segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Novo estudo: evidências aumentam chances de agrotóxicos acabarem com abelhas


O caso do sumiço de abelhas em algumas regiões do País, inclusive no Espírito Santo, chama a atenção desde 2003
Flávia Bernardes

É cada vez maior a evidência de que pesticidas comuns podem ser parcialmente responsáveis pelo declínio do número de abelhas. Além de vários impactos ao longo do prazo em colônias de abelhas, um novo estudo apontou que abelhas expostas há mais de um agrotóxico, ficam ainda mais vulneráveis. 
 
O novo estudo feito na Universidade de Londres e divulgado pelo site Mercado Ético, expõe que um tipo de veneno as abelhas, inclusive as rainhas, sofrem forte impacto que podem levar inclusive a um colapso total da colméia. E, sobre o efeito de dois pesticidas diferentes esse impacto pode ser ainda maior. 
 
De acordo com o levantamento dos pesquisadores londrinos, os pesticidas não são pulverizados em um ambiente controlado, e insetos como abelhas podem ficar expostos não apenas a um tipo de pesticida, mas a todo um coquetel deles. Após estudos relacionados ao problema foi  constatado que o número de abelhas reduziu em várias partes do mundo. 
 
Para a pesquisa, os cientistas dividiram 40 colônias de abelhas em quatro grupos. Um grupo foi exposto ao imidacloprida, um pesticida da família dos neonicotinoides; um segundo grupo foi exposto ao gama-cialotrina, um piretroide; um terceiro grupo foi exposto a ambos os químicos; e o último grupo não foi exposto a nenhum. Todas as doses utilizadas, segundo o estudo, são semelhantes às encontradas no campo. 
 
Segundo o resultado, as abelhas expostas a imidacloprida perderam 41% de suas operárias em quatro semanas. No geral a produtividade das operárias também diminuiu significando menos comida para a colméia e menos abelhas se desenvolvendo. 
 
As abelhas expostas apenas ao gama-cialotrina apresentaram um índice de mortalidade de  51% e as abelhas expostas a ambos, 69% das abelhas operárias morreram. 
 
Até o momento, os estudos têm sido convincentes motivando inclusive o banimento do uso de  pesticidas neonicotinoides na França. Já no Brasil, o debate está mais lento. Só em julho deste ano o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) anunciou uma  reavaliação de agrotóxicos, com o objetivo de proteger as abelhas no País, mas nenhum resultado foi apresentado até o momento. 
 
No Brasil, estão sendo reavaliados os venenos que utilizam Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil, o Imidacloprido está entre os mais críticos.
 
No Espírito Santo, a iniciativa do Ibama foi comemorada devido à proibição de aplicação por aviões desses agrotóxicos.. Segundo eles, a pulverização aérea diminui consideravelmente a presença de abelhas e até de pássaros nas propriedades rurais. 
 
Ao final do processo de reavaliação, o Ibama poderá manter a decisão de suspensão da aplicação por aviões desses produtos, ou revê-la, podendo adotar outras medidas de restrição ou controle dessas substâncias.
 
O declínio das abelhas é preocupante, dizem eles, sobretudo, porque a abelha é a espécie polinizadora mais importante do mundo, tanto para colheitas agrícolas quanto para plantas selvagens e para os pesquisadores, não há dúvida sobre os impactos dos pesticidas sobre as abelhas. 

http://www.seculodiario.com.br/exibir.php?id=1606

Nenhum comentário:

Postar um comentário