A Austrália começou nesta quarta-feira (22) o sacrifício de milhares de cavalos selvagens no Outback, região árida do interior do país. De acordo com as autoridades, os animais estão morrendo de fome e sede, o que é um problema ambiental, informou a televisão pública australiana.
Foi ordenada a evacuação de uma zona localizada 300 quilômetros ao sudeste da cidade de Alice Springs para iniciar o sacrifício que pode atingir 10 mil cavalos, de acordo com a rede ABC. Um porta-voz do conselho local, que representa os interesses dos aborígines e coordena a operação, não quis confirmar a informação à AFP.
O anúncio da operação, ocorrido no início do mês, desencadeou críticas de muitas organizações de ecologistas do país. As autoridades explicam que centenas de animas selvagens que habitam a região - cavalos, mas também burros e camelos - estão morrendo por falta de água e comida e que é necessário sacrifica-los por razões não só humanitárias, mas também ambientais. Isso porque os corpos dos animais mortos contaminam as fontes de água que abastecem outras espécies.
Os animais serão sacrificados com disparos feitos de helicópteros e a operação, financiada pelo governo, será efetuada até junho, informou o conselho aborígine.
"Ninguém quer vê-los sofrer, muito menos os tradicionais donos da terra, que gostam muito dos cavalos, mas são conscientes das consequências terríveis de ter uma população descontrolada desses animais", disse o diretor do conselho local David Ross, no começo do mês.
Segundo Ross, o sacrifício executado a partir de helicópteros é a melhor opção porque os animais estão dispersos ao longo de milhares de quilômetros quadrados e não seria possível reuni-los em um matadouro.
Esses cavalos são descendentes da espécie Waler e, quando a Austrália era uma colônia britânica, eram usados pelo exército do Reino Unido na Índia. Mais tarde, foram usados pelo exército australiano durante a Primeira Guerra Mundial.
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