maior frequência, diferente do que foi identificado nos rebanhos de alta prevalência", completa.

Causada por bactérias encontradas no ambiente onde vivem gado de leite, a mastite (ou mamite), é uma infecção que atinge a glândula mamária do animal. Dados da Embrapa Gado de Leite apontam que, no rebanho brasileiro, a prevalência da doença seja de 20% a 38%, o que representaria uma perda de 12% a 15% da produção. A contaminação pode ocorrer tanto por falta de boas práticas no ambiente, quanto por meio do contato com leite contaminado de outros animais no momento da ordenha.

Esguerra é autor da dissertação de mestrado A influência do homem na mastite de gado leiteiro realizada no Programa de Pós-graduação em Ciência Animal e Pastagens da Esalq, sob orientação do professorPaulo Fernando Machado. O pesquisador avaliou, por meio de questionários, 68 rebanhos comerciais do sudeste brasileiro, concentrados nos estados de São Paulo e Minas Gerais.

Os rebanhos foram divididos em dois grupos. O primeiro com 34 rebanhos, incluía apenas propriedades onde era possível identificar no gado leiteiro baixas Contagens de Células Somáticas (CCS) -- menos que 200 mil células por ml de leite; no segundo, com os 34 rebanhos restantes, o gado produzia leite com alto índice de CCS -- mais do que 700 mil células por ml de leite, o que diagnostica a mastite. "Foram avaliadas as características gerais dos rebanhos, como número de animais em lactação, produção diária do rebanho, raça, entre outros fatores. Porém, o foco da pesquisa foi o ser humano inserido nestes ambientes. Neste caso, avaliamos o pecuarista e o empregado, mais especificamente, o ordenhador", explica.

Foi aplicado um questionário com 180 questões. "Com ele, pudemos avaliar o dono da propriedade e o empregado abordando assuntos como: atitude, autoconfiança, nível de pressão social, habilidades e conhecimentos técnicos, dificuldades gerenciais e o comportamento do produtor frente à mastite. Da mesma forma, foi avaliada a situação dos equipamentos disponíveis para o ordenhador, seu nível de competência, motivação, satisfação de suas necessidades e sua postura ante a mastite."

O homem como fator de maior influência

No caso do ordenhador, Esguerra aponta que os resultados foram semelhantes. Os empregados nas propriedades de baixa CCS também demonstraram ações que remetem à postura de seus empregadores, favoráveis ao controle da doença. "Estes ordenhadores aplicam corretamente o desinfetante pós-ordenha e com maior frequência do que os ordenhadores de rebanhos com alta CCS, entre outras ações".

Mas o pesquisador ressalta que este comportamento depende das ferramentas e equipamentos adequados e de uma atitude positiva do ordenhador frente ao trabalho. "Portanto, se o produtor apresenta a atitude correta, o funcionário da fazenda vai apresentar comportamentos favoráveis para o controle da mastite", afirma. "Se além de não descartar vacas doentes ele não faz a manutenção adequada do equipamento de ordenha, o risco da infecção na glândula mamária do animal aumentará."

Esguerra resume a conclusão do trabalho em relação à interferência do homem e as relações administrativas de uma fazenda pecuarista: "Se o meu chefe não se preocupa com a produção de leite, por que eu me preocuparia?", e aponta que "não importa quantas máquinas existam na fazenda, se o produtor ou o ordenhador não apresentam a atitude e comportamento corretos tanto em relação aos animais quanto aos equipamentos, as situações de risco da mastite estarão sempre presentes", comenta.

Prevenção

Segundo o professor Paulo Fernando Machado, não há como erradicar a doença, mas é possível controlá-la. "Para isso, dispomos de metodologia capaz de atingir este resultado. O Método de Análise e Solução de Problemas de Mastite (MASP Mastite), desenvolvido na Clínica do Leite da Esalq, é composto por procedimentos operacionais, ferramentas e capacitações de técnicos para identificar a doença, bem como suas principais causas nos confinamentos de gado leiteiro", afirma o professor.

Por outro lado, Esguerra indica que, posteriormente, possa ser desenvolvido um questionário que sirva como ferramenta para o diagnóstico da mastite nos rebanhos. "Porém, este primeiro material tinha o propósito de explorar a situação destas variáveis e constituir a base para futuros trabalhos que permitirão sua depuração", conclui.

