quinta-feira, 28 de março de 2013

Emerging Infectious Diseases: Volume 19, Number 4–April 2013

EID cover artworkEID banner
Table of Contents
Volume 19, Number 4–April 2013

PERSPECTIVE

RESEARCH

DISPATCHES

ANOTHER DIMENSION
Myth Dispelled 
A. Possner

LETTERS

BOOKS AND MEDIA

ABOUT THE COVER

NEWS AND NOTES

quarta-feira, 27 de março de 2013

Diminuição significativa da biodiversidade pode aumentar chances de doenças


desmatamento na Amazônia
Mapa elaborado pelo Imazon


A relação entre biodiversidade e transmissão de doenças vem sendo debatida por especialistas em todo o mundo. Com as constantes mudanças climáticas e a diminuição significativa da biodiversidade, principalmente nos grandes centros urbanos, uma questão muito abordada é como as alterações na biodiversidade podem afetar a transmissão de doenças. A Fiocruz – por meio do Projeto Nacional de Ações Integradas Público-Privadas para a Biodiversidade (Probio), que faz parte do Programa Institucional Biodiversidade & Saúde da Vice-Presidência de Pesquisa e Laboratórios de Referência – tem trabalhado nessa temática, com intuito de alertar que a biodiversidade equilibrada é uma excelente aliada na prevenção da transmissão de agentes etiológicos de doenças, especialmente daqueles que demandam vetores para completar o ciclo biológico.
Coordenado pela pesquisadora Márcia Chame, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), o Probio está em sua segunda edição e conta com a subcoordenação de Norma Labarthe, também pesquisadora da Fiocruz. Em entrevista ao Informe Ensp, falou sobre a relação entre biodiversidade e transmissão de doenças. Segundo ela, a inclusão do conhecimento científico disponível nos dispositivos legais e criação de guias de vigilância seriam ações governamentais possíveis para reduzir a disseminação de doenças tendo a natureza como aliada. Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.
Qual é a relação entre biodiversidade e disseminação de doenças por vetores, como carrapatos, mosquitos, roedores e outros animais?
Norma Labarthe: O ponto de partida dessa reflexão é: biodiversidade equilibrada é uma excelente aliada na prevenção da transmissão de agentes etiológicos de doenças, especialmente daqueles que demandam vetores para completar o ciclo biológico. A relação nem sempre é direta, mas, simplificando um sistema altamente complexo, podemos dizer que a biodiversidade conservada reduz a disseminação.
Cientistas – inclusive pesquisadores de renomadas universidades internacionais – afirmam que, quanto maior a biodiversidade de uma região, menor é a transmissão de doenças para os homens. Já é possível explicar por que isso ocorre?
Norma: O conhecimento atual mostra que a simplificação da biodiversidade desequilibra as relações inter e intraespecíficas e, nesses casos, ocorre alteração dos padrões de transmissão de patógenos. Assim, a alteração pode ser no sentido da inclusão de humanos em um ciclo que antes não os incluía. Imaginemos que, no ambiente em questão, alguns hospedeiros que serviam como fonte alimentar para os vetores desapareceram. Concomitantemente, seres humanos, que são mamíferos de grande porte e, portanto, apresentam grande superfície para que os vetores hematófagos realizem suas refeições, tornaram-se abundantes. É provável que carrapatos e mosquitos infectados passem a se alimentar de sangue humano. Esse é um exemplo de como os vetores podem aproximar os parasitos que circulam no local dos seres humanos e, assim, aumentar as chances de haver emergência ou reemergência de novas doenças.
Poderia citar um exemplo concreto de como a mudança na biodiversidade afeta a transmissão de doenças?
Norma: Um exemplo bem conhecido é a doença de Lyme, nos Estados Unidos. O agente etiológico da doença é uma bactéria transmitida por carrapatos, cujo hospedeiro é um camundongo silvestre. O carrapato alimenta-se no roedor e também em outros pequenos mamíferos e passarinhos. Naturalmente, as fontes alimentares dos carrapatos são animais de pequeno porte. Logo, tais animais não têm sangue suficiente para alimentar grandes quantidades de carrapatos.
Quando apareceu, na região, grande quantidade de cervos, que são mamíferos grandes, a oferta de sangue ampliou. Consequentemente, a população de carrapatos também aumentou. Assim, a circulação de carrapatos e de bactérias passou a ser mais intensa. Ao entrarem nesse ambiente modificado, os seres humanos passaram a ser picados por carrapatos infectados pela bactéria e contraíram o que foi descrito como doença de Lyme.
O senso comum diz que, quanto menos animais ao redor, menor é a chance de disseminação de doenças. Essa premissa é falsa?
Norma: Generalizar é muito difícil. Se eu devolver a pergunta a você, modificando-a, qual seria a resposta? De qual espécie animal você pode contrair o maior número de doenças? Provavelmente, você pensou o mesmo que eu: de nós mesmos! Tudo o que pega em seres humanos pode pegar em mim. Seguindo esse pensamento, quanto mais parecidas as espécies entre si, maior risco elas têm de contrair alguma doença. Mas precisamos lembrar que, para oferecer perigo, o outro precisa albergar um parasito e que, se houver muitas espécies diferentes no ambiente, umas serão suscetíveis a ele e outras não. Então, se pensarmos friamente, verificaremos que as espécies resistentes (refratárias ao agente etiológico em questão) funcionam como uma barreira, um filtro natural que tenderá a proteger, e não ameaçar.
Para melhor compreensão de suscetíveis e resistentes, pode-se pensar em vacinados (resistentes) e não vacinados (suscetíveis) contra uma virose. Quando há poucos vacinados em uma comunidade, o risco a que estão expostos os suscetíveis é muito maior do que o risco dos suscetíveis numa comunidade onde há 90% de vacinados.
Diante dessa relação entre biodiversidade e transmissão de doenças, que ações o governo poderia tomar para reduzir a disseminação de doenças, usando a natureza como aliada?
Norma: Incluir o conhecimento científico disponível nos dispositivos legais e criar guias de vigilância seriam ótimas e viáveis ações.
Informe Ensp / Agência Fiocruz de Notícias, publicado pelo EcoDebate, 27/03/2013

