segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Sancionada lei que autoriza o Fundo de Catástrofe

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem (26), uma lei que autoriza a criação do Fundo de Catástrofe. Os recursos, constituídos em parceria público-privada, irão garantir às empresas seguradoras e resseguradoras cobertura suplementar dos riscos de seguro rural em casos de catástrofes climáticas, como secas, geadas intensas ou excesso de chuva. O governo federal vai aplicar até R$ 4 bilhões por meio de títulos públicos, sendo metade no primeiro ano de execução. 

"O fundo permitirá que, nos próximos dez anos, o valor segurado das lavouras seja elevado de R$ 9,6 bilhões para R$ 50 bilhões", diz o Ministro da Agricultura Wagner Rossi. Serão beneficiados pelo Fundo de Catástrofe 300 mil produtores. Os recursos vão garantir a cobertura de aproximadamente 35 milhões de hectares, o que representa 56% da área cultivada de grãos, frutas, cana-de-açúcar, florestas e hortaliças no país. Atualmente, apenas 10% da área plantada têm cobertura do seguro rural. Além da União, seguradoras, resseguradoras, agroindústrias e cooperativas serão cotistas do fundo. 

A iniciativa atende a uma antiga reivindicação dos setores agropecuário e securitário para proteger as operações de seguro rural, caso as lavouras seguradas sejam afetadas por eventos climáticos considerados catastróficos. A partir da instituição do fundo, as empresas securitárias vão contratar as operações, cientes de que suas responsabilidades terão limite determinado para sinistro, a partir do qual o fundo propiciará a cobertura suplementar. 

A medida dá sustentabilidade e amplia a oferta de seguro rural no Brasil, de acordo com Welington Soares Almeida, diretor de Gestão de Risco Rural do Ministério da Agricultura. As empresas que atuam no mercado terão mais confiança para expandir as contratações nas regiões de clima mais instável ou para aquelas culturas mais se nsíveis às adversidades climáticas. 

"Hoje, poucas empresas de seguro atuam no segmento rural. O fundo vai atrair outras seguradoras e resseguradoras para operar no Brasil, aumentando a concorrência na oferta de produtos, o que reduzirá o custo das apólices", aponta. Almeida explica que, para entrar em operação, o fundo precisa ser regulamentado pelo governo federal.

O Fundo de Catástrofe, que substitui o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), será privado e administrado por pessoa jurídica, criada especificamente para esse fim. Pela nova legislação, o fundo terá um conselho diretor formado por representantes do governo e, pelo menos, um representante de cada segmento envolvido, como seguradoras, resseguradoras, cooperativas e empresas agroindustriais. 

Atualmente, o seguro rural no Brasil funciona com três pilares: os produtores rurais, o segmento securitário, representado pelas seguradoras e resseguradas , e o governo federal. 

As seguradoras, beneficiárias da subvenção oficial, fecham os contratos com os produtores nas modalidades agrícola, florestal, aquícola e pecuária, sendo responsáveis por, em média, 10% do risco de perdas na lavoura por fenômenos climáticos adversos. As empresas resseguradoras, que atuam em conjunto com as seguradoras, assumem o restante desse risco. 

O governo, por meio do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), paga parte do prêmio contratado pelos produtores rurais junto às seguradoras. Esse valor varia entre 30% e 70% do prêmio, conforme a modalidade e cultura contratada e tem o limite de R$ 96 mil por produtor para agricultura e de R$ 32 mil para pecuária, florestal e aquicultura.

A reportagem é do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Enviado por Fabiano Fiuza

Mapa aguarda visita de técnicos norte americanos

A credibilidade dos produtos de origem animal brasileiros está em xeque nos Estados Unidos. O estopim do problema foi o excesso do vermífugo ivermectina contido na carne bovina enlatada exportada para aquele País, em 14 de maio. Por uma decisão do governo brasileiro, as vendas foram suspensas, mas agora quem quer comprovar se os níveis do produto estão dentro dos padrões são os americanos, que virão ao Brasil, a partir da próxima terça-feira, para constatar de perto se houve avanços. A situação já preocupa os empresários de áreas afins e foi usada por uma organização não-governamental (ONG) americana, a Food and Water Watch, como mote para pedir a retirada do Brasil da lista dos países com aprovação automática de exportação de produtos de carne.
Mais do que isso, a ONG aproveitou o embalo para pedir que o departamento de agricultura (USDA, na sigla em inglês) não considere mais Santa Catarina como Estado livre de febre aftosa sem vacinação, status que recebeu em 2007 da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A alegação foi a de que poderia haver uma eventual expansão das importações brasileiras de carne fresca depois do problema com a carne enlatada. "Esse episódio prejudicou a credibilidade do Brasil e poderemos ter problemas na aprovação das fábricas de suínos pelos americanos", considerou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Camargo Neto.
Atualmente, o Brasil não vende o produto para os Estados Unidos, mas a expectativa é a de que, a partir do próximo mês, o país abra seu mercado para a carne suína nacional. Para isso, americanos irão até a região Sul, onde se concentra a maior produção, para inspecionar as indústrias do setor. Camargo Neto explicou que, em termos de volume, nã o se aguarda uma grande venda para os EUA, que são grandes produtores. O interesse nesse novo mercado é o de deixar uma porta aberta para futuras comercializações. Os produtos que devem ter mais saída nos EUA são, de acordo com o presidente da Abipecs, costela e bacon, por conta dos preços competitivos dos produtos brasileiros. 
O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Francisco Jardim, assegurou que os exames realizados em novas peças de carne brasileira já foram feitos e apresentaram um padrão condizente com as exigências americanas. Ele evitou, no entanto, dar mais detalhes sobre o tema, alegando que o material será entregue à missão americana, composta por cinco agentes, quando chegarem ao Brasil. Jardim também não quis se pronunciar sobre o pedido feito pela ONG ao governo americano e, tampouco, traçou uma meta para o retorno das vendas para os Estados Unidos. "A visita da missão já está agendada e temos de esperar. Estamos fazendo nossa lição de casa."
As informações são da Agência Estado e do Diário de Cuiabá.
Enviado por Fabiano Fiuza