FONTE

Lucas Jacinto - Jornalista

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Pesquisa detecta bactérias e fungos em 62,5% de passarinhos traficados

Microrganismos encontrados na cloaca de 158 passarinhos silvestres apreendidos do tráfico podem causar doenças em humanos e animais e disseminar resistência a antimicrobianos (foto: A. Saidenberg)

Por Jussara Mangini
Agência FAPESP – As campanhas educativas para desestimular a compra de animais silvestres comercializados ilegalmente ganharam um reforço em seus argumentos com um estudo concluído recentemente na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade de São Paulo (USP).
A pesquisa “Caracterização da microbiota intestinal bacteriana e fúngica em passeriformes silvestres confiscados do tráfico que serão submetidos a programas de relocação”, desenvolvida com Auxílio à Pesquisa da FAPESP, encontrou microrganismos com potencial patogênico – que podem apresentar risco à saúde humana e animal – em 62,5% de 253 amostras de material coletado na cloaca (órgão por onde as aves eliminam as fezes e a urina e põem os ovos) de 34 espécies de passarinhos silvestres resgatadas do tráfico de animais e encaminhadas ao Departamento de Parques e Áreas Verdes de São Paulo (Depave) para avaliação, reabilitação e relocação no ambiente.
Segundo dados da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), as aves são o principal alvo do comércio ilegal de animais. Os passeriformes silvestres (pássaros nativos com pequenas dimensões como sabiás, canários, curiós, entre outros) são os mais traficados, seguidos por papagaios, araras e demais gêneros.
Estima-se que 90% das aves capturadas para tráfico morram antes de chegar ao destino final. Quando resgatadas por órgãos fiscalizadores, muitas já se encontram com a saúde debilitada por causa de condições sanitárias inadequadas na captura, no transporte e na manutenção em cativeiro.
“A pesquisa de alguns microrganismos como Salmonella spp., Cryptococcus spp. e Candida spp. é prevista na lista de exames sanitários recomendados pela Instrução Normativa 179 do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis]”, disse Priscilla Anne Melville, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da FMVZ, responsável pelo estudo. “No entanto, quisemos fazer um estudo mais abrangente para descobrir quais outros patógenos podem ser carreados por esses animais.”
O trabalho contou com a participação dos pesquisadores da FMVZ/USP Nilson Roberti Benites, Paulo Eduardo Brandão, André Becker Simões Saidenberg, Patrícia Braconaro e Eveline Zuniga e das veterinárias do Depave Adriana Joppert da Silva, Thaís Sanches e Ticiana Zwarg.
De acordo com os pesquisadores, o material coletado na cloaca das aves é mais preciso como indicador da microbiota intestinal do que as fezes, já que, em condições normais, os microrganismos presentes ali são oriundos somente do trato intestinal. Já a análise das fezes pode levar a falsos resultados pela contaminação do material por bactérias presentes no ambiente.
Segundo Melville, exames de verificação de ocorrência e frequência de fungos e bactérias mostraram que em 158 (62,5%) das 253 amostras havia presença de microrganismos. Em 123 delas (77,84%) havia somente bactérias; em outras quatro somente fungos; e em 31 fungos e bactérias.
“Foram isolados ao menos 15 gêneros de bactérias, três gêneros de leveduras e quatro gêneros de fungos filamentosos. Alguns deles apresentam potencial zoonótico, ou seja, podem causar doenças em humanos e em animais e alguns desses apresentaram resistência a determinados antimicrobianos”, disse Melville à Agência FAPESP.
Microrganismos mais encontrados
Foram encontradas 13 espécies de Staphylococcus spp. em 38 amostras. O gênero Micrococcusspp. foi localizado em 29 amostras, enquanto Klebsiella spp. e Escherichia coli estavam em 27 amostras, cada.
Em testes de suscetibilidade a diferentes antibióticos e quimioterápicos, essas bactérias apresentaram multirresistência a determinados antimicrobianos. Foram encontradas ainda as bactérias Enterococcus spp. (em 11 amostras); Enterobacter spp. (10); Streptococcus spp. (8) eCitrobacter spp. (7).
“Cada microrganismo tem suas peculiaridades e causa doenças específicas. As bactériasEscherichia coli, por exemplo, podem estar associadas a distúrbios gastrointestinais. Espécies deStaphylococcus podem estar associadas a infecções cutâneas, sinusites, artrites e pneumonias. A transmissão se dá principalmente por meio do contato com as fezes do animal, com posterior ingestão acidental ou mesmo inalação de material contaminado”, afirmou a pesquisadora.
