Em dois anos o sistema de saúde brasileiro poderá contar com um exame rápido desenvolvido no país para detectar casos de leptospirose, doença bacteriana transmitida principalmente pela urina do rato.
A informação é da veterinária Paula Ristow, que pesquisa a doença na Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), e foi palestrande nesta terça-feira (27) durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
O teste rápido será parecido com um exame de gravidez. Por meio do sangue do paciente será possível saber, em 15 minutos, se uma ele está contaminado com a bactéria, acelerando o tratamento e a recuperação.
Como alguns sintomas da leptospirose são muito parecidos com os da gripe e da dengue (febre, dor de cabeça e dores pelo corpo), muitas vezes a pessoa não procura o médico ou não recebe o tratamento adequado.
Ristow explica que o exame usado atualmente está disponível apenas nas grandes capitais brasileiras, pois ele exige o cultivo de bactérias vivas que reagem com o sangue da pessoa doente. Por causa disso, o teste é caro e pode ser demorado, dependendo da distância até o laboratório.
Para criar o teste rápido, pesquisadores brasileiros da Fiocruz desenvolveram, em parceria com cientistas americanos, uma proteína que é usada como reagente. “Em um ou dois anos estimo que a gente consiga disponibilizar para o SUS [Sistema Único de Saúde]. Fizemos um estudo com 300 soros e vamos fazer um estudo para mais 600 soros.”, conta a pesquisdora.
Dados do Ministério da Saúde apontam que pelo menos 3.755 pessoas ficaram doentes no Brasil por causa da leptospirose em 2009. A principal forma de contágio é a urina do rato, que entra em contato com as pessoas principalmente na época das chuvas.
A doença é comum principalmente em favelas, onde não há rede de esgotos. Ristow alerta, contudo, que a doença também tem surgido entre pescadores e pessoas que nadam em locais contaminados.
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