Avaliação econômica de sistemas que prezam pelo bem-estar animal: ovinos e caprinos recebem pouca atenção no Brasil



Zootecnista formada pela FZEA/USP, com mestrado em Qualidade e Produtividade Animal pela mesma instituição. Doutoranda pela FMVZ/USP. Responsável Técnica pela Paraíso Ovinos.
Professor Doutor do Departamento de Nutrição e Produção Animal da FMVZ/USP

Cada vez mais se discute a importância do aperfeiçoamento dos sistemas de criação de animais, no sentido de se respeitar suas necessidades básicas e assegurar-lhes conforto durante suas vidas de serviços aos seres humanos. O mesmo processo pode ser observado na ovinocultura e na caprinocultura. Talvez nestas duas atividades tenhamos até mesmo a vantagem da manifestação desta preocupação por parte de muitos produtores e técnicos em um momento bastante inicial, levando-se em conta que não faz muito tempo que tais criações passaram a ser encaradas pela sociedade e pela própria cadeia produtiva como atividades de importância econômica no Brasil.

Existe uma demanda forte por parte das pessoas atuantes nestas criações por informações que possam subsidiar tomadas de decisão para melhorar a qualidade de vida dos animais. Há a preocupação em oferecer as melhores condições de criação possíveis para caprinos e ovinos, mas muitas vezes esbarramos na falta de dados sobre as reais necessidades dos animais ou do impacto econômico de tais medidas.

Realizou-se um levantamento na literatura produzida por pesquisadores brasileiros na última década, em busca de trabalhos que abordassem implicações técnicas, econômicas e mercadológicas de melhorias do bem-estar de várias espécies de animais de produção (RAINERI et al., 2010). Assim, o objetivo foi disponibilizar uma análise do que vem sendo feito academicamente sobre o tema. Foram compilados artigos com enfoque no bem-estar aplicado à produção animal, sob as abordagens:

Comportamento do consumidor: investigação da preocupação do consumidor com o bem-estar dos animais de produção, da influência do tema em sua decisão de compra, da aceitação de produtos diferenciados quanto ao tema e de sua disposição em remunerá-los melhor.

Viabilidade técnica e econômica: comparações de índices técnicos, custos e receitas entre sistemas "convencionais" e aqueles que se propõe a oferecer maior grau de bem-estar animal.

Regulamentação pública: exigências ou proibições em termos de bem-estar animal impostas pela legislação.

Políticas privadas de certificação: estudos de casos de esforços no sentido de reduzir a assimetria de informações entre o produtor e o consumidor, como certificações e selos que valorizem o bem-estar animal.

Mais de uma abordagem: trabalhos que associaram mais de uma frente de trabalho no mesmo estudo.

Foram identificados 71 estudos sobre o tema, publicados entre os anos 2000 e 2009. Como demonstra a Figura 1, constatou-se um incremento substancial na quantidade de publicações durante o período, refletindo a crescente preocupação em estudar as implicações da melhoria do bem-estar dos animais de produção.

Figura 1 - Distribuição da quantidade de trabalhos publicados por ano.



A análise revelou que apenas 10 dos trabalhos foram publicados do ano 2000 ao ano 2002. Esta quantidade se elevou para 13 no triênio seguinte, e para 48 entre 2006 e 2009. O crescente interesse sobre o tema é explicado à medida que a população vem cobrando um posicionamento acerca das condições de criação desses animais (HOLANDA et al., 2006).

A inclusão de variáveis econômicas nas pesquisas sobre bem-estar é essencial para tornar mais evidentes os gargalos e as vantagens da implementação de sistemas de criação menos agressivos. Através de pesquisas e de sua ampla divulgação é possível conscientizar o consumidor sobre a realidade dos animais e do produtor rural, demonstrando a necessidade de agregar valor a produtos diferenciados nesse sentido. A distribuição dos trabalhos entre as espécies e frentes de trabalho encontra-se na Tabela 2.

Tabela 2 - Quantidades de trabalhos revistos, por espécie e por abordagem.



Os estudos de avaliação econômica em sistemas que visam melhorias no bem-estar animal se concentraram principalmente nas criações destinadas a produzir itens de exportação, como ovos e carnes bovina e suína. Bovinos leiteiros, frangos de corte e peixes foram objeto de poucos estudos nesse sentido.

Não foram encontrados trabalhos a respeito de ovinos, caprinos, equinos, bubalinos, ou outras espécies. Este fato pode ser explicado, em parte, pela preocupação com a iminência de novas barreiras não-tarifárias a serem eventualmente impostas por países importadores, especialmente pela União Europeia, ao primeiro grupo de animais. Outra possível explicação para a maior concentração de trabalhos em suínos e poedeiras é a severidade das limitações ao bem-estar destas espécies imposta pelos atuais sistemas de produção.