terça-feira, 19 de março de 2013

Boletin Panaftosa: Febre Aftosa Março 2013 / Número: 16


Fiebre Aftosa / Foot-and-Mouth Disease

Evolution of foot-and-mouth disease virus intra-sample sequence diversity during serial transmission in bovine hosts. Morelli MJ, Wright CF, Knowles NJ, Juleff N, Paton DJ, King DP, Haydon DT. Vet Res. 2013 Mar; 44 (1): 12



Foot and mouth disease and similar virus infections in camelids: a review. Wernery U, Kinne J. Rev sci tech Off int Epiz. 2012; 31 (3): 907-918




Monitoramento sorológico para avaliação da eficiência da vacinação contra a febre aftosa na zona livre. Relatório final-2010/2011. Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Secretaria de Defesa Agropecuária



Probability of introducing foot and mouth disease into the United States via live animal importation. Miller GY, Ming J, Williams I, Gorvett R. Rev sci tech Off int Epiz. 2012; 31 (3): 777-787








A quantitative assessment of the risk of introducing foot and mouth disease virus into the United States via cloned bovine embryos. Asseged B, Tameru B, Nganwa D, Fite R, Habtemariam T. Rev sci tech Off int Epiz. 2012; 31 (3): 761-775



Rescue of infective virus from a genome-length cDNA clone of the FMDV serotype O (IND-R2/75) vaccine strain and its characterization. Rajasekhar R, Hosamani M, Basagoudanavar SH, Sreenivasa BP, Tamil Selvan RP, Saravanan P, Venkataramanan R. Res Vet Sci. 2013 Feb



Surveillance strategies for foot and mouth disease to prove absence of disease and absence of viral circulation. Caporale V, Giovannini A, Zepeda C. Rev sci tech Off int Epiz. 2012; 31 (3): 747-759




Venezuelan Equine Encephalitis replicon particles can induce rapid protection against Foot-and-Mouth Disease Virus. Diaz-San Segundo F, Dias CC, Moraes MP, Weiss M, Perez-Martin E, Owens G, Custer M, Kamrud K, de Los Santos T, Grubman MJ. J Virol. 2013 Mar 



Servicios Veterinarios / Veterinary Services

Financing and organisation of Veterinary Services. Gallacher M, Barcos L. Rev sci tech Off int Epiz. 2012; 31 (2): 689-698







Institutions: stronger Veterinary Services for better governance. Batho HL, Logar B, Mariner JC, Valder WA, Westergaard JM. Rev sci tech Off int Epiz. 2012; 31 (2): 479-492




Position paper: Improving governance for effective Veterinary Services in developing countries – a priority for donor funding. Forman S, Planté C, Murray G, Rey B, Belton D, Evans B, Steinmetz P. Rev sci tech Off int Epiz. 2012; 31 (2): 647-660









Veterinary education: a basis for good governance leading to effective Veterinary Services. Sabin EA, DeHaven WR. Rev sci tech Off int Epiz. 2012; 31 (2): 519-531




