Primeiro dia do Seminário As relações da Saúde Pública com a Imprensa – o caso da Influenza A (H1N1) foi marcado por reflexões e participação do público
“A mídia vendia o medo”, disse o chefe da Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde, Marcier Trombiere, no início da oficina Por dentro do Ministério da Saúde: a estratégia de comunicação do MS sobre a Influenza A (H1N1). Durante a apresentação, o assessor mostrou ao público como é feita a comunicação de emergência e quais estratégias o Ministério adotou a partir do alerta da doença. “O objetivo do planejamento era passar informações para a população de maneira clara, sem amedrontar. A medida era de prevenção, mas não foi o que aconteceu”, complementou.
Marcier falou ainda sobre a importância do debate. “Estes eventos nos proporcionam a oportunidade de compartilhar experiências fundamentais para receber novas informações. O momento é de reflexão dos profissionais após as tensões. É hora de avaliar nossas responsabilidades”.
Já a chefe de redação do Núcleo de Comunicação da Secretaria de Vigilância em Saúde do MS, Beth Almeida, falou sobre a atuação do Núcleo e a articulação com as secretarias estaduais durante a crise. Segundo Beth, o alerta sobre a pandemia veio do Centro de informações Estratégicas em Vigilância Sanitária (CIEVS) e o NUCOM deveria preparar as assessorias de imprensa para fornecer informações precisas. “A responsabilidade do jornalista deve ser a mesma do médico”, comparou. E acrescentou: “Um dos princípios para da comunicação de risco é anunciar rápido e com transparência. A pandemia H1N1 foi a primeira que ocorreu em uma época com tantas ferramentas de comunicação disponíveis, pois a propagação da notícia foi muito mais fácil”.
O Seminário As relações da Saúde Pública com a Imprensa – o caso da Influenza A (H1N1), promovido pela FIOCRUZ Brasília, foi iniciado ontem, 25 de agosto, e contou com a presença de instituições como Ministério da Saúde, Secretaria de Saúde do DF, Sindicato dos Jornalistas, Fiocruz e os editores da TV Record e do Correio Braziliense.
A assessora de comunicação da Prefeitura de Sorocaba, Evenize Batista, veio à Brasília só para participar do Seminário. “Vim para buscar mais informações e avaliações sobre o trabalho da imprensa neste caso. Acho evidente a falta de preparo da mídia para lidar com assuntos relativos à saúde. Estou ansiosa pelo debate final”.
O jornalista e pesquisador da Associação de Laboratórios de Estudos Avançados em Jornalismo (LABJORN) da Unicamp, Marcel Silva, comentou sobre suas expectativas em relação aos debates. “O jornalista tem que ver o mundo fora da redação. A mídia está cada vez mais industrializada e sem reflexão. Quando se trata de saúde pública, deve-se ter cuidado, pois o alarde das notícias sobrecarregou os atendimentos nos sistemas de saúde. Os jornais não fizeram um planejamento como os gestores fizeram”, criticou.
O coordenador de atendimento e produção da assessoria de imprensa do MS, Rodrigo Hilário, fez uma perspectiva histórica dos cenários da crise, encerrando o primeiro dia do Seminário. “Temos que tratar a saúde da população com responsabilidade. O trabalho do jornalista reflete na vida das pessoas comuns, que não tem conhecimento aprofundado. Temos sempre que pensar no efeito que o nosso trabalho para estas pessoas, pois elas são o objetivo final do nosso trabalho”, concluiu.
Debates e mesas redondas
A programação do segundo dia de Seminário conta com a realização das mesas redondas Mídia e Saúde: os desafios, mitos e verdades sobre a Influenza A (H1N1) e Saúde Pública e Imprensa: interdependência e balanço da atuação.
O Seminário As relações da Saúde Pública com a Imprensa – o caso da Influenza A (H1N1) está sendo transmitido ao vivo pela internet, por meio de parceria com o Ministério da Saúde. O acesso é feito pelo site www.saude.gov.br/emtemporeal. Além de assistir ao debate, o internauta poderá enviar perguntas via internet, que são respondidas ao vivo pelos palestrantes.
Confira a programação completa no site http://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br.
Enviado por e-mail por Paulo Abílio Lisboa
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