quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Aquacen detecta a primeira doença de notificação obrigatória à OIE para Moluscos




O Aquacen, Laboratório Oficial Central do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), sediado na Escola de Veterinária da UFMG, realizou a primeira detecção no Brasil do protozoário denominado Perkinsus marinus
Os métodos utilizados para fazer o diagnóstico foram a reação em cadeia da polimerase (PCR), seguido de sequenciamento do DNA da região alvo, sendo os métodos oficiais recomendados pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE)
Perkinsus marinus foi detectado em amostras oficiais coletadas por fiscais do Ministério da Pesca e Aquicultura na costa da Paraíba (município de Lucena), em bancos naturais onde se encontram as ostras Crossostrea rhizophorae, que é uma espécie nativa e susceptível ao protozoário. “Apesar da presença do agente infeccioso, todas as ostras da região amostrada não apresentavam sinais clínicos da doença, sendo consideradas apenas como portadores assintomáticos do protozoário” explica o professor Henrique Figueiredo, Coordenador do Aquacen.
Contudo, o P. marinus pode causar infecções graves e mortalidade considerável quando alcança os cultivos da ostra Crassostrea gigas, a ostra do pacífico, que é cultivada em larga escala no litoral do Estado de Santa Catarina.  Por isso, a partir dos resultados laboratoriais a equipe do MPA, com o apoio técnico do Aquacen, estabeleceu medidas de controle de trânsito para preservar as áreas produtoras de ostras não atingidas, por meio da portaria MPA nº 4, de 31 de janeiro de 2013. “Essa é a principal medida para que o P. marinus não se espalhe por outras regiões do país” completa o professor.
O caso foi informado imediatamente à Organização Mundial de Saúde Animal, que publicou a notificação em seu site oficial no dia 31 de janeiro de 2013 (documento disponível em
Da esquerda para direita: Carlos Augusto Gomes Leal, Professor de Doenças infeccciosas e parasitárias de animais aquáticos; Alex Fiorini de Carvalho, Pesquisador Senior - Aquacen; Rômulo Cerqueira Leite, Professor - Coordenador do Aquacen; Henrique César Pereira Figueiredo, professor de Sanidade de Animais Aquáticos - Coordenador Aquacen

Beef Jerky brasileiro é aprovado pela União Europeia



Com a decisão da UE, o Brasil adquire a mesma igualdade no processo de fabricação das matérias-primas de países concorrentes na exportação como a África do Sul e Uruguai
O Brasil recebeu autorização da União Europeia (UE) para exportar produtos cárneos secos, fatiados, curados, condimentados e termoestáveis, conhecidos como beef jerky. O comunicado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foi feito pelas autoridades sanitárias da UE nesta semana. Isso não era possível desde 2007, por conta da legislação vigente na Comunidade Européia, que determinava que a matéria-prima cárnea atingisse uma temperatura mínima de 80ºC.
A alteração na lei foi possível devido a negociações realizadas entre as autoridades brasileiras, do Ministério da Agricultura e da Comunidade Europeia. As discussões tiveram início em 2010, quando técnicos do Mapa propuseram a mudança junto à UE. Desde então, missões da Comunidade visitaram o Brasil, percorreram fábricas e conheceram o processo de fabricação.
Com a decisão da UE, o Brasil adquire a mesma igualdade no processo de fabricação das matérias-primas de países concorrentes na exportação do produto, como a África do Sul e Uruguai.
Mais informações para a imprensa:
Assessoria de Comunicação Mapa
(61) 3218-3088
Mônica Bidese
monica.bidese@agricultura.gov.br


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Guia de Boas Práticas Agropecuárias ganha versão em português



Pesquisadores e técnicos da Embrapa Gado de Leite traduziram para o português o Guia de Boas Práticas Agropecuárias, voltado para a pecuária de leite. O documento, elaborado em 2011 pela FAO (órgão das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e pelaFederação Internacional do Leite (IDF, na sigla em Inglês), possuía apenas versões nos idiomas espanhol, russo, francês e chinês. A versão em português, com o título Guia de Boas Práticas na Pecuária de Leite, já está disponível nos sites da FAO e do IDF e também pode ser acessada no site da Embrapa Gado de Leite clicando aqui (arquivo ZIP/PDF). 


O guia é a principal literatura internacional sobre os programas de boas práticas na agropecuária. Elaborado de forma didática, acessível a diversos públicos, o material aborda os cinco pilares das Boas Práticas Agropecuárias (BPA): saúde animal, higiene na ordenha, nutrição, bem-estar animal, meio ambiente e gestão socioeconômica. 



