Dias 16 e 17 de junho, aconteceu no Auditório Praia de Santa Mônica do SESC, em Guarapari, ES, a última edição de 2011 do Seminário de Saúde Pública Veterinária, sob o eixo temático “O Médico Veterinário na Construção da Saúde Pública”. O evento, acreditado pelo VET 2011 ( clique aqui e saiba mais sobre VET 2011 ) foi organizado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária por meio de sua Comissão Nacional de Saúde Pública Veterinária (CNSPV). Foram dois dias de palestras, discussões e trabalhos em grupo. O evento foi assistido, ao vivo, por internautas em todo País, que enviaram perguntas, respondidas, instantaneamente, pelos palestrantes. Os principais temas abordados foram: Medicina Veterinária na Vigilância Sanitária, Vigilância Ambiental no SUS, Diagnóstico Avançado de Zoonoses, Tuberculose, Emergência em Zoonoses, Achatina Fulica, Inspeção Industrial Sanitária de POA, Leishmaniose Visceral e Controle de População Animal em Área Urbana. De acordo com o presidente do CFMV, Benedito Fortes de Arruda, o sucesso do evento se deve ao grande interesse de todos no assunto. “Vamos continuar divulgando a importante contribuição do Médico Veterinário à saúde”, afirma Arruda. PRIMEIRO DIA O primeiro dia de evento foi inaugurado com apresentações e debates. Logo depois, foram apresentadas por Daniel Campos, representante do Centro de Controle de Zoonoses de Mogi das Cruzes, SP, as diferentes formas de participação do Médico Veterinário na saúde publica e na execução ou formulação de políticas públicas.Para Campos (foto), normalmente o profissional se envolve profundamente com os trabalhos técnicos e deixa de lado atividades relacionadas à participação política em conselhos de saúde e outros colegiados, bem como na possível gestão de serviços públicos de saúde. Uma das palestras que mais chamou a atenção do público nesse primeiro dia foi “Diagnósticos Avançado de Zoonoses”. Segundo publicações recentes (apresentadas no seminário), das 1.500 doenças infecciosas atualmente reconhecidas em seres humanos, aproximadamente 60% delas são causadas por patógenos de múltiplos hospedeiros caracterizados por seu movimento através do limite de espécies. E, nas últimas três décadas, aproximadamente 75% das novas doenças infecciosas humanas emergentes foram Zoonoses. Para o palestrante do tema Alexandre Welker Biondo, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no Brasil a situação é ainda mais crítica, pois as condições de clima tropical associado ao baixo saneamento básico são mais favoráveis aos vetores transmissores e à longevidade dos agentes infecciosos no meio ambiente. “Testes rápidos, em tempo real, podem detectar quantitativamente patógenos em animais post-mortem, em produtos de origem animal, em hospedeiros invertebrados e inclusive na água e no meio ambiente”, opina Biondo. O dia se encerrou com as palavras de Bárbara Medeiros Rosa, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Ela discorreu sobre a relação entre a Tuberculose humana e animal; sinais clínicos, formas de transmissão entre os animais e entre animais e humanos, diagnóstico; situação da Tuberculose no Brasil e Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal. De acordo com Bárbara, os dados de exames de Tuberculose realizados nas universidades federais do País indicam prevalências de 0,35% de animais positivos na região norte; 0,28% na região nordeste; 0,31% na região sudeste; 0,5% na região sul e 0,34% na região Centro-Oeste. “Até hoje não há estudo epidemiológico padronizado no Brasil. Recentemente, o Mapa, junto com instituições colaboradoras, desenvolveu os moldes para serem seguidos em estudo epidemiológico de Tuberculose” esclarece Bárbara. SEGUNDO DIAO segundo dia do evento foi aberto com o assunto “Emergência em Zoonoses”. Gilton Luiz Almada (foto) do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) do Espírito Santo, abordou o conceito de doença emergente de acordo com novo Regulamento Sanitário Internacional (RSI 2005) aprovado pela Assembléia Mundial da Saúde, em 2005. “A rede CIEVS, presente em todas as Secretarias de Saúde dos estados e capitais, é uma ferramenta fundamental para o enfrentamento de pandemias. O Médico Veterinário deve estar preparado para identificar emergência em saúde pública, notificar e responder em tempo hábil, evitando ou minimizando a disseminação dessas emergências”, alerta Gilton Amada. Como esperado, o assunto “Controle de População Animal em Área Urbana” foi um dos mais polêmicos desse dia. Para Adriana Maria Lopes Vieira, especialista do Cesp, SP, e palestrante do evento, o controle de populações de cães e gatos não se restringe apenas ao controle reprodutivo por meio de esterilização cirúrgica (castração) ou às ações isoladas de recolhimento e eliminação. “Para que o programa de controle de populações seja efetivo há que serem considerados vários pilares: dimensionamento das populações de cães e gatos, por meio de censo ou estimativas; ações educativas para a construção da cultura de propriedade, posse ou guarda responsável dos animais; garantia da participação da comunidade no programa desde sua elaboração; manejo ambiental (controle de resíduos e do habitat); controle de comércio de cães e gatos; registro e identificação desses animais; estímulo à aquisição responsável de animais; controle da reprodução; recolhimento seletivo e destinação adequada dos animais (eutanásia ou adoção); legislação e políticas públicas; entre outros”, relata Adriana. De acordo com a apresentação de Adriana, não há, até o momento, um programa nacional de controle de populações de cães e gatos no País. Apenas o estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, apresenta um programa, elaborado em 2006, revisado em 2009 (clique aqui e acesse o programa ). “A falta de controle das populações de cães e gatos oferece riscos à saúde, à segurança pública, à saúde animal e ao meio ambiente” comenta a especialista. Maria de Loudes Reichmann ,do Instituto Pasteur de São Paulo, também discorreu sobre o assunto “Controle de População Animal em Área Urbana”. Segundo Maria, para se alcançar os objetivos de uma convivência saudável com cães e gatos, deve-se desenvolver programas de educação, nos quais se dê ênfase a questões de cidadania, respeito à vida e a todos os seres vivos. BALANÇO FINALNas opiniões dos organizadores do seminário, o resultado foi muito satisfatório.“Houve uma intensa interatividade com o público. As principais preocupações levantadas foram sobre o Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) e as relações com a inspeção de produtos de origem animal e a atuação do Médico Veterinário na questão”, afirma Paulo César Augusto de Souza, presidente da CNSPV do CFMV. Fonte: Site do CFMV/Assessoria de Comunicação |
Neste Blog fazemos: 1- Atualização sobre a ocorrência de doenças de importância em Veterinária e em Saúde Pública em todo o mundo. 2- Troca de informações sobre: Doenças Infecciosas, Zoonoses, Saneamento Ambiental, Defesa Sanitária Animal (Legislação e Programas Sanitários do Ministério da Agricultura) e demais assuntos relacionados à sanidade e Saúde Pública. Este blog se destina a discutir a saúde animal dentro dos seus mais variados aspectos.
terça-feira, 21 de junho de 2011
SUCESSO DA ÚLTIMA EDIÇÃO DE 2011 DO SEMINÁRIO DE SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA
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