Por essa nem o Batman esperava: de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, a morte de morcegos pode gerar um prejuízo enorme para a agricultura. O estudo foi divulgado pela publicação Science com o intuito de alertar os países sobre o problema. Entre os avisados, estava o Brasil.
Apesar de não ter divulgado a real situação do país no cenário, o estudo deu como exemplo os Estados Unidos, que perderam aproximadamente um milhão de morcegos nos últimos anos. Como consequência, 1,3 mil toneladas de insetos não foram devidamente exterminadas — já que esses são um dos pratos prediletos dos mamíferos — e uma conta de 3,7 bilhões de dólares pelos gastos com pesticida e queda de produtividade.
Pesquisadores brasileiros já começaram a se mobilizar em torno do assunto. “Cerca de 500 morcegos insetívoros, cada um pesando 10 gramas, consumiriam 6 toneladas de insetos por ano”, disse Susi Pacheco, do Instituto Sauver, ao jornal paulistano. “Além disso, como há uma grande diversidade de morcegos no Brasil, eles realizam outros serviços importantes para a regeneração de florestas: polinização e dispersão de sementes”, complementa o autor do artigo Justin Boyles, da Universidade de Pretória,na África do Sul, ao mesmo veículo.
Marco Mello, pós-doutorando da Universidade de Ulm, na Alemanha, publicou recentemente mais um estudo que analisa a interação entre plantas e morcegos no país.Em suas pesquisas, ele descobriu que o voador é o segundo grupo que mais espalha sementes na natureza, perdendo somente para as aves.
Porém, são os mamíferos voadores que desempenham o papel mais importante, já que eles cuidam da dispersão das sementes de plantas pioneiras, as que costumam iniciar oprocesso de reflorestamento. Em outras palavras, esses animais são figuras de extrema relevância em áreas degradadas ou fragmentadas.
Embora apontem alguns dados sobre a espécie, estudiosos revelam que conhecem ainda muito pouco sobre o mamífero. “A gente mal sabe que tipo de insetos eles comem. O cerrado, bioma com maior número de áreas agrícolas, tem muitos morcegos insetívoros. Precisamos estudar seu comportamento”, entregou Ludmilla Aguiar, da Universidade de Brasília (UnB). A causa é tão séria que as Nações Unidas declararam 2011 como o ano dos morcegos, para conscientizar sobre a importância ambiental desses bichos.
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