sexta-feira, 8 de março de 2013

Medidas sanitárias gerais para ovinos e caprinos


Medidas sanitárias gerais para ovinos e caprinos

Por *Tânia Valeska M Dantas Simões

A sanidade abrange uma série de atividades técnicas, conduzidas para manter as condições de saúde dos animais, as quais são influenciadas pelo meio ambiente, práticas inadequadas de manejo, pelo genótipo, entre outras causas. Os problemas de erro de manejo incluem: nutrição inadequada, limpeza, desinfecção e higiene precária, instalações mal planejadas, manejadores despreparados, criação conjunta de animais de diferentes espécies, presença de ratos, pássaros e moscas. Problemas relacionados ao meio ambiente são: escassez de alimentos e água, mudanças bruscas de temperatura, presença de ventos frios, poeira, calor, radiação entre outros. 

Considerando os inúmeros fatores que podem influenciar na saúde dos animais sabe-se que não são fáceis as soluções para enfrentar estes fatores, por isso o produtor, antes de tudo, deverá estar adiante das enfermidades, adotando programas rigorosos de higiene e um plano de profilaxia preventiva, segundo os problemas identificados em cada região. Várias medidas poderão ser tomadas com o objetivo de minimizar as condições ambientais adversas, permitindo a saúde do animal e/ou rebanho, bem como a viabilidade da exploração.

O manejo sanitário inclui ações nas instalações, nos comedouros, bebedouros e saleiros, aplicação de vacina, vermífugo, limpeza e desinfecção, realização de quarentena e isolamento, entre outras. Com relação às instalações, primeiramente devemos considerar cada tipo de sistema de produção e estas devem apresentar condições de boa ventilação, temperatura amena, baixa umidade e lotação adequada, de modo geral, deve ser de 0,8 a 1,0m2/animal. A limpeza geral do aprisco deverá ser realizada diariamente ou pelo menos a cada dois dias, sendo o esterco colocado em local apropriado, de preferência em esterqueira. 

Esterqueira é um local do destino dos dejetos sólidos e/ou líquidos. Tem por finalidade, armazenar o esterco produzido, de forma que seja permitida uma adequada fermentação do material, resultando em um produto final de qualidade, com higiene e segurança. O uso de esterqueiras permitirá ao produtor, aproveitar um rico material orgânico disponível nas propriedades, trabalhando sempre com higiene e profilaxia. As esterqueiras podem ser basicamente de três tipos: esterqueira subterrânea, de encosta e de três celas. Após trinta dias ou mais de armazenamento, o esterco poderá ser utilizado para adubar culturas e pastagens. 

Dentre as instalações, devemos considerar um local para o isolamento, a quarentena, o manejo específico, comedouros, bebedouros e saleiros, curral de manejo e sala de ordenha. Isolamento é um local destinado a isolar animais doentes do rebanho, para observação e eventuais tratamentos. Este setor deve ser rigorosamente desinfectado com solução de creolina, vassoura de fogo, ou uma camada fina de cal virgem nas paredes e piso. E deve ficar afastado do curral de manejo. 

O quarentenário é um local imprescindível no ato da aquisição de novos animais. É uma construção isolada das demais. Deve dispor de local próprio para acesso ao pasto, onde os animais recém-adquiridos permanecerão por um período pré-determinado pelo veterinário. Neste período, os animais serão examinados clinicamente e submetidos a testes laboratoriais no intuito de detectar possível (is) sintoma(s) ou alterações, que indiquem a presença de enfermidade(s). 

Aprisco é uma estrutura que tem o objetivo de abrigar as espécies e categoria de animais, para que o manejo possa ser diferenciado. Devendo proporcionar segurança aos animais e ficar próximo ao centro de manejo. Os comedouros, bebedouros e saleiros devem permanecer do lado de fora da instalação/aprisco. Os bebedouros podem ser em vasos comunicantes para prevenir contaminação por fezes na água de bebida, e, os saleiros poderão estar dentro ou fora do aprisco, dado o fato de serem suspensos e, de preferência a 1,0 m de altura do solo dependendo da categoria animal. 

Curral de manejo destina-se ao manejo dos animais durante os procedimentos de vacinação, seleção, vermifugação de forma a proporcionar maior segurança aos animais e técnicos, permitindo-se observar todos os animais do rebanho. A sala de ordenha é para uso exclusivo de animais em lactação. Deverá ser construída com critérios que permita a limpeza e higienização, bem como conforto aos animais e seja funcional. Sempre seguir as orientações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e outras instituições de pesquisa e extensão. 

Existem ainda os pedilúvios que são destinados à desinfecção de animais, veículos e manejadores, evitando assim, que atuem como disseminadores de doenças através dos diferentes setores e entre propriedades. Devem ser construídos nas entradas da fazenda e nos apriscos, principalmente. 

Partindo dos cuidados com as instalações para os cuidados com os animais de forma geral, inclui atenção especial à aquisição de animais, verificando a aparência dos mesmos, a procedência, o estado de saúde geral do rebanho, solicite sempre que possível sorologia para a Artrite encefalite caprina e para a Maedi-visna, para caprinos e ovinos, respectivamente. Mantenha os animais sempre com uma alimentação balanceada e com água e sal a vontade. 

È importante na propriedade ter um manejo para as controlado para as vermifugações e vacinações, com calendário anual. Apresentar fichas de controle individual e coletiva com informações sobre nascimento, mortalidades e sintomas de doença. Ter um manejador preparado e conhecedor dos principais sintomas das doenças mais frequentes auxilia no diagnóstico e tratamento precoce e isolamento do animal evitando a disseminação. Promover o descarte orientado, determinar a quantidade de piquetes para o pastejo rotacionado. Realizar o casqueamento frequentemente a fim de evitar infecções podais e perdas econômicas. Combater a presença de outros animais e insetos. Realizar a limpeza diária das instalações. Realizando concomitantes as ações citadas o produtor mantém o rebanho saudável evitando perdas econômicas.

*Tânia Valeska M Dantas Simões é pesquisadora da área de Sanidade Animal da Embrapa Tabuleiros Costeiros


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