As BPA disponibilizam técnicas para solucionar ou diminuir os problemas ambientais, econômicos e sociais resultantes da produção agrícola. O que se espera é a produção de alimentos seguros e nutritivos para a sociedade. 



FONTE



Rubens Neiva - Jornalista

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PROJETO DE LEI DO SENADO, Nº 427 de 2012, Institui a Política Nacional de Defesa Agropecuária.


Protocolado em 28/11/2012, o PLS foi distribuído às Comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA); e de Agricultura e Reforma Agrária, cabendo à última a decisão terminativa.
Atualmente na CMA Em 18/12 a matéria foi distribuída ao Senador Pedro Taques, para relatar.
Se aprovada na CMA e CRA, e não houver recurso para apreciação pelo Plenário, seguirá para tramitação na Câmara dos Deputados (CD).
Sendo aprovado na CD sem alterações, segue para a sanção presidencial. Se receber alterações,  estas serão analisadas pelo Senado, após o que o PLS seguirá para a sanção presidencial, quando ainda poderá receber vetos (parciais ou total).
O PLS, entre outras medidas, revoga o Decreto nº 24.548 de 3 de julho de 1934; e o Decreto nº 24.114, de 12 de abril de 1934, ensejando a atualização destes decretos da era Vargas por meio decreto presidencial.

Leia aqui o conteúdo do PLS nº 427/2012

Inquérito Epidemiológico de Prevalência de Tuberculose e Brucelose Bovina no Rio Grande do Sul


Divulgação/Sxc
Foto: Divulgação/Sxc
Coletas devem ser realizadas entre março e junho

Rio Grande do Sul terá diagnóstico de doenças no rebanho bovino

Ação pretende testar aproximadamente onze mil animais em 1065 propriedades em todo o Estado


Uma equipe composta por 70 técnicos da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul inicia, no próximo mês, o Inquérito Epidemiológico de Prevalência de Tuberculose e Brucelose Bovina no Rio Grande do Sul. Coordenada pelo Departamento de Defesa Agropecuária (DDA), a ação pretende testar aproximadamente onze mil animais em 1065 propriedades em todo o Estado. 

O objetivo do inquérito é detectar a prevalência destas duas enfermidades no rebanho bovino gaúcho. Tuberculose e brucelose são doenças que causam queda na produtividade e na fertilidade do rebanho. Além dos prejuízos econômicos, acarretam riscos à saúde humana, pois são zoonoses, doenças transmissíveis dos animais para o homem. As normas sanitárias determinam o sacrifício sanitário para evitar a transmissão para outros animais. 

O inquérito será desenvolvido a partir de convênio estabelecido entre a Secretaria da Agricultura e o Ministério da Agricultura, através do Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), que aportará R$ 430.000,00, e de parceria constituída com o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), que liberará recursos para compra de parte dos materiais necessários para o trabalho. 

O secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, destacou que mais esta ação conjunta busca o fortalecimento da defesa sanitária do Estado, instrumento fundamental para a valorização da produção de carne e leite do Rio Grande do Sul, tendo em vista que a sanidade é condição determinante para garantia de mercados e para a obtenção de melhores preços. 

Conforme o presidente do Fundesa, Rogério Kerber, o estudo de prevalência das duas doenças irá ajudar a saber qual é o percentual de ocorrência e as localizações, para melhorar as estratégias de controle e erradicação.

De acordo com a gerente do programa de Tuberculose e Brucelose da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Ana Groff, as coletas devem ser realizadas entre março e junho e o resultado deverá conhecido no segundo semestre. Os animais testados em que forem detectadas aquelas doenças serão encaminhadas ao abate sanitário e seus proprietários indenizados.

GOVERNO DO RIO GRANDE DO SUL

Ministério assegura que laboratório agropecuário do Rio volta a funcionar neste semestre


Rio de Janeiro - O coordenador-geral de Apoio Laboratorial do Ministério da Agricultura (Mapa), Ernesto do Nascimento Viegas, informou à Agência Brasil que o Laboratório Nacional Agropecuário do Rio de Janeiro (Lanagro Rio) deverá retornar à atividade ainda neste primeiro semestre.


As instalações do complexo de laboratórios funcionavam junto ao Estádio do Maracanã, na zona norte da cidade. A mudança do complexo para a zona portuária foi feita para dar lugar às obras para a Copa do Mundo de Futebol de 2014. Em consequência, o prédio que pertencia à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), onde funcionavam os laboratórios, foi vendido para o governo fluminense. “Tivemos que retirar o laboratório daquelas instalações para viabilizar as obras da Copa do Mundo”, disse Viegas.

