sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Obesidade pode reduzir a expectativa de vida de animais

05 de novembro de 2010


 O ganho de peso também pode ser sintoma de algum distúrbio ou doença
Quando o cão obeso parecer muito ofegante, interrompa o exercício 
(Foto: Charles Guerra)
Cresce exponencialmente o número de casos de animais domésticos obesos. O assunto vem preocupando profissionais da medicina veterinária.
Assim como acontece com os humanos, a qualidade de vida e a saúde dos animais fica seriamente comprometida com o sobrepeso. Segundo Luciana Lima, médica veterinária que atua na área de endocrinologia, no caso dos cães, por exemplo, o problema diminui em até dois anos a expectativa de vida deles (o que corresponde de 10% a 20% de sua expectativa total, em média). Isso porque problemas nas articulações, diabetes, cardiopatias, problemas circulatórios e colesterol alto são diretamente relacionados a quadros de obesidade animal.
O perigo existe, mas a atenção voltada para a questão ainda é pequena. Para o veterinário e fisioterapeuta Marcelo Nemer, a mania de humanizar os animais é quase sempre a responsável pelos quadros de obesidade.
“Os tutores acham que tratar os bichos como humanos é tratar bem. Então, dão a comida da família para o cachorro, deixam o pote cheio de ração o dia inteiro à disposição e estimulam o comportamento preguiçoso. Claro que ninguém faz isso por maldade, mas os danos à saúde podem ser grandes”, afirma Marcelo.
Luciana Lima endossa as palavras do fisioterapeuta. Ela explica que a combinação do sedentarismo, em especial dos cães que vivem em apartamentos, e a ausência do controle da qualidade e da quantidade de alimentos ingeridos pelo animal são os principais desencadeadores da situação.
Mas nem sempre os tutores levam a culpa pelos quilos extras de seus bichos. Predisposições genéticas ou mesmo alguma doença podem propiciar o ganho de peso.
“Alguns cães engordam com muito mais facilidade, como o daschund, o basset hound, o retriever, o labrador, o rottweiller e o beagle”, explica Luciana.
Disfunções como o hipotireoidismo e o hiperadreno também podem justificar o ganho repentino de peso. O primeiro leva o animal a um quadro de letargia. Ele procura ficar sempre ao sol, come pouco, engorda e pode apresentar problemas de pele. Já o hiperadreno deixa a barriga do animal inchada. O apetite aumenta, ele bebe muita água e, consequentemente, faz muito xixi.
Ambas as doenças são mais comuns em cães e gatos mais velhos (idosos ou de meia idade), porém podem afetar bichos mais novos.
“Os animais castrados também têm mais chances de ganhar peso, pela natural diminuição da atividade física, consequente da cirurgia. O indicado é que, se qualquer mudança brusca de comportamento ou ganho de peso repentino for observada, o animal seja encaminhado a uma clínica veterinária para avaliação”, acrescenta Marcelo Nemer.
Tratamento
O ideal é que o cão obeso tenha acompanhamento veterinário. O indicado é que, para evitar a obesidade, ou mesmo freá-la, o tutor faça pelo menos três caminhadas com o cão, de 10 a 40 minutos. Os exercícios devem ser incorporados à rotina do animal gradativamente.
Quando o cão parecer muito ofegante, interrompa o exercício. Evite também caminhadas nas horas mais quentes do dia. É importantíssimo que a alimentação seja oferecida de forma regrada: apenas a quantidade indicada pelo veterinário, ou na embalagem do produto. O ideal é que essa quantidade diária de ração seja dividida em 5 partes (no mínimo, 3) e oferecida ao longo do dia.
As guloseimas e comidas humanas devem ser completamente abolidas para que os resultados apareçam. Se o tutor  não tiver tempo, pode procurar clínicas que ofereçam circuitos de fitness para o animal, ou mesmo o serviço de passeadores profissionais.
Fonte: Click RBS 

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