segunda-feira, 10 de junho de 2013

Compostagem da cama de equinos: opção para reciclagem do material orgânico



Método consiste em transformar o resíduo em adubo orgânico, por meio do manejo correto da pilha
Nivea Schunk
06/05/2010
Na ocasião dos Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro em 2007, a Embrapa Solos iniciou um trabalho de compostagem das camas de equinos. Por solicitação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, devido ao elevado número de animais presentes no evento, o comitê organizador ficou incumbido de garantir medidas de controle sanitário diante do excedente de resíduos.


O projeto tem o objetivo de criar opções para reciclagem do material orgânico também para os criadores. Ricardo Trippia, pesquisador responsável pela iniciativa, classifica a compostagem como uma antiga técnica que tem sido resgatada pelos critérios mais científicos para a melhoria do processo.
— Prejudicial ao solo, água e atmosfera, a prática mais comum é amontoar os restos e dejetos nas esterqueiras para serem vendidos como substrato na produção de mudas. Nós fomos convidados para dar uma destinação adequada àqueles dejetos, evitar a proliferação de parasitas e doenças na cidade — explica o pesquisador.
O método consiste em transformar o resíduo em adubo orgânico, por meio do manejo correto da pilha. À medida que os microrganismos começam a se alimentar da própria mistura, liberam energia em forma de calor, esquentando a até 70 graus. O material deve ser revirado e molhado periodicamente para promover a oxigenação, mistura dos resíduos e controlar a temperatura. De acordo com Trippia é um processo de cozimento natural, que pode ser considerado praticamente uma pasteurização.
Essa reciclagem gera benefícios ambientais e econômicos aos criadores, viabilizando redução na compra de fertilizantes químicos e potencializando os efeitos com aplicações conjuntas dos dois tipos de produto. O resultado final desse manejo é a produção de um composto de ótima qualidade. Rico em nutrientes retém melhor a umidade e alimenta outros microrganismos benéficos no solo.
São várias as vantagens em termos de fertilidade do solo e nutrição de plantas. O material orgânico de valor agregado pode ser usado para melhorar o gramado da escola ou do centro de hipismo, paisagismo (flores e arborização). E até mesmo recuperar áreas degradadas replantando árvores com o adubo tratado.
— Por meio da parceria com a escola de equitação do Exército do Rio de Janeiro, estamos fazendo testes para desenvolver protocolos de manejo das pilhas em busca da melhoria do próprio composto, reciclando restos de comida, buscando diminuir o tempo de preparação e aumentar a qualidade. E a próxima fase será aplicar os diferentes tipos de compostos e avaliar o nível de qualidade — conta o pesquisador.
Existe a proposta de auto-suficiência e sustentabilidade do sistema de criação. A cama feita de restos da indústria de madeira gera o fertilizante, que é utilizado no cultivo de árvores e volta a ser cama, fechando o ciclo.
Clique aqui, ouça a íntegra da entrevista concedida com exclusividade ao Portal Dia de Campo e saiba mais detalhes da tecnologia.http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=21635&secao=Pacotes%20Tecnol%F3gicos&c2=Equinos

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