A expectativa é que a primeira unidade do Lanagro Rio volte a funcionar dentro de 90 dias, informou Viegas. “Temos um quadro de pessoal bom. O laboratório já está em processo de reinstalação”, assegurou o coordenador. Viegas informou que nem todas as unidades laboratoriais vão voltar a operar de imediato no novo prédio. O coordenador disse que seria irreparável para o estado perder o complexo de laboratórios. Ele acrescentou que, no caso do Rio de Janeiro, os laboratórios são importantes para apoiar o comércio exterior por causa da proximidade do porto e do aeroporto internacional.

O complexo de laboratórios deverá reabrir, em um primeiro momento, as unidades de análise de bebidas e vinagres, produtos de origem animal e de água usada na indústria. A previsão é que, posteriormente, também deverão voltar a funcionar a unidade de análise físico-química de alimentos para animais e a de classificação vegetal.

O coordenador de Apoio Laboratorial do Ministério da Agricultura garantiu que não existe perigo de deterioração dos equipamentos laboratoriais até sua instalação no novo endereço. “Foi tudo muito bem acondicionado”. Os aparelhos mais sensíveis, como os cromatógrafos (aparelhos que permitem analisar diversos compostos em uma amostra), foram transportados por empresa especializada. O complexo laboratorial do Rio é parte do Laboratório Nacional Agropecuários de Minas Gerais (Lamagro-MG).

Não haverá também nenhum problema em relação aos profissionais que trabalhavam nas unidades. Enquanto as novas instalações não estiverem operando, os membros da equipe do Lanagro Rio, formada por 40 pessoas, das quais 17 de nível superior - médicos veterinários, farmacêuticos, engenheiros químicos e agrônomos – desempenharão outras atividades inerentes à rede de laboratórios. “Estão envolvidos em trabalhos de fiscalização e auditoria e outras ações relacionadas”, informou Viegas.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

ATRIBUIÇÕES DO MÉDICO VETERINÁRIO



  • A prática da clínica em todas as suas modalidades;
  • A direção dos hospitais para animais;
  • A assistência técnica e sanitária aos animais sob qualquer forma;
  • O planejamento e a execução da defesa sanitária animal;
  • A direção técnica sanitária dos estabelecimentos industriais e, sempre que possível, dos comerciais ou de finalidades recreativas, desportivas ou de proteção onde estejam, permanentemente, em exposição, em serviço ou para qualquer outro fim animais ou produtos de sua origem;
  • A inspeção e a fiscalização sob o ponto-de-vista sanitário, higiênico e tecnológico dos matadouros, frigoríficos, fábricas de conservas de carne e de pescado, fábricas de banha e gorduras em que se empregam produtos de origem animal, usinas e fábricas de laticínios, entrepostos de carne, leite, peixe, ovos, mel, cera e demais derivados da indústria pecuária e, de um modo geral, quando possível, de todos os produtos de origem animal nos locais de produção, manipulação, armazenagem e comercialização;
  • A peritagem sobre animais, identificação, defeitos, vícios, doenças, acidentes, e exames técnicos em questões judiciais;
  • As perícias, os exames e as pesquisas reveladoras de fraudes ou operação dolosa nos animais inscritos nas competições desportivas ou nas exposições pecuárias;
  • O ensino, a direção, o controle e a orientação dos serviços de inseminação artificial;
  • A regência de cadeiras ou disciplinas especificamente médico-veterinárias, bem como a direção das respectivas seções e laboratórios;
  • A direção e a fiscalização do ensino da medicina veterinária, bem como do ensino agrícola médio, nos estabelecimentos em que a natureza dos trabalhos tenha por objetivo exclusivo a indústria animal;
  • A organização dos congressos, comissões, seminários e outros tipos de reuniões destinados ao estudo da medicina veterinária, bem como a assessoria técnica do Ministério das Relações Exteriores, no país e no estrangeiro, no que diz com os problemas relativos à produção e à indústria animal.
  • As pesquisas, o planejamento, a direção técnica, o fomento, a orientação e a execução dos trabalhos de qualquer natureza relativos à produção animal e às indústrias derivadas, inclusive às de caça e pesca;
  • O estudo e a aplicação de medidas de saúde pública no tocante às doenças de animais transmissíveis ao homem;
  • A avaliação e peritagem relativas aos animais para fins administrativos de crédito e de seguro;
  • A padronização e a classificação dos produtos de origem animal;
  • A responsabilidade pelas fórmulas e preparação de rações para animais e a sua fiscalização;
  • A participação nos exames dos animais para efeito de inscrição nas Sociedades de Registros Genealógicos;
  • Os exames periciais tecnológicos e sanitários dos subprodutos da indústria animal;
  • As pesquisas e trabalhos ligados à biologia geral, à zoologia, à zootécnica, bem como à bromatologia animal em especial;
  • A defesa da fauna, especialmente a controle da exploração das espécies animais silvestres, bem como dos seus produtos;
  • Os estudos e a organização de trabalhos sobre economia e estatística ligados à profissão;
  • A organização da educação rural relativa à pecuária.

Referência: Lei nº 5.517/68



Brasil pode ser a quarta economia global até 2050, diz pesquisa


Zeafonso/SXC
Foto: Zeafonso/SXC
De acordo com o estudo, China, Índia, Brasil e outros mercados emergentes ganharão importância pelos baixos custos de produção

Estudo aponta também que a China deve ultrapassar os Estados Unidos no posto de maior economia global já em 2017


A economia brasileira pode ultrapassar a japonesa e obter o posto de quarta maior do mundo até 2050, aponta a pesquisa "World in 2050 - The Brics and Beyond: Prospects, Challenges and Opportunities", (O mundo em 2050 - Os Brics e além: perspectivas, desafios e oportunidades), elaborado pela consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC). De acordo com o levantamento, o Brasil apresenta "fortes indícios" de que irá passar o país asiático.
A pesquisa leva em conta o Produto Interno Bruto (PIB) pela paridade do poder de compra (PPC). Em 2011, o Brasil possuía US$ 2,3 trilhões de acordo com dados do Banco Mundial. Em 2050, deve ter US$ 8,8 trilhões. O Japão possuía em 2011 um PIB de US$ 4,3 trilhões e deve chegar a US$ 8,06 trilhões em 2050.
O estudo aponta também que a China, atual segunda maior, deve ultrapassar os Estados Unidos no posto de maior economia global, já em 2017, pela PPC e, em 2027, pelas taxas de câmbio de mercado. A estimativa da PwC é que o PIB da China seja de US$ 30,6 trilhões em 2030, ante US$ 23,3 trilhões dos EUA. Os EUA, no entanto, manterão o primeiro lugar no quesito de maior PIB per capita em 2050, perto de US$ 90 mil.
A Índia deve se posicionar como a terceira economia do planeta em 2050, à frente do Brasil e do Japão, com US$ 34,7 trilhões. O estudo revela o avanço do México e da Indonésia, que em 2050 devem estar entre as 10 maiores economias - em 7º e 8º lugares, respectivamente - em termos de PIB por PPC. Países como a Nigéria e o Vietnã são projetados para passar para o top 20 em 2050, em respectivas 13ª e 19ª posições.
O relatório alerta para riscos políticos e macroeconômicos que ameaçam o crescimento dos emergentes, como elevados déficits fiscais na Índia e no Brasil; excessiva dependência das receitas de petróleo e gás na Rússia e na Nigéria; desigualdade de renda que gera tensões sociais na China e em outras economias em rápida expansão; e a instabilidade econômico-financeira no Vietnã.
De acordo com o estudo, China, Índia, Brasil e outros mercados emergentes ganharão importância pelos baixos custos de produção e pelo tamanho dos seus mercados de consumo.

– Num período em que a tendência de crescimento global nas economias desenvolvidas é estimada em não mais que 2%, as empresas terão que olhar cada vez mais para estas regiões se quiserem crescer – afirmou John Hawksworth, economista-chefe da PwC do Reino Unido e coautor do relatório.Agência Estado

Formulação acelera tratamento contra picada de abelhas



Experimentos realizados no Instituto Butantan, em parceria com cientistas do exterior, possibilitaram o desenvolvimento de uma formulação capaz de eliminar mais rapidamente os efeitos causados por picadas de abelhas em pessoas alérgicas ao veneno. Os pesquisadores desenvolveram lipossomas, elaborados a partir de lipídeos naturais, que podem acelerar o tratamento porque concentram o veneno em seu interior, diminuindo a dose necessária para se atingir o mesmo objetivo. Neste caso o objetivo é a diminuir ou eliminar a sensibilidade ao veneno em pessoas alérgicas. É um tratamento chamado de Imunoterapia.


"Trata-se de uma iniciativa inédita no mundo, do que pode vir a ser uma imunoterapia e o processo já foi devidamente patenteado", conta a professora Maria Helena Bueno da Costa, que é doutora peloInstituto de Química (IQ) da Universidade de São Paulo (USP). Os testes feitos com animais mostraram bons resultados e o próximo passo seria envolver experimentos em humanos.



Para desenvolver as doses experimentais, os pesquisadores utilizaram o veneno total da abelha. Sabe-se que os principais componentes do veneno das abelhas são a fosfolipase, presente em 12%, e a melitina, que representa 50% da composição. O veneno total foi encapsulado (incluídos dentro do lipossoma) em membranas artificiais produzidas em laboratório, os chamados lipossomas. "Os lipossomas sãonanocápsulas que podem concentrar grande quantidade de veneno no seu interior", descreve a cientista. 



"O veneno foi modificado quimicamente para não causar danos nas membranas do lipossoma", descreve Maria Helena, lembrando que os próprios lipossomas também passam por modificação na composição. Um excesso de inibidor de fosfolipase e de melitina foi adicionado ao filme lipídico usado para a produção dos lipossomas, garantindo, portanto, a sua estabilidade.



Estes lipossomas serão responsáveis pelo transporte da formulação no corpo humano, tornando mais rápido e eficiente o tratamento. "Acidentes com abelhas, apesar de raros, podem causar diversos sintomas em pessoas alérgicas causando, em casos extremos, até um choque anafilático", descreve a pesquisadora.



Tratamento longo




Segundo a pesquisadora, os tratamentos convencionais em casos de picadas de abelhas que atingem pessoas alérgicas podem levar entre 4 e 5 anos. "Além de longo, é doloroso, porque o paciente é submetido a injeções do próprio veneno", explica, lembrando que o índice de rejeição ao tratamento também é alto. "Em geral, o tratamento imediato envolve o uso de antialérgicos, adrenalina e cortisona", conta Maria Helena. Portanto o uso de lipossomas contendo o veneno da abelha seria um tratamento profilático, preventivo.



Nos testes em laboratórios, os cientistas realizaram tratamentos em dois grupos de animais que receberam doses do veneno por um período de 120 dias. Após este período, o grupo submetido à formulação com as nanocápsulas (lipossomas) nada sofreu, na simulação de picada por uma abelha, enquanto o outro apresentou os sintomas de alergia severa e de choque anafilático.



Estes resultados, segundo a professora, já foram apresentados em diversos países, em congressos e reuniões científicas. Entre algumas publicações, a pesquisadora destaca o artigo Design of a Modern Liposome and Bee Venom Formulation for the Traditional VIT-Venom Immunotherapy. Os estudos, iniciados no ano de 2005, foram concluídos em 2010 e mais três artigos foram publicados em 2012.



A professora Maria Helena coordenou um projeto contando com um grupo de pesquisadores colaboradores como os professores Osvaldo A SantAnna e Wagner Quintilio (Instituto Butantan), Reto Albert Schwendener (Paul Scherrer Institute e Institute of Molecular Cancer ResearchUniversity of Zurich, Suiça) e Pedro Soares de Araujo(Instituto de Química da USP), e Gregory Gregoriadis (London University).






Mais informações



E-mail: bdacosta@usp.br



FONTE



Antonio Carlos Quinto - Jornalista
Telefone: (11) 3091-4411 
E-mail: agenusp@usp.br

sábado, 23 de fevereiro de 2013

MALDIÇÃO DO VETERINÁRIO


MALDIÇÃO DO VETERINÁRIO:

Conta a lenda que, quando Deus liberou para os homens o conhecimento sobre como cuidar dos animais, plantar e colher, determinou que aquele "saber" iria ficar restrito a um grupo muito pequeno e especial chamado de Médicos Veterinários!
Mas neste pequeno grupo já havia aquele que iria trair as determinações divinas. Daí, aconteceu o pior: Deus, bravo com a traição resolveu fazer valer alguns mandamentos: 

