12/11/10 - 00:00
Focos da doença estão registrados em várias regiões, algo que não havia até então. Monitoramento está aquém
Faltam médicos-veterinários e técnicos para o trabalho de monitoramento e captura de morcegos hematófagos ou “morcegos vampiros”, como são conhecidos aqueles que se alimentam exclusivamente de sangue de animais vertebrados. A captura é uma das principais atividades de combate à raiva, doença fatal transmitida pelos morcegos.
Este ano, conforme dados do Programa Estadual de Combate à Raiva de Herbívoros e Outras Encefalopatias, os morcegos foram responsáveis – diretamente ou não - pela morte de dezenas de bovinos. Até o mês passado foram registrados 59 focos de raiva em diversas regiões do estado de Mato Grosso, mas a causa das mortes ainda não está confirmada.
Ano passado, 426 animais morreram supostamente mordidos por morcegos, sendo 70 com diagnóstico laboratorial em 67 propriedades rurais, nas quais o Programa detectou focos da doença.
Em Marcelândia (710 quilômetros ao norte de Cuiabá) houve um caso de raiva em um macaco-prego que teria sido contaminado pelo morcego vampiro. O macaco mordeu um cavalo, que posteriormente foi vacinado contra raiva.
O mais grave é que este ano surgiram novos focos de raiva em diferentes regiões, ocorrências que levaram pânico às populações ao ponto de provocar protestos com suspensão do consumo de carne bovina. É o caso de Novo Santo Antonio (a mais de mil quilômetros ao noroeste de Cuiabá) e Serra Nova Dourada (1.125 quilômetros ao nordeste de Cuiabá), locais onde o Instituto Nacional de Defesa Agropecuária (Indea/MT) já realizou o atendimento às propriedades neste ano.
Com essa ocorrência diferenciada, nos municípios da Regional de São Félix do Araguaia (Novo Santo Antônio e Serra Nova Dourada), veterinários e técnicos do Indea e da Secretaria de Saúde tiveram de realizar audiência pública e campanhas educativas com palestras, distribuição de folders para esclarecer à população sobre as formas de transmissão e os riscos da doença.
Conforme o responsável pelo Programa Estadual de Combate à Raiva de Herbívoros e Outras Encefalopatias, serviço vinculado ao Instituto, o médico veterinário Ernani Machado, esses municípios até então estavam isentos da doença.
Também surgiram focos em locais como no pólo de Barra do Garças, como Novo São Joaquim (três focos), Ribeirão Cascalheira(2), Araguaiana (3), Água Boa (1), General Carneiro (1) e Barra do Garças(1). Até 2009, os focos de raiva se restringiram aos municípios que compõem as regionais do Indea de Pontes e Lacerda, Cáceres e alguns de Barra do Garças e Barra do Bugres e Cuiabá.
DIFICULDADE - A captura dos morcegos não é uma atividade de fácil. Só pode ser executada durante a noite e em duas semanas do mês, uma antes da lua nova e a outra após a passagem dessa fase da lua. Além disso, quem trabalha não recebe insalubridade mesmo correndo riscos de ataques por animais peçonhentos, especialmente cobras, e de contrair doenças provocadas por fungos.
Em Mato Grosso, Estado que detém o maior rebanho bovino do país, com cerca de 27 milhões de cabeças, ao invés de ampliar, reduziu o quadro de servidores que atuam nesta frente.
Em regiões onde está havendo ocorrências de ataques, como em Barra do Garças, o número de equipes de capturadores de morcegos caiu de quatro para apenas duas, segundo Ernani Machado. Cáceres, que já teve equipe, agora depende da vinda de técnicos de outras regiões para combater a doença, pois, as atividades de vigilância com a fronteira Brasil/Bolívia exige uma grande demanda de servidores.
Machado explicou que o combate ao transmissor da raiva consiste na captura do morcego vampiro próximo ao seu habitat (caverna, fendas, sob pontes, em ocos de árvores ou em currais). Sobre o corpo do morcego é aplicada uma pasta à base de warfarina, produto que interrompe o processo de coagulação do sangue e os mata por hemorragia. Como vivem agrupados com contato direto uns com outros, os próprios morcegos fazem distribuição da pasta entre si, diminuindo desta forma a população existente na colônia ou em alguns casos dizimando todos. Este tipo de controle populacional é específico para os morcegos hematófagos da espécie Desmodus rotundus, transmissor da raiva para os herbívoros. Outras espécies de morcego quando capturados, são devolvidos à natureza sem o tratamento em questão.