Destacados






Carissa Etienne: taking the reins at PAHO. Holmes D. The Lancet Feb 2013; 381 (9867): 619


domingo, 17 de março de 2013

Raiva nos EUA por transplante de órgãos: Duas Notícias


Fatal Md. rabies case is first in state since 1976




Maryland health officials said Tuesday that an adult resident has died of rabies, the state’s first case of human rabies in nearly four decades.
Health officials said they did not know how the person was exposed to the rabies virus. To protect the privacy of the family, they provided no additional information about the individual or location of death.
In a statement, the Maryland Department of Health and Mental Hygiene said doctors and public health officials are assessing the risk of rabies exposure in people who had direct contact with the individual. When people are exposed to rabies, it is usually because of a bite from an infected animal, not from contact with another person.
The last case of human rabies was in 1976, the statement said.
Katherine Feldman, the state public health veterinarian, said the infection occurred in the past few weeks, and public health officials are trying to determine “who may have kissed the patient or anybody who had saliva contact” with the individual. “Thankfully, we don’t share saliva with a whole lot of people.”
The rabies virus is transmitted through saliva. Human rabies is prevented with rabies vaccine and rabies immune globulin, or preformed antibodies. Preventive treatment is only recommended for people with specific types of exposure to the saliva, tears, respiratory secretions or to fluid from the nervous system of an infected person.
During the past 10 years, on average fewer than five human rabies cases have been diagnosed each year in the United States. Among wild animals found to be infected with the virus are raccoons, foxes, skunks and bats. Unvaccinated dogs and cats can also become infected.
Maryland law requires all dogs, cats and ferrets to be vaccinated against rabies. Last year, 320 animals with rabies were detected in Maryland, and about 1,000 people in Maryland receive the preventive treatment each year after exposure through an animal bite, Feldman said.

Md. rabies death was from organ transplant


HAGERSTOWN, Md. - The federal Centers for Disease Control and Prevention says a rabies death in Maryland was caused by an organ transplant.
The agency said Friday that three other people in Florida, Georgia and Illinois who got organs from the same donor are getting anti-rabies shots.
Citing anonymous sources, The Washington Post reports the Maryland victim was a man infected with the virus through a kidney transplant.
The Post says the man died at the Veterans Affairs Medical Center in D.C. and received the kidney from a Florida donor during an operation at the Walter Reed National Military Medical Center in 2011.
The donor died in Florida a in 2011 after moving there from North Carolina.
The CDC says it's working with public health officials and health care facilities in all five states to identify people who were in close contact with the initial donor or the four organ recipients. The agency says those people might need rabies post-exposure treatment.
The Maryland death is the first rabies death since 1976.
The U.S. has averaged fewer than five human rabies cases each year over the last 10 years. In 2012, Maryland detected 320 animals with rabies in the state.


EUA concluem análise de equivalência no sistema brasileiro de inspeção



O Ministério da Agricultura informou na sexta, dia 15, que os técnicos norte-americanos concluíram a auditoria do sistema de inspeção brasileiro. Os técnicos visitaram a Secretária da Defesa Agropecuária, em Brasília, e a sede do serviço em Santa Catarina, além de cinco estabelecimentos processadores de carnes, para verificar a equivalência dos sistemas de inspeção em produtos de origens bovina e suína.

O Ministério da Agricultura está na expectativa da manutenção do reconhecimento pelo governo norte-americano, que garante autonomia ao governo brasileiro para indicar novos estabelecimentos para exportar carnes para os Estados Unidos. O relatório final deve ser enviado ao governo brasileiro dentro de 60 dias. 

Os Estados Unidos estão entre os principais destinos dos produtos de carne bovina brasileira. Em 2012, foram exportados para o mercado norte-americano 16,6 mil toneladas, equivalentes a US$ 189,6 milhões.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Boletin Panaftosa - ZOONOSES

Enfermedad de Chagas / Chagas Disease


The epidemiological relevance of family study in Chagas Disease. Zulantay I, Apt W, Ramos D, Godoy L, Valencia C, Molina M, Sepúlveda E, Thieme P, Martínez G, Corral G.
PLoS Negl Trop Dis. 2013 Feb;7(2):e1959



Fiebre Amarilla / Yellow Fever
How Brazil joined the quest for a yellow fever vaccine. Bull World Health Organ. 2013 Mar 1;91(3):165-6