I. Não terás vida pessoal, familiar ou sentimental;
II. Não verás teu filho crescer, se caso conseguir se casar e ter filhos;
III. Não terás feriado, fins de semana ou qualquer outro tipo de folga;
IV. Terás gastrite, se tiveres sorte. Se for como os demais terás úlcera;
V. Seu carro será teu único amigo e as tuas refeições principais serão os lanches, PF's, salgadinhos e pizza, quando der tempo;
VI. Teus cabelos ficarão brancos antes do tempo, isso se te sobrarem cabelos; 
VII. Tua sanidade mental será posta em xeque antes que completes cinco anos de trabalho. Terás estresse, estafa, depressão... Surtarás e precisará de um psiquiatra;
VIII. Serás obrigado a escutar reclamações intermináveis de clientes;
IX. Trabalho será teu assunto preferido, talvez o único;
X. Veterinários serão seu único meio social de convivência;
XI. As pessoas serão divididas em 2 tipos: As que entendem de veterinária e as que não entendem. E verás graça nisso;
XII. Sua companheira inseparável será sua butina zebu de sola de pneu;
XIII. Rodas de tereré serão excelentes oportunidades de ter algum tipo de contato com outras pessoas loucas como você;
XIV. Terás sonhos com carrapatos, bicheiras, partos, pragas, doenças, adubações, bolsa e dólar, e não raro, resolverás problemas de trabalho neste período de sono;
XV. Passarás horas intermináveis atolado no barro, geralmente ao lado de um curral;
XVI. Geralmente será confundido com um peão, andarás freqüentemente sujo de terra e sempre escutarás piadinhas sobre isso;
XVII. Trabalharás incansavelmente, salvarás muitos animais, mas levarás inúmeros "canos" dos clientes;
XVIII.  Passarás noites intermináveis acordado cuidando de animais internados, esquecerá como é dormir e sonhar... Quando se lembrar ficarás em claro ou estudando buscando soluções médicas para os seus pacientes;
XIX. Terás dores na coluna, joelhos e calcanhares. Com 50 anos terás artrose e precisarás de fisioterapia. Terás muito sono quando dirigir;
XX. E, o pior... Inexplicavelmente gostará de tudo isso! Trabalharás com amor e serás feliz!

(Autor desconhecido)
Conta a lenda que, quando Deus liberou para os homens o conhecimento sobre como cuidar dos animais, plantar e colher, determinou que aquele "saber" iria ficar restrito a um grupo muito pequeno e especial chamado de Médicos Veterinários!

Mas neste pequeno grupo já havia aquele que iria trair as determinações divinas. Daí, aconteceu o pior: Deus, bravo com a traição resolveu fazer valer alguns mandamentos: 

I. Não terás vida pessoal, familiar ou sentimental;
II. Não verás teu filho crescer, se caso conseguir se casar e ter filhos;
III. Não terás feriado, fins de semana ou qualquer outro tipo de folga;
IV. Terás gastrite, se tiveres sorte. Se for como os demais terás úlcera;
V. Seu carro será teu único amigo e as tuas refeições principais serão os lanches, PF's, salgadinhos e pizza, quando der tempo;
VI. Teus cabelos ficarão brancos antes do tempo, isso se te sobrarem cabelos; 
VII. Tua sanidade mental será posta em xeque antes que completes cinco anos de trabalho. Terás estresse, estafa, depressão... Surtarás e precisará de um psiquiatra;
VIII. Serás obrigado a escutar reclamações intermináveis de clientes;
IX. Trabalho será teu assunto preferido, talvez o único;
X. Veterinários serão seu único meio social de convivência;
XI. As pessoas serão divididas em 2 tipos: As que entendem de veterinária e as que não entendem. E verás graça nisso;
XII. Sua companheira inseparável será sua butina zebu de sola de pneu;
XIII. Rodas de tereré serão excelentes oportunidades de ter algum tipo de contato com outras pessoas loucas como você;
XIV. Terás sonhos com carrapatos, bicheiras, partos, pragas, doenças, adubações, bolsa e dólar, e não raro, resolverás problemas de trabalho neste período de sono;
XV. Passarás horas intermináveis atolado no barro, geralmente ao lado de um curral;
XVI. Geralmente será confundido com um peão, andarás freqüentemente sujo de terra e sempre escutarás piadinhas sobre isso;
XVII. Trabalharás incansavelmente, salvarás muitos animais, mas levarás inúmeros "canos" dos clientes;
XVIII. Passarás noites intermináveis acordado cuidando de animais internados, esquecerá como é dormir e sonhar... Quando se lembrar ficarás em claro ou estudando buscando soluções médicas para os seus pacientes;
XIX. Terás dores na coluna, joelhos e calcanhares. Com 50 anos terás artrose e precisarás de fisioterapia. Terás muito sono quando dirigir;
XX. E, o pior... Inexplicavelmente gostará de tudo isso! Trabalharás com amor e serás feliz!

(Autor desconhecido) 