Quase 50% dos trabalhos analisados enfocaram a viabilidade técnica e/ou econômica de medidas que visam melhorar o bem-estar animal. Percebe-se também uma proporção relativamente elevada de trabalhos multidisciplinares, que analisaram diferentes frentes de trabalho, como a combinação entre índices zootécnicos e a perspectiva do consumidor sobre o assunto.

A preocupação com o comportamento do consumidor vem se tornando substancial nos trabalhos sobre o tema, principalmente quando o aumento de custos de produção muitas vezes imposto pelo novo sistema precisa ser compensado pela disponibilidade do mercado em remunerar melhor pelo produto. Em países em desenvolvimento, a questão de quem vai arcar com os custos de uma melhor qualidade de vida dos animais de produção é em parte responsável por uma limitação de progressos ocorridos em relação ao comportamento dos consumidores (MOLENTO, 2005).

Harper (2002) e McInerney (2004) sugerem que uma forma para se contornar esta dificuldade é destacar a relação entre as condições de criação dos animais e a qualidade dos alimentos resultantes. Esta estratégia tenderia a elevar a aceitação e a disponibilidade em pagar valores mais altos por produtos diferenciados. Embora pouco numerosos, estudos sobre a regulamentação pública têm se tornado mais frequentes nos últimos anos. Isto também se deve ao fato do Brasil ainda não possuir uma legislação específica a respeito do bem-estar dos animais de exploração zootécnica aprovada, sendo consenso tomar como referências as normas praticadas pela União Europeia.

Atualmente há dezenas de projetos de leis em tramitação no Brasil, demonstrando preocupação crescente com a ética na produção animal, com a manutenção dos mercados já atendidos pelo país e com a possibilidade de conquistar mercados ainda não explorados. Rodrigues da Silva (2008) estudou as legislações nacionais e internacionais sobre bem-estar de animais criados intensivamente e o nível de adequação de diversos países a elas. A autora constatou que tanto as normas brasileiras quanto seu cumprimento efetivo apresenta-se - de forma preocupante - abaixo da média dos outros países. Por outro lado, nações europeias e norte-americanas também obtiveram médias abaixo das pretendidas, demonstrando falta de informação e pouca preocupação em seguir as leis criadas para garantir qualidade de vida aos animais de produção.

Os trabalhos encontrados sobre certificações privadas e construção de marcas referem-se principalmente a parcerias com grandes redes varejistas ou de fast-food, interessadas em oferecer produtos diferenciados aos consumidores de maior poder aquisitivo. Cabe a colocação que a maior parte destas empresas é de origem estrangeira. McInerney (2004) acredita que o varejo seria o agente com maior poder de fazer com que as certificações de mérito em termos de bem-estar sejam exigidas dos produtores. Neste caso os supermercados especificariam quais as características a serem atendidas nas criações, inspecionariam e certificariam seu cumprimento, e agregariam valor a esta linha de produtos.

Conclusões

O bem-estar dos animais de produção, além de uma questão ética, precisa ser encarado como um desafio para conquistar e manter mercados. A comunidade científica brasileira vem se sensibilizando a respeito deste fato, especialmente nos últimos anos, quando os mercados consumidores têm passado a valorizar a ética na produção animal. No entanto, é preocupante que as pesquisas sobre avaliação econômica de sistemas que visam melhorar a qualidade de vida dos animais sejam nitidamente menos intensas para espécies de menor impacto para o comércio internacional. Trabalhos deste tipo são essenciais para viabilizar técnicas de criação menos agressivas aos animais e para agregar valor aos produtos, mesmo no mercado interno, e devem se estender a outras espécies.

A ovinocultura e a caprinocultura são atividades de grande importância social e crescente importância econômica, e não podem mais ser ignoradas. São animais criados nas mais diversas condições em nosso país, e é cada vez mais necessário que se conheçam suas necessidades físicas, biológicas e psicológicas. No entanto, é necessário também que estas informações cheguem aos produtores na forma de recomendações de manejo capazes de prover a qualidade de vida que os animais merecem, sem prejudicar a rentabilidade da atividade. E mais: estudos sobre a receptividade do consumidor quanto a produtos diferenciados em termos de bem-estar podem evidenciar nichos de mercado que remuneram melhor por produtos (carnes, leite, queijos, entre outros) produzidos em condições de maior respeito aos animais. O potencial da caprinocultura e ovinocultura para tais mercados pode ser bastante alto, visto que normalmente a escala de produção é baixa e o consumidor pertence a classes sociais mais privilegiadas.

Fica a sugestão para que os pesquisadores, criadores e técnicos atuantes na criação de ovinos e caprinos se atentem a esta possibilidade, e a exemplo de casos de sucesso em outras espécies, passem a encarar estudos de viabilidade técnica e econômica como oportunidade de criar e ocupar mercados que bonifiquem iniciativas para melhorar a qualidade de vida dos animais.

Referências bibliográficas

HARPER, G. Consumer concern and behavior. IN: EUROPEAN COMISSION. Farm animal welfare: current research and future directions. Luxemburg: Office for Official Publications of the European Communities. 2002, p. 18-19.

HOLANDA, M.C.R.; DUTRA JÚNIOR, W.M.; BARBOSA, S.B.P. Produtos éticos: uma exigência da sociedade. I Encontro de Bioética e Bem-Estar animal do agreste meridional pernambucano. Anais... Garanhuns, 2006.

McINERNEY, J.P. Animal welfare, economics and policy - report on a study undertaken for the Farm & Animal Health Economics Division of Defra, February 2004. Disponível em: . Acesso em: 01 abr. 2010.

MOLENTO, C.F.M. Bem-Estar e produção animal: aspetos econômicos - Revisão. Archives of Veterinary Science v. 10, n. 1, p. 1-11, 2005.

RAINERI, C., BARROS, C.S., PROSDOCIMI NUNES, B.C., MENDES, R.A., GAMEIRO, A.H. Contribuição brasileira para a avaliação econômica de sistemas que prezam pelo Bem-Estar dos animais de produção. In: 48º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. Anais... Campo Grande, 2010.

RODRIGUES DA SILVA, R.B.T. Normas de produção de animais submetidos a sistema intensivo: cenário da legislação nacional sobre bem-estar animal. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Agrícola. 2008, 117 p.

Enviado por e-mail por Paulo Abílio Lisboa

Novas descobertas sobre o manejo da dor peri-operatória em cães

Leonardo P. Brandão, MV, MSc, PhD

Gerente de Produtos Animais de Companhia
Merial Saúde Animal 

Há relativamente pouco tempo o reconhecimento da dor e dos processos envolvidos no seu desencadeamento e controle eram pouco conhecidos na Medicina Veterinária. Sabe-se agora que os mecanismos mediadores da dor em animais e seres humanos são muito semelhantes. 

A constatação de que certos procedimentos cirúrgicos, como a ovariosalpingohisterectomia, as castrações e as remoções de tumores, são associados com mais desconforto e dor do que se supunha, trouxe novos insights sobre a necessidade de se controlar a dor em pacientes submetidos a procedimentos antes considerados simples ou eletivos. Graças aos avanços no manejo da dor, novos tratamentos estão disponíveis não só para trazer conforto, como também, para minimizar os efeitos deletérios que os processos dolorosos impõem aos animais.


RECONHECIMENTO E MANEJO DA DOR

Hoje existe na Medicina Veterinária uma corrente que sugere o reconhecimento da dor como sendo um quarto sinal vital (além de temperatura, pulso e frequência respiratória).1 Esse conceito não é fácil de ser difundido em parte porque os métodos para reconhecimento da dor nos nossos pacientes são limitados. 

Existem escalas de dor validadas para cães, como a escala de dor de Glasgow (Glasgow Composite Measure Pain Scale)2, no entanto, elas ainda são pouco utilizadas na rotina clínica. Deste modo, como muitas manifestações clínicas e sintomas associados à dor em animais são sutis, torna-se difícil reconhecê-la, e portanto, tratá-la. 

Uma abordagem mais moderna e humanista preconiza a tomada de medidas preventivas em certas condições ou procedimentos sabidamente dolorosos. Deve-se antecipar avaliar qual o grau de dor é esperado, o que permite a tomada de medidas preventivas para promover a analgesia antes que o animal venha a sentir dor. 


ANALGESIA MULTIMODAL

A abordagem atualmente recomendada para manejo da dor peri-operatória recebe o nome de multimodal.1 Ela consiste no uso de medicamentos que atuem em diferentes mecanismos e níveis para o controle da dor. Por exemplo, um cão que receba um anti-inflamatório não esteróide (AINEs) associado a um opioide antes da cirurgia, com a administração conjunta de anestesia local e talvez um opioide agonista parcial ou um agonista 2-adrenérgico. 

O tempo também é um fator chave para o controle da dor, uma vez que ocorre a progressão da sua intensidade caso não sejam tomadas medidas adequadas o quanto antes. 




Os AINEs devem fazer parte do protocolo de controle da dor peri-operatória em casos de cirurgia de tecidos moles preferencialmente antes que ela ocorra.

A dor estimula a liberação de mediadores inflamatórios que agem sobre vias neurais e causam aumento da percepção dolorosa pelo corpo. A dor não tratada pode prolongar a hospitalização e contribuir para problemas secundários e aumento da morbidade dos pacientes.3 A administração apropriada de analgésicos reduz a quantidade de anestésico inalatório necessária para a manutenção do animal em plano anestésico, o que torna o procedimento mais seguro para o paciente e menos oneroso para o proprietário.1 O controle da dor peri-operatória reduz a morbidade e promove uma melhor e mais rápida recuperação.4 

UMA NOVA ABORDAGEM 

A maioria dos medicamentos atuais contra a dor é de administração injetável. De fato, pacientes que serão cirurgiados não devem receber nada por via oral no dia da cirurgia. Entretanto, os médicos veterinários podem utilizar uma nova arma no controle da dor associada a procedimentos cirúrgicos de tecidos moles. O firocoxibe (Previcox, Merial Saúde Animal) recebeu aprovação pelo FDA - Food and Drug Administration (EUA) para ser utilizado 2 horas antes em casos de cirurgias de tecidos moles em cães. Num experimento5 realizado com cães que sofreram cirurgia de tecidos moles, os animais tratados com Previcox tiveram menos dor no pós-operatório do que animais não-tratados. 

