quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

CASO DE RAIVA EM FELINO NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Recebido por e-mail

ATENÇÃO VETERINÁRIOS E PROPRIETÁRIOS

Em 01/12/2011, o Instituto Pasteur (IP) / Coordenação Estadual do Programa de Controle da Raiva recebeu a notificação telefônica e via eletrônica de um caso de raiva em felino no município de São Paulo, diagnosticado pelo Laboratório de Raiva da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (FMVZ-USP).
O animal foi encaminhado à Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista (FMVZ-USP) pela proprietária do animal em 04/10/2011 com a suspeita de envenenamento e somente após ser descartada a hipótese inicial, o material foi encaminhado para o laboratório de raiva dessa faculdade, em final de novembro. A suspeita de envenenamento foi levantada pela proprietária, pois em maio e junho outros animais morreram tendo como possíveis causa das mortes a ingestão de veneno.
Nesse mesmo dia (01/12/2011), foi repassada a informação verbal e eletrônica ao Centro de Controle de Zoonoses do município de São Paulo (CCZ-SMS-PMSP) que encaminhou a proprietária e sua filha, ao Instituto Pasteur para os procedimentos de Profilaxia da Raiva Humana.
No dia seguinte (02/12/2011), iniciaram-se os procedimentos pelas equipes da Secretaria Municipal da Saúde da Capital (CCZ, Supervisões de Vigilância em Saúde–SUVIS e Coordenadoria de Vigilância em Saúde – Covisa), relacionadas às atividades voltadas ao caso: investigação, inspeção zoo-sanitária, levantamento de animais a serem vacinados contra a raiva, bloqueio de foco, identificação e encaminhamento das demais pessoas que estiveram em contato com o gato para imunoprofilaxia, monitoramento dos animais da residência etc.
Pela caracterização laboratorial do vírus (tipificação antigênica – IP e seqüenciamento genético - FMVZ-USP), foi identificado que a variante encontrada é de morcego hematófago, já adaptada para uma espécie de morcego frugívoro.
O felino em questão tinha cerca de 10 anos e saía todos os dias, costumando voltar com algumas presas (como roedores e morcegos). Provavelmente este felino, que havia capturado um morcego 5 a 14 dias antes da morte, segundo informações da proprietária, foi infectado neste episódio ou anteriormente.
Conforme já referido, a Secretaria Municipal da Saúde da Capital está realizando as atividades de vigilância e controle, seja para humanos ou animais expostos.
Importante ressaltar que no município de São Paulo o último caso de raiva em cão ocorreu em 1983 e no Estado de São Paulo, o último caso de raiva nessa espécie, pela variante canina do vírus rábico, ocorreu em 1998 em município da região de Araçatuba. De 1998 até o momento no Estado de São Paulo foram feitos diagnósticos laboratoriais de 24 casos de raiva em cão e 12 em gato, todos por vírus da raiva / variante de morcego.

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Patrícia Nuñez B. de Souza
Médica Veterinária

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