PAULO ROGÉRIO | pgomes@redegazeta.com.br
Rádio CBN Vitória (93,5 FM)
Proprietários de cavalos em trânsito no Estado deverão portar o exame negativo de mormo - doença incurável e semelhante a pneumonia de humanos. Os produtores rurais devem ficar atentos à portaria nº 019 publicada no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira (14) pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf). A medida foi necessária após casos da doença registrados pela primeira vez no Estado.
O Espírito Santo registrou seis casos de equinos com mormo - todos do Regimento da Polícia Montada estão doentes, de acordo com Secretaria de Estado da Agricultura (Seag). O Idaf informou que a situação sanitária do Espírito Santo é de 'Estado com ocorrência de mormo' e que trabalha para reconquistar o status de área livre da doença o mais rápido possível, de acordo com o chefe do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Animal, Fabiano Fiuza Rangel.
“Além dos exames obrigatórios que já eram feitos nos animais, também será preciso fazer este exame. Isso precisa ser feito para animais em trânsito dentro Estado ou em deslocamento envolvendo estados vizinhos. Será necessário também um laudo veterinário garantindo que não há nenhuma manifestação clínica dessa doença na propriedade. Se for flagrado algum equino, durante abordagem em trânsito, sem o certificado do exame negativo de mormo, o produtor rural pode ser autuado e os animais apreendidos”, alertou.
Os animais infectados foram confinados no centro de criação de cavalos da Polícia Militar, em Cariacica. Em breve, os animais serão transportados para o Centro de Pesquisas do Ministério da Agricultura em São Paulo ou podem ser encaminhados para sacrifício, de acordo com o Idaf. O comandante do Regimento Montado no Estado, coronel Márcio Sartório disse que, entre os cavalos doentes, quatro foram adquiridos há 90 dias pelo Estado e estavam em fase de treinamento. Os outros dois eram utilizados em operações na Grande Vitória há cinco anos.
Investigações epidemiológicas preliminares indicam que a doença pode ter origem em Pernambuco, visto que os animais adquiridos pelo Espírito Santo vieram do estado nordestino, conforme informações de Fabiano Rangel.
“Nós pegamos alguns documentos sanitários da Cavalaria da PM, referentes aos últimos 90 dias, e realmente houve a vinda de animais do estado de Pernambuco. Esse é nosso principal foco de investigação inicial. Suspeitamos que que esses cavalos já vieram com a doença para o Espírito Santo”, declarou.
A possibilidade de infecção em humanos existe, mas ela é quase nula, segundo o chefe do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Animal no Idaf. “Mesmo com o mormo sendo uma zoonose, ou seja, uma doença que possa ser passada ao ser humano, não existe, em todo o Brasil, nenhum registro dessa doença em humanos”, frisou.
Mesmo a possibilidade remota da infecção em humanos, Fabiano Rangel garantiu que foram tomados todos os procedimentos preventivos de quem está em contato com os animais. Os policiais que tiveram contato com os cavalos não manifestaram sintomas da doença. O Regimento da Polícia Montada conta com outros 121 animais que irão passar por exames, conforme um protocolo padrão do Estado.
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