Nesse estudo, a administração de Previcox por via oral não aumentou a incidência de vômito ou qualquer outro efeito adverso. Na dose preconizada de 5mg/kg/SID,Previcox é uma opção de AINEs segura e eficaz para controle da dor durante o período peri-operatório nas cirurgias de tecidos moles em cães. 

Nos últimos 10 anos a Medicina Veterinária tem apresentando mudanças significativas no tratamento e prevenção de várias doenças, tais como novos protocolos vacinais, manejo e controle de parasitos e preocupações com o bem-estar animal. Precisamos rever também nossos conceitos sobre o manejo da dor em nossos pacientes, não apenas nos casos de osteoartrite e de animais com dor crônica, mas também, no controle da dor durante o período peri-operatório.

Em 2007 um grupo de pesquisadores nos Estados Unidos (AAHA/AAFP) criou um Guia para Manejo da Dor em Cães e Gatos (Pain Management Guidelines for Dogs and Cats).1 Embora esse guia não faça recomendações de medicamentos específicos, a analgesia multimodal durante o período peri-operatório é recomendada. 

Os AINEs devem ser parte integrante do manejo da dor peri-operatória em cirurgias de tecidos moles, permitindo o controle da dor antes que ocorra (preferencialmente). O uso de Previcox nesses casos pode ser uma importante ferramenta. 


O uso de Previcox promoveu analgesia peri-operatória efetiva em cães submetidos a cirurgias de tecidos moles. 

Foi realizado um estudo multicêntrico duplo-cego com 258 cães submetidos a cirurgias de tecidos moles. Dentre esses, 254 animais foram avaliados quanto à presença de dor peri-operatória. Os cães do Grupo 1 receberam Previcox (5 mg/kg/VO/SID) 2 horas antes da cirurgia e então por mais 2 dias (período de controle pós-operatório). Os animais do Grupo 2 não receberam nenhum tratamento. Todos os animais no estudo foram submetidos a exames físicos e as avaliações da dor, antes da cirurgia e posteriormente (2 dias). Para a avaliação da dor utilizou-se a escala de Glasgow (Glasgow Composite Measure Pain Scale) e os escores variaram de 0 (sem dor) a 24 (máxima dor). Qualquer animal durante o estudo que apresentasse escore de dor maior do que 8 recebeu tratamento analgésico adicional.

Os resultados demonstraram que os cães que receberam Previcox tiveram menos dor quando comparados aos animais do grupo controle.


D1 - dia 1 do pós-operatório
D2 - dia 2 do pós-operatório

Referências bibliográficas
  1. Hellyer P, Rodan I, Brunt J, et al. AAHA/AAFP Pain management guidelines for dogs and cats. JAAHA; 43:235-248, 2007.

  2. Reid J, Nolan AM, Hughes JML, et al. Development of the short-form Glasgow Composite Measure Pain Scale (CMPS-SF) and derivation of an analgesic intervention score. Anim Welfare; 16(5):97-107, 2007.

  3. Mathews KA. Pain assessment and general approach to management. Vet Clin North Am Sm Anim Pract; 30(4):729-752, 2000.

  4. Hellyer PW, Robertson AS, Falis AD. Pain and its management. In:Tranquilli WJ, Thurmon JC, Grimm KA (eds). Lumb & Jones' Veterinary Anesthesia and Analgesia. 4 ed. Ames, Blacwell Publishing, 2007.

  5. Dados internos Merial Saúde Animal.
Enviado por e-mail por Paulo Abílio Lisboa

Artigo analisa a experimentação animal na pesquisa

Se os dados do IBGE mostram que a expectativa de vida do brasileiro em 2010 está se aproximando dos 73 anos, eu não teria dúvidas em afirmar que um dos fatores fundamentais para chegarmos a esse ponto foi a utilização de animais em avanços fundamentais da ciência biomédica. Na história da medicina, grandes descobertas foram realizadas e milhões de mortes evitadas graças à utilização dos animais em pesquisas e controles de qualidade. Os transplantes cardíacos, renais e hepáticos, a descoberta de vacinas contra a pólio, o sarampo, a difteria, o tétano, a hepatite, a febre amarela, a gripe suína e a meningite são exemplos.
A experimentação animal foi essencial para o advento dos anestésicos, dos antibióticos, de fármacos para o controle da hipertensão arterial, da asma, dos anti-inflamatórios, dos quimioterápicos e outros