Alguns microrganismos encontrados no estudo ainda não haviam sido mencionados em trabalhos semelhantes. Entre eles, há a Rhodotorula spp. (levedura oportunista que pode causar doença em paciente imunossuprimido), Edwardsiella (bactéria associada a meningites e gastroenterites, entre outras) e Pasteurella multocida (agente associado à cólera aviária).
O estudo confirmou a presença de fungos filamentosos e leveduras encontrados em estudos anteriores, de outros autores, tais como Candida spp. (fungo associado a distúrbios gastrointestinais e respiratórios), Penicillium spp. (fungo associado a doenças como ceratites, endocardites, entre outras), Mucor spp. (fungo que pode acometer pacientes imunossuprimidos, causando infecções no trato respiratório e gastrointestinal, no sistema nervoso ou na pele),Aspergillus spp. (fungo que acomete principalmente o trato respiratório de aves), e Trichosporonspp. (patógenos oportunistas que podem acometer pacientes imunossuprimidos).
A pesquisa revelou ainda que é baixo o risco de transmissão de microrganismos sugeridos para investigação pela Instrução Normativa do Ibama como Salmonella spp., Cryptococcus spp. (ausentes nas amostras) e Candida spp. (baixa ocorrência).
Também é baixo o risco de transmissão para humanos, pelas aves avaliadas, de bactérias E.colicomo a Escherichia coli enteropatogênica (EPEC), Escherichia coli patogênica aviária (APEC) eEscherichia coli uropatogênica (UPEC). Por outro lado, há risco de transmissão intra ou interespécies ou introdução no ambiente de E.coli multirresistentes a antimicrobianos.
Bactérias resistentes
A investigação da microbiota intestinal das aves antes do processo de soltura é importante, pois pode esclarecer sobre possíveis riscos relativos à presença de resistência bacteriana aos antimicrobianos. “Ao serem eliminadas no ambiente, as bactérias multirresistentes a antimicrobianos podem se multiplicar e infectar diferentes hospedeiros, disseminando a resistência antimicrobiana entre as bactérias”, explicou Melville.
“Isso pode levar ao desencadeamento de doenças de difícil tratamento, já que a resistência antimicrobiana reduz as possibilidades terapêuticas. Por outro lado, muitas bactérias podem se tornar resistentes a um antimicrobiano, mesmo sem nunca terem tido contato com o mesmo”, disse a pesquisadora.
O alerta deve ser considerado principalmente quando se leva em conta que grande parte dos indivíduos que adquirem animais traficados mantém as aves como animais de estimação em suas residências.
“As pessoas devem ter ciência que podem ser contaminadas por determinados agentes bacterianos, virais e fúngicos transportados pelos animais traficados, especialmente os grupos de risco – idosos, crianças e pessoas imunossuprimidas ou que são submetidas a algum tratamento imunossupressor”, disse Melville.
Saidenberg esclareceu que, mesmo em liberdade, aves podem hospedar microrganismos com potencial para causar doenças na própria espécie, em outros animais e em humanos. No entanto, em geral, observa-se um equilíbrio entre o microrganismo e o hospedeiro como parte de um processo de coevolução e que também atua sobre o controle populacional.
A presença de determinado microrganismo não representa obrigatoriamente que a doença se manifeste. “No entanto, quando são traficadas, esse equilíbrio pode ser alterado em razão dos elevados níveis de estresse, das péssimas condições de higiene e alimentação inadequada a que são submetidos os animais, o que pode acarretar o desencadeamento de doenças infecciosas causadas por microrganismos com os quais estavam anteriormente em equilíbrio”, disse Saidenberg.
Legislação
Embora a legislação brasileira determine que animais silvestres só possam ser criados se adquiridos de criadores autorizados e que possuam documentação de comprovação de origem, somente em São Paulo, a Polícia Militar Ambiental apreendeu ou resgatou mais de 187 mil animais silvestres do tráfico de animais nos últimos 10 anos.
De 2006 a 2012, 82% dos animais confiscados do tráfico eram aves. Segundo dados do Ibama, a maioria dos pássaros silvestres comercializados ilegalmente vem das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e os estados com o maior mercado consumidor estão na região Sudeste: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
As espécies apreendidas em maior quantidade no período do estudo foram pixarro (Saltator simillis), canário-da-terra (Sicalis flaveola), galo-de-campina (Paroaria dominicana), coleirinho-paulista (Sporophila caerulescens), azulão (Cyanoloxia brissoni) e pássaro-preto (Gnorimopsar chopi), segundo os pesquisadores. 

http://agencia.fapesp.br/19558