Publicado por Sofia Iba em 5 abril 2012
A próxima etapa nas negociações para retirada das restrições impostas pela Rússia às importações de carnes brasileiras será a realização de uma teleconferência entre os técnicos da defesa agropecuária dos dois países, dentro dos próximos dez dias, para definir a vinda de mais uma missão russa que irá vistoriar frigoríficos.
A continuidade das conversas por meio de teleconferência foi definida na reunião realizada na segunda-feira desta semana, em Buenos Aires, entre o secretário de Defesa Agropecuária, Ênio Marques Pereira, e o chefe do serviço sanitário russo (Rosselkhoznadzor), Sergey Dankvert, que na ocasião cumpria agenda de inspeção na Argentina.
Além de definir a vinda de mais uma missão ao Brasil – a última veio entre novembro e dezembro do ano passado e visitou frigoríficos em Mato Grosso, Goiás e São Paulo -, os técnicos devem definir mais dois pontos na equivalência das normas sanitárias entre os dois países.
Em abril completam dez meses de vigência do embargo russo às compras de carnes de frigoríficos localizados em Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. A suspensão foi anunciada em maio do ano passado e entrou em vigor em junho, sob alegação de “questões técnicas”.
Segundo balanço divulgado pelo Ministério da Agricultura, dentre as 139 plantas frigoríficas habilitadas pelo serviço sanitário russo apenas 48 atualmente estão autorizadas a exportar para aquele mercado, sendo que as originárias de 40 estabelecimentos estão submetidas a controles mais rígidos por parte do Rosselkhoznadzor. Dos 68 frigoríficos de bovinos autorizados, 39 podem exportar para os russos, mas as cargas de 26 plantas têm que passar pela análise Rosselkhoznadzor antes de serem comercializadas.
Os dados sobre as exportações brasileiras mostram que o setor de carne suína sofre o maior impacto das restrições impostas pela Rússia. Até o ano passado o mercado russo respondia por 45% das vendas brasileiras de carne suína. O balanço relativo ao primeiro bimestre deste ano mostra que participação caiu para apenas 12%. As exportações de carne suína para a Rússia nos dois primeiros meses deste ano recuaram 72% em valor e 73% em volume, comparativamente ao mesmo período do ano passado.
Fonte: Agência Estado, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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