Atualmente, os animais têm dado grande contribuição à pesquisa com células-tronco, grande esperança da humanidade, na doença de Alzheimer, no desenvolvimento de próteses neurais para pacientes com lesões na medula espinhal, na pesquisa de novos medicamentos e vacinas para Aids, câncer, diabetes, malária, dengue etc. Assim como, no passado, a experimentação animal também foi essencial para o advento dos anestésicos, dos antibióticos, de fármacos para o controle da hipertensão arterial, da asma, dos anti-inflamatórios, dos quimioterápicos e dos hormônios anticoncepcionais.
Animais domésticos, como cães e gatos, e os de interesse econômico, como bovinos, suínos e aves, também têm sido beneficiados com os avanços da ciência no campo da terapêutica e da cirurgia experimental. Poderíamos destacar as vacinas para a raiva, a cinomose, a febre aftosa, as pesquisas com o vírus da imunodeficiência felina, a tuberculose e várias doenças infectoparasitárias.
Embora técnicas altamente sofisticadas e equipamentos com alta tecnologia sejam necessários para que algumas pesquisas sejam realizadas, em virtude da complexidade da célula biológica, o uso de animais de laboratório ainda é necessário para sua consecução. Há, entretanto, grande expectativa na comunidade científica de que, no futuro, com a descoberta de novas metodologias e equipamentos, métodos alternativos sejam viáveis e os animais deixem de ser utilizados na atividade científica. Atualmente, porém, somente em alguns poucos casos a biologia celular e molecular, por meio de técnicas de cultura de tecidos, e simulações computacionais oferecem essa possibilidade.
No Brasil, um grande marco para a pesquisa cientifica na área da saúde ocorreu com a aprovação da Lei nº 11.794, de outubro de 2008, conhecida como Lei Arouca, que regulamentou a criação e utilização de animais em atividades de ensino e pesquisa científica no país. A nova lei criou o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) e obrigou as instituições a constituírem uma Comissão de Ética no Uso de Animais (Ceuas). O Concea, que deverá credenciar instituições, formular e zelar pelo cumprimento das normas relativas à utilização humanitária de animais, monitorar e avaliar a introdução de técnicas alternativas que substituam a utilização de animais em ensino e pesquisa, entre outras competências, é bastante representativo da sociedade, sendo composto por representantes da Academia Brasileira de Ciências, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Federação de Sociedades de Biologia Experimental, da Sociedade Brasileira de Ciência de Animais de Laboratório, do Conselho de Reitores das Universidades brasileiras, do CNPq, dos ministérios da Ciência e Tecnologia, da Saúde, da Educação, da Agricultura e do Meio Ambiente, do complexo industrial e de representantes de Sociedades Protetoras de Animais legalmente estabelecidas no país.
*Renato Sérgio Balão Cordeiro é pesquisador-titular da Fiocruz e coordenador do Conselho Nacional de Controle da Experimentação Animal (Concea)
Publicado em 3/8/2010 (e originalmente publicado originalmente no Correio Braziliense de 23 de julho de 2010).

Enviado por e-mail por Paulo Abílio Lisboa

Trabalho comprova maior sensibilidade de método para detecção da leishmaniose

Uma nova forma para a realização do diagnóstico de leishmaniose visceral em crianças foi alvo de estudo desenvolvido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). A iniciativa, realizada em parceria com a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, analisou amostras de sangue periférico para confirmar a infecção por meio da técnica molecular de reação em cadeia de polimerase (PCR, na sigla em inglês), baseada na identificação da presença de material genético do parasito. Mais sensível do que os métodos tradicionais, a PCR detectou o DNA do parasito causador da doença em 95,6% das amostras analisadas e confirmou o diagnóstico em seis crianças que tiveram resultados negativos por outras técnicas convencionais (como a microscopia direta, cultura e sorologia).
 A imagem exibe célula do sistema imunológico infectada por parasitos do genêro Leishmania (pontos menores)
A imagem exibe célula do sistema imunológico infectada por parasitos do genêro Leishmania (pontos menores)

“A leishmaniose visceral é a forma mais grave entre as leishmanioses e os sintomas podem ser confundidos com outras doenças, por isso a importância da confirmação do diagnóstico. Já é sabido que a técnica de PCR tem sensibilidade mais alta, mas o que estamos mostrando é a possibilidade da utilização de uma técnica não invasiva para uma população muito atingida, no caso a população infantil”, explica Claude Pirmez, pesquisadora do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas do IOC e atual vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz. Durante o estudo, foram analisadas amostras de 45 pacientes internados entre maio de 2008 e março de 2009 para tratamento da doença.
Segundo Claude, não só aspectos como a maior sensibilidade e menor invasividade tornam o PCR uma boa solução. “Outras técnicas de diagnóstico, como a microscopia, dependem de visualização da leishmania. Isso se torna um desafio, já que o parasito causador da leishmaniose visceral é muito pequeno e, geralmente, está presente em pouca quantidade nas amostras analisadas. Isso exige do profissional um olho treinado e horas de análise”, ressalta. “Além disso, o PCR é uma técnica rápida de fácil execução, que diminui o tempo de diagnóstico e possibilita o tratamento precoce, fazendo com que as chances do paciente se recuperar aumentem e as taxas de morbidade e mortalidade diminuam”, avalia a coordenadora do estudo.
A pesquisadora ainda chama atenção para outros fatores positivos da utilização da técnica. “Existe um mito de que o diagnóstico molecular é um diagnóstico caro. Hoje em dia, a realização dessa técnica tornou-se uma rotina na maioria absoluta dos laboratórios, e os insumos tornaram-se muito mais accessíveis. Além disso, por causa da alta sensibilidade, o resultado é obtido muito mais rapidamente e é possível utilizar sangue periférico em vez de punção de medula óssea, uma técnica invasiva para uma criança já debilitada”, esclarece. 
A validação do método na rotina do dia-a-dia é o próximo desafio dos pesquisadores. “Existe uma discussão para a implantação dessa metodologia na rotina dentro do manual de diagnóstico como método recomendado pelo Ministério da Saúde. Porém, é preciso adotar um padrão que não seja caseiro, para que haja confiabilidade no teste", conclui a pesquisadora. O estudo foi  publicado na revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. Confira a íntegra do artigo.
Publicado em 18/8/2010.

Enviado por e-mail por Paulo Abílio Lisboa

domingo, 29 de agosto de 2010

Enfermedades compartidas entre el ganado ovino y caprino y la fauna silvestre

Enfermedades compartidas entre el ganado ovino y c...: "Descargar el artículo en pdf desde produccionbovina.com Autor: Dr. Christian Gortázar Schmidt
Fuente: Sitio Argentino de Producción Animal..."

Wildlife-Domestic Animal-Human Interface


Dr. Patricia Conrad of UC Davis School of Veterinary Medicine discusses parasites that infest wildlife, domestic animals and humans. She takes a close look at the threats to the health of marine mammals such as the Southern sea otter. [12/2003] [Science] [Show ID: 8311]

Artículo "La importancia del estudio de enfermedad en la conservación de fauna silvestre"

Veterinarios Asilvestrados: Artículo "La importancia del estudio de enfermedad...: "Descargar el artículo desde UNAM.mx. Fuente: Universidad Nacional Autónoma de Mexico."

Veterinarios Asilvestrados: Artículo sobre la pasteurelosis bovina

Veterinarios Asilvestrados: Artículo sobre la pasteurelosis bovina: "'Comprendiendo la neumonía bovina producida por Mannheimia (Pasteurella) haemolytica'. Descargar el artículo desde Webveterinaria.com. F..."

Encerrado Foco de Febre Aftosa no Japão após quatro meses de atividades

FOOT & MOUTH DISEASE - JAPAN (37): (MIYAZAKI) RESOLVED
******************************************************
A ProMED-mail post
ProMED-mail is a program of the
International Society for Infectious Diseases

[1]Date: Sat 28 Aug 2010
Source: The Yomiuri Shimbun [edited]<http://www.yomiuri.co.jp/dy/national/T100827004506.htm>


The end is only the beginning
-----------------------------
With the deadly foot-and mouth [FMD] epidemic finally declared over 4 months after it started racing through the prefecture's livestock, local farmers have begun setting their sights on a comeback.

However, there are many serious concerns about how the outbreak has affected other local industries, including commerce and travel. Farmers, meanwhile, say the recovery has barely begun.

"It's as if we've just gotten over the 1st mountain...I'm at a loss for words," Gov. Hideo Higashikokubaru told reporters at a Friday [27 Aug 2010] press conference at prefectural government headquarters. Head low, he read aloud the proclamation declaring an end to the deadly epidemic.

However, the news was not all good. "[The epidemic] has seriously affected our economy and recovery will be no easy feat," Higashikokubaru continued, emphasizing the many problems still faced by the prefecture.

Some local farmers who are hoping to begin raising animals again also have expressed their concern.

The central government this month [August 2010] will finish issuing subsidies to farming households affected by the cull. While the government will provide assistance to help them get their businesses up and running again, it is not clear whether this "income" is subject to taxes. If so, income tax will take away a considerable amount.

"It'll make things harder for us if it gets taxed," said a farmer who had to slaughter 74 calves even after inoculation.

Rumors, too, continue to inflict damage. According to the Miyazaki Trucking Association, the 38 shipping companies operating in the prefecture "have been turned away when trying to make deliveries in some places outside the prefecture. They've also been told to not make deliveries in trucks with Miyazaki plates."

A recent Agriculture, Forestry and Fisheries Ministry canvas of retailers nationwide discovered 16 instances of inappropriate signage declaring, "We do not carry Miyazaki beef or pork."

"The real fight is just beginning," says a Takanabecho pig farmer who lost 3000 animals during the epidemic. Last month [July 2010], [he] and another farmer formed the "new pork project" committee, which plans to take action to prevent future outbreaks in the area." We're hoping for a quick recovery, but at the same time we also plan to look 30 years down the road," [he] said.

With the epidemic officially declared over, Tachikawa Takashimaya department store in Tachikawa, Tokyo, began a promotion of Miyazaki beef, with discounts of 20 percent to 30 percent. The store said that in June and July [2010], it received 212 messages of support for the affected farmers of Miyazaki Prefecture.

--
Communicated by:
ProMED-mail

******
[2]
Date: Fri 27 Aug 2010
Source: The Mainichi Daily News, Kyodo news report [edited]


Miyazaki declares end to livestock epidemic
-------------------------------------------
Miyazaki Gov. Hideo Higashikokubaru declared Friday [27 Aug 2010] an end to the FMD epidemic that has severely hit livestock in the southwestern Japanese prefecture, more than 4 months after the 1st case was reported. "We have completed steps to eradicate the virus," Higashikokubaru told a news conference at the prefectural government building. "I declare an end to the FMD in the prefecture."

The outbreak in the prefecture that began in late April 2010 [see item 3 and commentary re real time of outbreak's start.- Mod.AS] forced the prefecture to slaughter some 289 000 pigs and cows, and impose a ban on transfers of livestock.

The latest announcement comes after the Miyazaki government lifted its last ban on the transfers of animals in late July [2010] and made an announcement Thursday [26 Aug 2010] that all 1250 affected farms had completed procedures to detoxify and dispose of animal excreta to ensure the complete eradication of the virus.

The disease also led to temporary closures of public facilities and cancellations of nearly 300 sports and other public events, while the prefectural government asked residents in the affected areas and their vicinities to refrain from going out unless absolutely necessary.

The 1st confirmed case of FMD in the recent outbreak was reported in the town of Tsuno on 20 Apr 2010 [see remark above] before it spread to 11 municipalities, including Miyakonojo City, one of Japan's biggest livestock centers.

