quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Brasil alivia barreiras à carne do Paraguai

08/12
Fiscalização volta à rotina antes do previsto e governo brasileiro autoriza a retomada da importação de cortes bovinos desossados

José Rocher e Fabiula Wurmeister, da sucursal de Foz do Iguaçu

Dois meses e meio após a confirmação de um foco de aftosa no Paraguai, o governo brasileiro liberou a retomada da importação de carne bovina desossada do país vizinho. Segundo as autoridades sanitárias, o problema está sob controle e o risco de transmissão ao gado brasileiro reside no produto in natura sem inspeção, não no desossado. O reforço na fiscalização, no entanto, também foi aliviado. As Forças Armadas, que ajudariam os agentes sanitários a barrar a importação ilegal na região de Foz do Iguaçu até o fim desta semana, já se retiraram.

A fiscalização nas proximidades do Paraguai, em Foz do Iguaçu e Guaíra, fica a cargo das autoridades federais e, nas divisas estatuais, é assumida pela defesa sanitária paranaense. Em ambos os casos, a informação é de que as equipes de fiscais estão atentas e procuram barrar a carne in natura, mesmo com efetivo reduzido. Em Foz, nos dois meses e meio de fiscalização reforçada, foram apreedidos 382 quilos de carnes diversas.

A carne paraguaia chega à mesa do consumidor paranaense com mais frequência do que se imagina. Segundo da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do governo federal, o Brasil comprou 10,4 mil toneladas de carne bovina desossada refrigerada de janeiro a novembro e 5,6 mil vieram do país vizinho. O Paraná é o principal importador. Foi destino de 4,8 mil toneladas do alimento no mesmo período (85% do produto paraguaio importado).

O principal motivo para a importação de carne desossada paraguaia, que acaba de ser liberada – é o mesmo que atrai a população brasileira aos supermercados estrangeiros localizados perto da fronteira: os preços. O importador do Brasil paga ao exportador do Paraguai o equivalente a R$ 8,6 por quilo de carne bovina. Em média, o alimento custa R$ 16,1/kg se considerados os preços de todos os países fornecedores. A diferença, segundo a fiscalização brasileira, é menor na comparação dos preços ao consumidor final, o que tem limitado o interesse pela carne do país vizinho.

O Paraná enfrentou uma crise de aftosa em seu rebanho pela última vez em outubro de 2005. A União Europeia só voltou a importar carne do estado em setembro de 2008, quase três anos depois.

Gazeta do Povo
http://www.agrolink.com.br/noticias/ClippingDetalhe.aspx?CodNoticia=163505

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