Campinas, 29 de Julho de 2010 - Movimentando, anualmente, valores estimados em US$500 bilhões, a indústria de alimentos halal está atada a um questionamento por muitos considerado prosaico: antes de ser sacrificado (através de corte profundo na garganta) o frango pode ser atordoado por choque elétrico?
Ao procurar definir essa questão, em 1997, a Conferência da Organização Islâmica (OIC, na sigla em inglês) declarou que “os frangos não devem ser eletricamente atordoados” porque grande parte deles morre (pelo choque elétrico) antes da degola, o que contraria o abate preconizado pelo Islam.
Desde então, a esse posicionamento tem sido contraposto que os animais maiores – bovinos e ovinos, por exemplo – passam pelo atordoamento elétrico, aprovado pelos religiosos islâmicos. Por que – perguntava-se – a diferenciação das aves em relação aos demais animais? A resposta sempre foi a de que sendo pequenos (em relação aos demais animais), os frangos estão mais sujeitos à eletrocução.
Mais recentemente, o processo chegou a ser questionado pelo prisma do bem-estar animal: “a degola do abate islâmico é inadequada, pois faz o animal sofrer”, clamavam os opositores do método. Mas sem maior eco junto à opinião pública porque a resposta da parte acusada era indagar “quem garante que ao ser atordoada [por choque elétrico] a ave sofra menos que na degola?”.
É provável que as discussões ainda estivessem se arrastando não fosse, nos últimos meses, ter entrado em pauta, na União Européia, a necessidade de informar-se, na embalagem, a forma de abate do animal. E como, por envolver diretamente o consumidor final, essa possibilidade representa grande risco, parece que os envolvidos com a matéria se aprofundaram na tentativa de equacioná-la. De que forma? Colocando especialistas em campo.
Dois dirigentes da Academia Internacional de Jurisprudência Islâmica (IIFA na sigla em inglês), órgão da OIC, avaliaram, em abatedouros avícolas da Turquia, o processo de atordoamento elétrico pré-abate. E concluíram que, nas condições observadas (água com corrente elétrica de 40 ampères; passagem da ave pela água por dois segundos), o choque elétrico não mata a ave: “três segundos depois retornavam à consciência plena”.
Se aceita pelo Conselho de Ulemás da IIFA, a comprovação de que “as aves não morrem em conseqüência do choque elétrico recebido” deve ter grandes implicações – não só na indústria de alimentos halal, mas em toda a comunidade islâmica. Porque, principalmente, se passar a integrar o “Padrão de Alimento Halal” terá de ser seguida por muçulmanos de todo o mundo.
Fonte: AviSite, Redação.
UE se posiciona sobre bem-estar de frangos e suas reprodutoras.
Campinas, 30 de Julho de 2010 - Instalado no ano passado, o painel sobre saúde e bem-estar animal da Autoridade Européia de Segurança Alimentar (EFSA, na sigla em inglês) publicou nesta semana suas conclusões, de caráter científico, sobre a influência da seleção genética no bem-estar de frangos, acrescentando a seu parecer opiniões acerca das influências do alojamento e do manejo no bem-estar de reprodutoras pesadas.
Para os especialistas reunidos em torno do painel da EFSA, o problema que mais afeta o bem-estar dos frangos comerciais está relacionado, principalmente, ao rápido crescimento das linhagens atuais, fator resultante da seleção genética. Mas ao interagirem com fatores ambientais (por exemplo, os relacionados à forma de alojamento ou ao manejo) os problemas observados podem se agravar.
As conclusões do painel da EFSA servirão de subsídio à Comissão Europeia (braço executivo da União Europeia) na elaboração de uma proposta de normatização a ser submetida ao Parlamento e ao Conselho Europeu.
Pareceres recém-divulgados e outras informações da EFSA:
- Parecer científico sobre a influência dos parâmetros genéticos no bem-estar e na resistência ao estresse de frangos comerciais;
- Parecer científico sobre aspectos de bem-estar relacionados ao manejo de avós e matrizes criadas e mantidas com fins reprodutivos;
- Posicionamento das partes interessadas e dos atendentes à consulta pública sobre aspectos de saúde e bem-estar na seleção genética de frangos;
Fonte: AviSite, Redação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário