quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Ministério da Agricultura deve prorrogar a Normativa 62 para leite tipo B

Decisão de eliminar a diferenciação entre os tipos B e C, tomada em dezembro de 2011, gerou polêmica entre os produtores

Antônio Pacheco
Foto: Antônio Pacheco / Agencia RBS
Produtores estão preocupados com a indecisão do governo
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) deve publicar nos próximos dias uma prorrogação para que os produtores do leite tipo B consigam se adaptar a Instrução Normativa (IN) 62. A decisão de eliminar a diferenciação entre os tipos B e C, tomada em dezembro de 2011, gerou polêmica entre os produtores e, após muitas reclamações dos pecuaristas, o governo determinou que o leite tipo B só deixaria de existir num prazo de dois anos – que vence daqui pouco mais de dois meses.

O produtor Alcides Barbosa de Freitas produz leite tipo B há mais 50 anos, em São José dos Campos, interior de São Paulo. Freitas diz que está preocupado, pois corre o risco de ter que paralisar a produção.

– Estou muito preocupado. Não só eu, mas todos os produtores que investiram pesadamente com sacrifícios para manter um leite de qualidade e em quantidade. A notícia não é só preocupante para o produtor. O consumidor não vai aceitar – destaca Freitas.
Em janeiro do ano passado, a Instrução Normativa 62 alterou a IN 51 e passou a estabelecer novos padrões de qualidade para o leite e trazendo o fim da divisão dos tipos de leite em B e C, denominando tudo como leite cru refrigerado. Com a nova legislação, os valores da Contagem de Células Somáticas (CCS) e da Contagem Bacteriana Total (CBT) do leite cru refrigerado, ficaram semelhantes aos que eram válidos para o leite tipo B na IN 51, o que motivou a exclusão. Os produtores reclamaram da decisão, e no final de janeiro de 2012, o governo prometeu repensar, prorrogando em mais dois anos a decisão de manter ou não a produção do leite tipo B.
– Nós temos toda a confiança e esperança que a promessa seja cumprida e que isso se resolva até o fim do ano. Algumas ações por parte do produtor vão ser tomadas. Nós da Associação estamos preparados para isso. Não vamos aceitar – salienta o presidente da Cooper, Benedito Vieira Pereira.
Apesar de não ser o mais representativo do setor, o leite tipo B tem grande importância para algumas regiões, como é caso de São Paulo, que possui cerca de dois mil produtores e 12 empresas. Na Cooperativa de Laticínios e São José dos Campos (Cooper), interior do Estado, o produto representa cerca de 25% das vendas.
– Eles investiram para isso, para produzir um produto de qualidade. Os produtores cumprem todas as exigências, a qualidade é garantida e que não há motivos para eles impedirem a produção – conclui Pereira.



CANAL RURAL

Um comentário:

  1. No meu entendimento esses produtores não perderão nada, continuarão com mercado garantido; agora os que produziam leite tipo C deverão ter qualidade maior e investir mais para continuarem no mercado.

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