Hantavirus
Phylogeny and origins of hantaviruses harbored by bats, insectivores, and rodents. Guo WP, Lin XD, Wang W, Tian JH, Cong ML, Zhang HL, Wang MR, Zhou RH, Wang JB, Li MH, Xu J, Holmes EC, Zhang YZ.PLoS Pathog. 2013 Feb;9(2):e1003159



Influenza Aviar / Avian Influenza
Intervention strategies for emerging respiratory virus infections: policy and public health considerations. Nguyen-Van-Tam JS, Sellwood C. Curr Opin Virol. 2013 Mar



Reflexiones sobre influenza aviar y bioseguridad. Rivera Garcia O. Avicultura.com.mx




¿Son suficientes y eficaces las actuales medidas de bioseguridad para prevenir brotes de enfermedades avícolas como la influenza aviar? Rivera Garcia O. Avicultura.com.mx




Leishmaniasis
CURSO DE AUTOAPRENDIZAJE DE LEISHMANIASIS EN LAS AMÉRICAS: DIAGNÓSTICO Y TRATAMIENTO




Spatio-temporal clustering of American Cutaneous Leishmaniasis in a rural municipality of Venezuela. Rodríguez EM, Díaz F, Pérez MV. Epidemics. 2013 Mar; 5 (1):11-9




Rabia / Rabies
Distribución geográfica del riesgo de rabia de origen silvestre y evaluación de los factores asociados con su incidencia en Colombia, 1982–2010. Brito-Hoyos DM, Sierra EB, Alvarez RV. Rev Panam Salud Publica. 2013 Jan; 33 (1):8-14


The emergence of wildlife species as a source of human rabies infection in Brazil. Favoretto SR, de Mattos CC, de Mattos CA, Campos AC, Sacramento DR, Durigon EL. Epidemiol Infect. 2013 Feb 22:1-10




Zoonosis / Zoonoses
Using routine surveillance data to estimate the epidemic potential of emerging zoonoses: application to the emergence of US swine Origin Influenza A H3N2v Virus. Cauchemez S, Epperson S, Biggerstaff M, Swerdlow D, Finelli L, Ferguson NM. PLoS Med. 2013 Mar; 10 (3):e1001399



Destacados
Carissa Etienne: taking the reins at PAHO. Holmes D. The Lancet Feb 2013; 381 (9867): 619 




International Meeting on Emerging Diseases and Surveillance. Vienna, Austria, February 15–18, 2013.
Final Program

quinta-feira, 14 de março de 2013

Salmão transgênico fica mais perto de aprovação nos EUA


FDA concluiu que o animal "não produz impacto significativo" no ambiente

por Globo Rural On-line
 Shutterstock
A decisão sobre o salmão abre caminho para a aprovação do primeiro animal transgênico para consumo humano nos Estados Unidos (Foto: Shutterstock)
A agência Food and Drug Administration (FDA), dos EUA, anunciou em dezembro que o salmão geneticamente modificado produzido pela empresa AquaBounty "não produz impacto significativo" no ambiente. A decisão abre caminho para a aprovação do primeiro animal transgênico para consumo humano nos Estados Unidos. 

Segundo o órgão regulador, o salmão é "tão seguro como alimento quanto o salmão do Atlântico convencional". Desde o final de dezembro a avaliação de impacto ambiental está aberta, por 60 dias, para comentários do público. A possível aprovação do peixe transgênico, no entanto, ainda poderá levar meses. Em setembro de 2010, a FDA já havia anunciado que esse salmão era seguro para o consumo humano. Um comitê de especialistas externo incumbido de analisar os estudos concordou com as conclusões apresentadas pela agência. 

Desenvolvido pela empresa de biotecnologia AquaBounty Technologies, de Waltham (Estado de Massachusetts), osalmão do Atlântico transgênico (Salmo salar) recebeu o nome comercial de AquAdvantage Atlantic. O salmão da AcquaBounty fica pronto para o abate duas vezes mais depressa que o salmão do Atlântico e foi desenvolvido para ser criado em cativeiro. 

Segundo a empresa, a diferença é a inserção, no genoma da variedade convencional, de uma cadeia de DNA formada por sequências de nucleotídeos (ATCG) que regulam a produção de uma proteína anticongelamento pelo peixe, vindas do peixe-carneiro-americano (Macrozoarces americanus), e sequências do gene do hormônio de crescimento dosalmão-rei (Oncorhynchus tshawytscha); com isso, a produção do hormônio de crescimento não diminui no inverno. Apesar de atingir a maturidade mais cedo, o AquAdvantage Atlantic para de crescer ao atingir o tamanho adulto do salmão do Atlântico encontrado na natureza. 

Com informações da Unicamp