A carne e o leite de animais clonados e de suas crias "não apresentam diferenças substanciais" em relação aos produtos de animais não clonados, o que torna seu consumo seguro, afirmou um organismo independente que assessora o governo britânico. As conclusões do Comitê Consultor de Novos Alimentos e Processamentos (ACNFP, na sigla em inglês), que trabalha para a Agência de Segurança Alimentar (FSA) britânica, podem acelerar a polêmica liberação do comércio destes produtos na Europa.
"A ACNFP confirmou que a carne e o leite de animais clonados e seus descendentes não têm diferença em relação à carne e o leite produzidos de maneira convencional, e portanto é improvável que apresentem riscos para a segurança alimentar", declarou Andrew Wadge, diretor científico da FSA. O comitê indicou, no entanto, que são necessários mais estudos para avaliar como a carne e o leite podem afetar os diferentes ambientes onde os animais c lonados são criados.
Ao mesmo tempo, o grupo estimou que qualquer diferença que possa existir entre o gado clonado e o não clonado desaparecerão depois da segunda geração.
A FSA examinará as conclusões do relatório em uma reunião, marcada para dezembro, na qual também será debatida a recente proposta europeia de proibir a venda de carne de animais clonados e seus descendentes de primeira geração, antes de fazer suas recomendações ao governo.
A discussão sobre produtos de animais clonados no Reino Unido chegou ao auge no início do semestre, depois que o jornal "International Herald Tribune" afirmou que criadores de gado europeus estavam começando a comercializar ilegalmente produtos oriundos de animais clonados. A FSA deu início a várias investigações para apurar o caso, alegando que jamais autorizara a comercialização e tampouco havia recebido solicitações de permissão para que os produtos fossem vendi dos.
A venda de produtos de animais clonados e suas crias, autorizada em países como os Estados Unidos, requer, segundo a legislação europeia, uma permissão específica para chegar ao mercado.
Depois de uma reunião pública na quinta-feira, o Comitê Consultivo sobre Novos Alimentos e Processos disse que, apesar das suas conclusões, os consumidores têm o direito de receber nos rótulos a informação de que se trata de produto de origem clonada - em parte devido às preocupações com o bem-estar dos animais.
O tema da clonagem sempre levantou polêmica entre a opinião pública europeia. Segundo a última pesquisa disponível, que data do final de 2008, 58% dos europeus acham que a clonagem para a produção alimentar "não se justifica", e mais de 43% acreditam que "provavelmente não consumirão este tipo de produto".
As informações são da Folha de S.Paulo e do jornal O Estado de S.Paulo.
Enviado por Roberto Amaral
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