terça-feira, 22 de novembro de 2011

Gado deve ser sacrificado para evitar mal da vaca louca em Mato Grosso

Publicado por Marcus Vinícius Sandim

Governo intensifica ações para evitar mal da vaca louca no Brasil.
A doença nunca foi registrada em nenhum dos estados brasileiros.

Leandro J. NascimentoDo G1 MT


Animais vão ser sacrificados por alimentação incorreta em MT.
(Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)

Trezentos e cinquenta bovinos devem ser abatidos em Mato Grosso depois que uma fiscalização conjunta entre Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Instituto Mato-grossense de Defesa Agropecuária (Indea), detectou a utilização de proteína animal na alimentação dos ruminantes, o que representa um risco para a disseminação de doenças, entre elas a da 'vaca louca'. As propriedades estão distribuídas entre os municípios de Nova Marilândia, Mirassol D'Oeste, Tangará da Serra, Diamantino e Alta Floresta.

De acordo com o veterinário Donizeti Mesquita, responsável pelo Programa de Prevenção da Vaca Louca e Controle de Raiva em Herbívoros do Mapa em Mato Grosso, a utilização de qualquer proteína de origem animal, exceto produtos lácteos, na alimentação, é proibida. No entanto, identificou-se o uso da chamada cama de aviário, (formada de restos de ração, penas, substratos e fezes). Quando constatada a irregularidade, o proprietário pode ser penalizado judicialmente.

Embora nenhum caso tenha sido registrado no país, o governo mantém o alerta para proteger o rebanho deste mal, já que Mato Grosso possui o maior número de cabeças de gado do Brasil, com quase 29 milhões de animais. O veterinário explica que a cama de aviário oferece riscos sanitários para os bovinos porque no Brasil a ração utilizada para alimentação dos frangos contém entre seus ingredientes a farinha de carne. Este material é descartado, em partes, nas fezes das aves, ou mesmo desperdiçado durante enquanto elas se alimentam.

Em 2011, um total de 32 animais já foram abatidos no município de Denise, a 208 quilômetros de Cuiabá, pela mesma ocorrência. Testes realizados pelo Mapa confirmaram prática semelhante em seis propriedades do estado e outras três esperam resultados laboratoriais. "O produtor é denunciado por crime contra a incoluminade pública - atentar contra a saúde da população humana. É denunciado ao Ministério Público Federal e responderá o processo na Justiça Federal por infração a legislação", declarou o veterinário, ao G1.

Como a cama de aviário corresponde à cobertura que fica no solo depois que as aves são retiradas, ao levar este material e usá-lo para alimentação do rebanho, os bovinos estão suscetíveis às doenças. A importação de animais para o Brasil oriundos daqueles países onde o mal da vaca louca foi detectado também fez o governo intensificar as fiscalizações.

"A vaca louca é a segunda maior barreira sanitária do mundo. A primeira é a febre aftosa. Nenhum país quer tê-la, pois limita e faz a restrição ao consumo da carne bovina. Na Europa, a vaca louca surgiu em 1986 e até hoje eles não conseguiram eliminar, porque a doença é uma incógnita", destacou. A proibição do uso da cama de aviário foi determinada em 1996, quando a doença atingiu a Europa.

Mapeamento
Em Mato Grosso, os municípios foram mapeados de acordo com seu risco para a doença, levando-se em conta a existência de frigoríficos, agricultura, psicultura e suinocultura. Conforme a médica veterinária Daniella Soares de Almeida Bueno, responsável pela Coordenadoria de Controle de Doença dos Animais (CCDA) do Indea, nas propriedades flagradas alimentando o rebanho com cama de aviário, o produto era destinado ao gado leiteiro.

http://inovadefesa.ning.com/group/defesasanitriaanimal/forum/topic/show?id=2874953%3ATopic%3A236319&xg_source=msg

Fonte: G1

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