The governor declared a state of emergency on 18 May 2010 which was partially lifted on 1 July 2010 after all animals in affected areas were culled.

--
Communicated by:
ProMED-mail

******
[3]
Date: Wed 25 Aug 2010
Source: Japantoday, Kyodo news report [edited]


Infectious route of foot-and-mouth disease unidentified
-------------------------------------------------------
An expert panel under the farm ministry could not detect the infectious route of the FMD that hit Miyazaki Prefecture this year [2010], its interim report showed Tuesday [24 Aug 2010].

"It would be quite difficult" to identify the cause of the disease's outbreak, the head of the team, Tomoyuki Tsuda, told a press conference. "We are just guessing here but (the virus) might have traveled with people."

Foot-and-mouth disease spread in Hokkaido and Miyazaki prefectures in 2000 and it was later surmised that straw from China, which was used in the barns for the animals, was responsible.

But the interim report [addressing the 2010 outbreak] noted the panel has not identified any specific routes of the virus entry from abroad [see commentary below].

--
Communicated by:
ProMED-mail

[According to earlier reports on the findings of the epidemiological research team led by Tomoyuki Tsuda, the 1st FMD infection took place at a water buffalo farm in Tsunocho in the Miyazaki prefecture as early as mid-March 2010. This case was not diagnosed at that time; at least 10 additional farms had been infected with FMD before the Agriculture, Forestry and Fisheries Ministry detected (and reported) the 1st case on 20 Apr 2010.

The research team also found that FMD possibly spread while livestock farmers were unaware of the symptoms of the disease, and that employees of several farms in Tsunocho and Kawaminamicho in the prefecture, where animals were infected with the disease, had visited each other, while a feedstuff delivery service stopped by many farms in different municipalities in the area. Kawaminamicho neighbors Tsunocho, where the 1st infection case was detected. The epidemiological research team was said to believe effective initial response measures against the disease were stymied as a result of the delayed detection of the real 1st case (see ProMED-mail archives 20100726.2498 and 20100629.2160).

A somewhat similar scenario was seen during the 1st phases of the major FMD outbreak in the UK, 2001, when the virus spread several weeks before being noticed and diagnosed. Similarly, the "smoking gun" was never detected. Luckily for Japan, their current outbreak remained restricted to Miyazaki, while in the UK it spread widely by uncontrolled movements of subclinically/mildly infected sheep.

For the sake of lessons to be learned, it will be helpful to obtain the full report of the Japanese investigation Team. - Mod.AS]

[see also:
Foot & mouth disease - Japan (35): (MZ) update 20100726.2498
Foot & mouth disease - Japan (29): (MZ) update, RFI 20100629.2160]...................................arn/mj/mpp

sábado, 28 de agosto de 2010

Javali “importado” provoca catástrofe agrícola no Brasil


Javali “importado” provoca catástrofe agrícola no Brasil
26/08/10 - 15:25 
Sem predador natural, animal destrói lavouras principalmente no Rio Grande do Sul

Depois de invadirem o Brasil pela fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai nos anos de 1990, o impacto causado na fauna e flora pela presença do javali é perceptível nas propriedades rurais de várias cidades do estado. Também há o prejuízo econômico: a perda com a safra de milho totaliza cerca de R$ 70 milhões de reais. Criados de forma clandestina, a população de animais, cujas fêmeas dão três ninhadas por ano com média de oito filhotes cada, cresce vertiginosamente como o tamanho dos estragos feitos ao meio ambiente e à economia. Atualmente, a população de javalis está entre 26 e 50 mil no estado.

“Os javalis são considerados espécies exóticas invasoras, segunda causa de perda de biodiversidade do mundo; só atrás do desmatamento”, afirma o biólogo e consultor ambiental Mateus Pereira das Neves, autor do “Levantamento Populacional de Javalis Asselvajados no Rio Grande do Sul”, de 2007, alertando sobre a falta de uma política de controle à ação do animal. Ele também explica que o javali “brasileiro” é híbrido principalmente do porco doméstico, o que eleva seu peso médio de cinquenta quilos para cem quilos. Agressivo, com hábitos noturnos e sem predador natural, o javali é muito resistente e transmissor de várias doenças. Este último motivo tem trazido preocupações para outros setores da economia nacional - como o Brasil é o quarto maior exportador de carne suína no mundo, com o menor preço entre todos os produtores mundiais, há o medo de que medidas internacionais, já aplicadas em casos anteriores (como o recente da febre aftosa), venham prejudicar a balança comercial. Outro fato alarmante é o aumento no número de ataques do animal aos próprios lavradores.

Para diminuir o número de animais, desde 2002, a sua caça, a exemplo de muitos países, era liberada pelo Ibama no Rio Grande do Sul. Agora, por conta de uma instrução normativa expedida pelo órgão, está proibida, o que vem deixando os produtores rurais ainda mais apreensivos. “Não se trata aqui de ser contra ou a favor da caça; trata-se de proteger o cidadão, seu trabalho, sua família, seu sustento. Em tese, este deveria ser o objetivo das instituições governamentais”, opina o professor Bene Barbosa, bacharel em direito e presidente do Movimento Viva Brasil. “Não quero incentivar a matança, mas, até o momento, a caça se mostrou a única metodologia eficaz de controle”, complementa o biólogo.

As informações são da assessoria de imprensa da Aniam - Associação Nacional das Industrias de Armas e Municões.