Escândalo da carne de cavalo revela brechas nas leis e maus-tratos a animais


  • Lasanha da marca francesa Findus está entre os produtos com suspeita de conter carne de cavalo
    Lasanha da marca francesa Findus está entre os produtos com suspeita de conter carne de cavalo
"O nosso sistema é o pior de todos, porque nos leva a isso -em vez da venda pública de cavalos saudáveis, sob uma supervisão controlada e realizada por açougueiros registrados, temos a venda furtiva de carne suspeita em sótãos, porões, por traficantes, por prostitutas, por homens de má reputação sem profissão", escreveu Isidore Geoffroy Saint-Hilaire, em 1856.
Isidore Geoffroy Saint-Hilaire foi diretor do Museu de História Natural de Paris e membro da Sociedade Protetora dos Animais da França. Ele foi um entre um grupo de cavalheiros letrados de meados do século 19 que propôs que a França consumisse carne de cavalo abertamente pela primeira vez desde que o papa Gregório 3º proibiu a prática pagã da hipofagia em 732 dC.
A proposta era racional: como resultado da revolução industrial, um vasto número de cavalos de tração precisava ser descartado humanamente, e um vasto número de trabalhadores não tinha dinheiro para comprar carne vermelha
"Bouchers chevalines", ou açougueiros de cavalo bastante regulamentados era a solução óbvia: no fim de sua vida de trabalho, os cavalos descansavam, eram bem alimentados e depois abatidos, sua carne saudável e rica em ferro era vendida ao público.
Será que Saint-Hilaire poderia imaginar que 157 anos mais tarde, depois da legalização da venda de carne de cavalo em todos os países europeus, e a introdução de resmas de legislação sobre o bem-estar animal e mais burocracia, o continente seria surpreendido por um novo escândalo envolvendo fraude em grande escala, carne potencialmente insegura para o consumo e maus-tratos dos equinos?

Problemas intrincados

Os hominídeos caçavam e comiam os ancestrais do cavalo atual há mais de 500 mil anos, mas tudo isso ficou bem mais complicado 459 mil anos mais tarde quando o primeiro morador do Cazaquistão jogou uma perna por cima do lombo de um cavalo selvagem.
Os equinos são colocados em categorias burocráticas e culturais, sendo criados para a alimentação, como animal de trabalho e de estimação. Isso leva a problemas intrincados na rede de alimentação industrializada moderna.
O escândalo de 2013 que começou sob a alcunha de "Burger Gate" na Irlanda, expandiu-se para abranger um número estimado de 13 países e 28 empresas. A carne de cavalo vinha sendo servida sem que se soubesse em lasanhas, molho a bolonhesa e até "carne fresca" pelas cantinas escolares, redes de bares, prisões, hospitais e pais desavisados.
Alguns especulam que é possível que a fraude já acontecesse há anos. O preço da carne quase dobrou nos últimos seis anos, enquanto o preço dos cavalos entrou em queda livre, graças à recessão. O consumo de cavalo em 2013 é tão lógico quanto a proposta de Saint-Hilaire. Só que não é legalizado – pelo menos não se não for rotulado como carne de cavalo.
Como isso aconteceu? O Burger Gate foi resultado de anos de trapalhada burocrática, cortes austeros e suas consequências não intencionais porém inevitáveis. Poucos cavalos são abertamente criados para produção de carne –o prato do jantar vem como uma segunda vocação, muitas vezes inesperada, depois de uma vida de esporte ou trabalho.
Isso significa que os cuidados com os cavalos não estão sujeitos às mesmas regulações rígidas e documentação quanto a criação de gado: qualquer movimento de vacas entre fazendas precisa ser documentado, mas isso não ocorre com os cavalos. O resultado é uma abundância de brechas, campo fértil para exploração por parte de comerciantes inescrupulosos.
A trilha de pegadas que levam à lasanha Findus começa em 2007, na Romênia. Num esforço para reduzir o número de acidentes de trânsito envolvendo cavalos e apaziguar a UE (União Europeia), a Romênia proibiu o uso de carroças puxadas por burros ou cavalos nas estradas principais.
O resultado: um excedente súbito de cavalos que deixaram de ser um bem econômico para se transformar num dreno de recursos. Alguns foram abandonados e outros foram vendidos em leilões por seus proprietários, com destino ao sul para serem abatidos e poderem se transformar em salame com o rótulo "Made in Italy".
Os cavalos são fisicamente mal adaptados para o transporte a longa distância, uma vez que têm um centro de gravidade alto (que leva a quedas) e são mais propensos à desidratação do que os bovinos durante as viagens.
A campanha para que os cavalos de abate viajassem "no gancho e não nos cascos" terminou há mais de um século, mas embora o Parlamento Europeu tenha votado no final de 2012 para introduzir novas restrições, a Comissão Europeia parece relutante em mudar as leis atuais.
Os cavalos romenos estão entre os que mais viajam, e nas condições mais atrozes, mas houve uma interrupção em 2010, quando os EUA entraram em cena para restringir sua exportação porque a anemia infecciosa equina, "Aids dos cavalos", era endêmica no país. Em vez disso, eles foram abatidos.
A carne foi comprada a 2 euros por quilo (US$ 2,68) por uma empresa com sede no Chipre chamada Draap Trading Ltd. e vendida aos processadores de alimentos franceses e Spanghero e Comigel, que intencionalmente ou não a transformaram em refeições congeladas que no rótulo diziam conter carne de boi.
A Draap, como apontaram vários comentaristas, é simplesmente a palavra holandesa para cavalo, soletrada ao contrário. Nem a Comigel nem a Spanghero foram dissuadidas pelo fato de o diretor da Draap, Jan Fasen, ter sido julgado por acusações de fraude em 2012 por vender carne de cavalo da América do Sul como se fosse carne bovina da Alemanha e Holanda.

Perdendo a pista

Da Spanghero e Comigel, o DNA equino que já havia viajado bastante foi transportado para as redes de supermercados britânicos e europeus e para um público sem dinheiro ou bastante econômico. A fraude não foi percebida pelas autoridades do Reino Unido mesmo meses após o início das vendas, porque as fábricas de processamento francesas não são inspecionadas pela Agência Britânica de Normas de Alimentos (FSA).
Para economizar dinheiro, o governo de coalizão dividiu os deveres do FSA entre outros ministérios, e não deixou nenhuma inspeção às fábricas de processamento. Este é o trabalho dos próprios supermercados e também dos departamentos de normas de comércio das autoridades locais britânicas. Mais uma vez, a austeridade teve seu papel: os orçamentos para as normas comerciais despencaram nos últimos anos.
Enquanto isso, numa ironia que teria deixado Saint-Hilaire perplexo, o escândalo apresentou ao público britânico sua própria e impalatável indústria de carne de cavalo, que dobrou a quantidade de cavalos que abate desde 2009. A carne de cavalo não está em voga até o ponto de ser divulgada pelos supermercados britânicos como oferta especial da semana, mas o negócio está crescendo.
A indústria também tem um lado obscuro: os rebanhos são frequentemente criados em más condições, sem inspeções de saúde ou preocupações com o bem-estar dos animais antes de serem finalmente vendidos para o matadouro.
A entidade beneficente Market Watch Equine diz que toda semana cavalos são vendidos, com o mínimo de supervisão oficial, com feridas abertas, doenças transmissíveis e outros sinais visíveis de negligência. Dos mercados, eles são enviados para o exterior como "animais de montaria", driblando assim as regulações em seu caminho para se tornarem uma refeição congelada ou para o abate na Inglaterra.
Quando o Burger Gate explodiu, a ITV divulgou uma matéria que revelava os maus-tratos num abatedouro de cavalos, e então os donos de duas fábricas britânicas foram presos sob suspeita de vender carne de cavalos que haviam sido tratados com um anti-inflamatório comum que pode causar doenças do sangue em seres humanos. O FSA foi obrigado a admitir que havia perdido o rastro da carne contrabandeada no continente.

Voltando a um pesadelo

As salvaguardas haviam falhado. Os cavalos europeus devem ter passaportes que detalham seu histórico médico e evitam que os animais errados entrem no sistema de alimentação, mas a BBC acaba de informar que mais de 7.000 passaportes não autorizados estão em circulação na Inglaterra desde 2008. A Base de Dados Nacional de Equinos, que tinha como intenção rastrear o mercado de cavalos foi desfeita no outono de 2012 como parte de medidas de corte de gastos.
De "carne suspeita" a "venda furtiva" e "homens de má reputação", nossa busca pela carne vermelha barata, nutritiva e produzida com segurança para o trabalhador, levou-nos de volta ao pesadelo de Saint-Hilaire.
E os cavalos? Como Boxer em "A Revolução dos Bichos", eles continuam recebendo um tratamento injusto levando em conta seu status especial. A primavera está chegando. As éguas dos rebanhos de abate logo terão filhotes, mas desta vez não haverá um mercado para hambúrgueres de carne de cavalo.
Os santuários para cavalos da Inglaterra já estão lotados depois de quatro anos de recessão e cavalos abandonados. Os animais de pouca lucratividade passarão de mercado em mercado até serem despejados para se virarem sozinhos.
Enquanto isso, um distrito de Bruxelas tem um novo esquema ecológico de coleta de lixo reciclável. Cavalos puxam carroças de lixo pelas ruas da cidade. É um pouco do charme do velho mundo, e ajuda a preservar as raças tradicionais de animais de trabalho que de outra forma não teriam outro uso a não ser ir para a mesa.
(Susanna Forrest é o autora de "If Wishes Were Horses: A Memoir of Equine Obsession" (Atlantic Books) e está atualmente trabalhando numa história sobre cavalos: A Era do Cavalo. Ela também escreve um blog)
Tradutor: Eloise De Vylder