Fim dos sacrifícios
Cães abandonados receberão coleira contra a leishmaniose
24 de março de 2011
(da Redação)
Neste semestre, o Ministério da Saúde dará início a um estudo, em vinte municípios, com duração de trinta meses, sobre a efetividade da utilização em massa da coleira impregnada com princípio ativo repelente e inseticidacontra a leishmaniose, o que indica a adoção da política sugerida pela UIPA, em representação oferecida ao Ministério Público Federal, em maio de 2010, que solicitou providências contra a matança de cães, como pretensamedida de controle da leishmaniose, denunciando a ausência de uma políticas públicas eficazes contra o avanço da doença.
Apresentando inúmeros argumentos e estudos, em um arrazoado de 63 laudas, cuja pesquisa de dados e estudos apresentados teve a colaboração da jornalista Regina Macedo, a entidade contestou a tese defendida pelo Ministério da Saúde, que insistia em recomendar a morte de dezenas de milhares de cães, há décadas, sem respaldo científico algum, contra todas as evidências de que a eliminação de cães soropositivos em nada repercute na incidência da doença, que mantém-se elevada e em expansão pelo país, a despeito de todo o sacrifício promovido.
Após o acolhimento da representação, a UIPA enviou ao Ministério Público Federal inúmeros estudos realizados em outros países sobre a eficácia do encoleiramento, utilização em massa da coleira Scalibor, impregnada comdeltametrina a 4%, que é o princípio ativo repelente e inseticida, recomendado pela Organização Mundial da Saúde contra a leishmaniose.
A presidente da UIPA, com o apoio e acompanhamento do Deputado FederalRicardo Trípoli, foi a Brasília, solicitar a inclusão do encoleiramento em massa ao Ministério da Saúde que, logo no início da audiência, anunciou que, em 2011, realizaria o encoleiramento em alguns municípios para fins de estudo de sua efetividade
O encoleiramento em grande escala produz o denominado “efeito rebanho”, que é a extensão de efeito protetor também aos não encoleirados, reduzindo-sea força de infecção pela barreira imposta pela coleira. Tendo em vista que o poder de infectar, os insetos pode persistir no animal tratado, o encoleiramento permitirá pleitear a liberação do tratamento terapêutico (a coleira evita a aproximação dos insetos; sem ser picado, o cão não transmite a infecção).
O encoleiramento em massa ainda reduz a pulverização de inseticidas, prejudiciais ao meio ambiente, além de representar gastos bem menores do que os despendidos com a censurável eliminação da vida de animais.
Enviado por e-mail por Luiz Ristow
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