Faltam médicos-veterinários e técnicos para o trabalho de monitoramento e captura de morcegos hematófagos ou “morcegos vampiros”, como são conhecidos aqueles que se alimentam exclusivamente de sangue de animais vertebrados. A captura é uma das principais atividades de combate à raiva, doença fatal transmitida pelos morcegos.
Este ano, conforme dados do Programa Estadual de Combate à Raiva de Herbívoros e Outras Encefalopatias, os morcegos foram responsáveis – diretamente ou não - pela morte de dezenas de bovinos. Até o mês passado foram registrados 59 focos de raiva em diversas regiões do estado de Mato Grosso, mas a causa das mortes ainda não está confirmada.
Ano passado, 426 animais morreram supostamente mordidos por morcegos, sendo 70 com diagnóstico laboratorial em 67 propriedades rurais, nas quais o Programa detectou focos da doença.
Em Marcelândia (710 quilômetros ao norte de Cuiabá) houve um caso de raiva em um macaco-prego que teria sido contaminado pelo morcego vampiro. O macaco mordeu um cavalo, que posteriormente foi vacinado contra raiva.
O mais grave é que este ano surgiram novos focos de raiva em diferentes regiões, ocorrências que levaram pânico às populações ao ponto de provocar protestos com suspensão do consumo de carne bovina. É o caso de Novo Santo Antonio (a mais de mil quilômetros ao noroeste de Cuiabá) e Serra Nova Dourada (1.125 quilômetros ao nordeste de Cuiabá), locais onde o Instituto Nacional de Defesa Agropecuária (Indea/MT) já realizou o atendimento às propriedades neste ano.
Com essa ocorrência diferenciada, nos municípios da Regional de São Félix do Araguaia (Novo Santo Antônio e Serra Nova Dourada), veterinários e técnicos do Indea e da Secretaria de Saúde tiveram de realizar audiência pública e campanhas educativas com palestras, distribuição de folders para esclarecer à população sobre as formas de transmissão e os riscos da doença.
Conforme o responsável pelo Programa Estadual de Combate à Raiva de Herbívoros e Outras Encefalopatias, serviço vinculado ao Instituto, o médico veterinário Ernani Machado, esses municípios até então estavam isentos da doença.
Também surgiram focos em locais como no pólo de Barra do Garças, como Novo São Joaquim (três focos), Ribeirão Cascalheira(2), Araguaiana (3), Água Boa (1), General Carneiro (1) e Barra do Garças(1). Até 2009, os focos de raiva se restringiram aos municípios que compõem as regionais do Indea de Pontes e Lacerda, Cáceres e alguns de Barra do Garças e Barra do Bugres e Cuiabá.
DIFICULDADE - A captura dos morcegos não é uma atividade de fácil. Só pode ser executada durante a noite e em duas semanas do mês, uma antes da lua nova e a outra após a passagem dessa fase da lua. Além disso, quem trabalha não recebe insalubridade mesmo correndo riscos de ataques por animais peçonhentos, especialmente cobras, e de contrair doenças provocadas por fungos.
Em Mato Grosso, Estado que detém o maior rebanho bovino do país, com cerca de 27 milhões de cabeças, ao invés de ampliar, reduziu o quadro de servidores que atuam nesta frente.
Em regiões onde está havendo ocorrências de ataques, como em Barra do Garças, o número de equipes de capturadores de morcegos caiu de quatro para apenas duas, segundo Ernani Machado. Cáceres, que já teve equipe, agora depende da vinda de técnicos de outras regiões para combater a doença, pois, as atividades de vigilância com a fronteira Brasil/Bolívia exige uma grande demanda de servidores.
Machado explicou que o combate ao transmissor da raiva consiste na captura do morcego vampiro próximo ao seu habitat (caverna, fendas, sob pontes, em ocos de árvores ou em currais). Sobre o corpo do morcego é aplicada uma pasta à base de warfarina, produto que interrompe o processo de coagulação do sangue e os mata por hemorragia. Como vivem agrupados com contato direto uns com outros, os próprios morcegos fazem distribuição da pasta entre si, diminuindo desta forma a população existente na colônia ou em alguns casos dizimando todos. Este tipo de controle populacional é específico para os morcegos hematófagos da espécie Desmodus rotundus, transmissor da raiva para os herbívoros. Outras espécies de morcego quando capturados, são devolvidos à natureza sem o tratamento em questão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário