Postado por Bruno Campos de Carvalho em 27 julho 2011 às 16:59
Diante dessas colocações, questiono quais seriam os motivos da IA ainda ser uma técnica de uso limitado no Brasil? Seria pelo fato da tecnologia ainda não ter sido efetivamente transferida ou as fazendas ainda não estão estruturadas? Por quê os produtores que já adotaram a IA a abandonaram? Qual a realidade das fazendas da sua região???
A inseminação artificial (IA) com o uso de sêmen congelado é uma técnica reprodutiva estabelecida comercialmente desde a década de 1960. Enquanto nos Estados Unidos mais de 80% do rebanho leiteiro é inseminado, no Brasil ainda estamos bem longe disso. Considerando-se a venda de doses de sêmen, estima-se que apenas cerca de 7% do rebanho seja inseminado. Na Zona da Mata de Minas Gerais, em torno de 27% dos produtores de leite adotam a IA, o maior índice dentre as regiões do Estado.
A falta de “popularidade” da IA no Brasil tem sido creditada a problemas como baixa qualificação da mão de obra e à dificuldade na detecção de cios. Com baixa eficiência, o produtor não obtém retorno com a técnica, que passa ser cara. Isso explica porque é comum encontrar propriedades que abandonaram o uso da técnica. Esses são grandes desafios para a adoção da IA, em qualquer propriedade, mas que não justificam seu uso em tão reduzida escala.
Prefiro pensar de outra forma. A IA é uma técnica reprodutiva com o objetivo de promover melhoramento genético. De fato, é a melhor ferramenta de melhoramento disponível. Mas a genética precisa de meio para se expressar. Não adianta ter a melhor vaca, mas não ter uma boa alimentação ou um adequado controle sanitário do rebanho, pois a genética não vai se expressar. Também não se pode imaginar que propriedades que não tenham uma rotina de registro e anotação de eventos como nascimento, cobrições e controle leiteiro possam ter sucesso na IA. Ou seja, as propriedades precisam se estruturar melhor antes de começarem a inseminar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário