A Coordenação de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Cispoa), da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul, determinou a retirada, nesta quinta, dia 09, de novos lotes do leite LatVida e de outras marcas produzidas pelo fabricante VRS-Indústria de Laticínios. A medida, definida como de preocupação e com objetivo de resguardar a saúde do consumidor, atinge também as marcas Hollmann, Goolac e Só Milk.
A ação integra a Operação Leite Compen$ado, do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), deflagrada na quarta, dia 8, que identificou adição de água e ureia em lotes do produto no Estado. O esquema, feito por transportadores, fez com que lotes das marcas Mu-Mu, Italac e Líder (além da Latvida) fossem retirados do mercado.
Impacto no mercado
A descoberta da fraude no interior do Rio Grande do Sul está causando divisão na cadeia do leite do país. Produtores acreditam que o escândalo pode impactar o mercado.
Em São Paulo, o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados(Sindileite), Carlos Humberto Mendes de Carvalho, garante que o sistema de inspeção da bebida é seguro. Para ele, a descoberta da fraude não deve prejudicar o consumo do produto.
No Rio Grande do Sul, o secretário-executivo da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Estado (Apil), Alexandre Rota, afirma que as empresas que a entidade representa não devem ser prejudicadas pela adulteração do leite, já que compram a matéria-prima diretamente do produtor, sem nenhum intermediário. Ele aponta, no entanto, que a fraude pode colocar em cheque toda a cadeia, já que as pequenas empresas representam 10% da captação direta e quase que 35% da mão de obra da cadeia.
Agora, o Rio Grande do Sul deve propor a eliminação do transportador autônomo nesta cadeia produtiva. Para o secretário de Agricultura do Estado, Luiz Fernando Mainardi, o transporte, da porteira da propriedade às plataformas dos laticínios, deve ser de responsabilidade da indústria.
Confira a lista de lotes suspensos nesta quinta:
Leite UHT Integral
Hollmann, Goolac, Só Milk e LatVida
- 103, 184, 189, 190, 196, 200, 201, 202, 204 e 205;
Leite UHT Semidesnatado
LatVida
- 190, 193 e 103;
Leite UHT Desnatado
Só Milk e Lat Vida
- 188, 198, 202, 104 e leite produzido em 16 de fevereiro de 2013, com validade em 16 de junho de 2013;
Nota de esclarecimento
Das empresas que tiveram os lotes adulterados na quarta, a Latvida era a única que ainda não havia se pronunciado. Em nota, na tarde desta quinta, a companhia considerou que "apoia integralmente todas as medidas do Ministério Público, da Coordenadoria de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Cispoa) e do Ministério da Agricultura para combater as fraudes no leite". A marca ressaltou que a investigação do MP mostra que "as indústrias não sabiam da fraude, mas que teriam falhado em não detectar tais problemas no controle de qualidade".
A Latvida ainda lembrou que, até fevereiro deste ano, era usada como empresa modelo para treinamento dos fiscais sanitários. A marca se colou à disposição das autoridades para combater a fraude, mas afirmou que "clama para que não recaia unicamente sobre a indústria a responsabilidade por atos dos transportadores".
Entenda o caso
O Ministério Público do Rio Grande do Sul, com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Receita Estadual e da Brigada Militar, deflagrou na quarta, dia 8, a Operação Leite Compen$ado, que apura, desde 2012, a adulteração de leite no Estado. A investigação apontou que cinco empresas de transporte de leite adicionavam água e ureia, que tem formol em sua composição, para dar mais volume às mercadorias. Com o aumento do volume do leite transportado, os atravessadores lucravam 10% a mais que os 7% já pagos sobre o preço do leite cru. O MP suspeita que o esquema possa ter adulterado até 100 milhões de litros nos últimos 12 meses. As marcas que tiveram lotes de leite suspensos do mercado são Italac, Bom Gosto/Líder, Mu-Mu, Latvida, Hollmann, Goolac e Só Milk. A operação resultou em 13 mandados de busca e, até o momento, seis pessoas permanecem presas.
FONTE: GOVRS E Canal Rural
http://www.agrosoft.org.br/agropag/225262.htm?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+agrosoft+%28Jornal+Agrosoft%29&utm_content=Yahoo%21+Mail
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