quarta-feira, 28 de abril de 2010

Série Especial: Bem-Estar Animal - 5º artigo de 9


Por Rosangela Poletto


quarta-feira, 28 de abril de 2010 - 8:38


Avaliação do Bem-Estar Animal: medidas fisiológicas como ferramenta – Parte 3 

A associação de parâmetros comportamentais, discutidos no artigo anterior, com fisiológicos oferece uma ferramenta eficiente para avaliar o bem-estar; no entanto, esta metodologia é mais comumente usada como parte de pesquisa cientifica com suínos, entre outras espécies animais. Medidas fisiológicas são de importância significativa porque oferecem informação sobre o balanço fisiológico – homestasis – o qual o animal se encontra.
No entanto, a utilização desta metodologia de avaliação requer certo nível de experiência e conhecimento para que haja a coleta de informação ou amostras adequadas, e a interpretação correta dos resultados. Práticas laboratoriais como a cromatografia liquida de alta eficiência, reação em cadeia da polymerase, e ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay, definição em inglês) entre outras, utilizam fluidos biológicos como sangue (geralmente coletado da veia jugular dos suínos), a urina e fezes (formas de coleta não-invasivas), e em algumas instâncias, espécimes de tecidos e órgãos. Assim, a praticidade e a aplicação desses métodos no dia-a-dia de um sistema de produção são consideravelmente limitadas devido ao grau de complexidade.
   
Um dos indicadores fisiológicos de bem-estar mais extensivamente usado é a concentração do cortisol, também conhecido como o hormônio do stress, no sangue, urina e saliva onde é facilmente mensurável, No entanto, há um desacordo na teoria de que o bem-estar está reduzido quando os animais enfrentam uma situação de stress mais elevado. Alguns exemplos desta situação incluem a elevação da concentração deste hormônio quando suínos são soltos num corredor para pesagem, onde os animais se agitam por vivenciar algo unusual.
   
Estresse é amplamente definido na literatura como a soma de respostas (comportamentais e/ou neurofisiológicas), as quais podem ou não ser específicas a freqüência e intensidade (natureza) do stressor ou estimulo. A correlação entre a resposta ao estresse e o equilíbrio fisiológico relacionado ao bem-estar nem sempre é direto e óbvio. Isso se justifica por que situações de estresse tipicamente aguda e moderada, em geral, beneficia os animais por suas propriedades adaptativas, apesar de que em situações vistas como ofensivas, indivíduos diferem da forma a qual eles adaptam ao desafio. Em contra partida, a soma de eventos estressantes e/ou a exposição a estresse recorrente ou crônico (vários dias ou até meses) é mais problemático principalmente por que os animais não têm condições de adaptar e manter a homeostase (equilíbrio físico e psicológico), colocando assim seu bem-estar em risco. Alguns problemas comuns com estresse crônico em suínos, tão quanto em outras espécies, incluem úlcera gástrica, hipertensão e supressão do sistema imunológico, o qual aumenta a susceptibilidade a doenças.
Assim sendo, como a saúde do animal está prejudicada sob a condição de estresse crônico, a prevalência dos mesmos podem também serem usados como indicadores indiretos de bem-estar. Além disso, há o desencadeamento de comportamentos anormais conhecidos estereotipados, como o mastigado em falso principalmente em porcas sujeitas a alimentação restrita, mordedura de barras da baia ou gaiola de gestação, e mordedura de rabo que pode levar ao canibalismo em suínos de terminação que são geralmente mantidos em grupos excedendo o limite de densidade populacional. Este comportamento estereotipado, um indicador de bem-estar reduzido, não tem uma função fisiológica óbvia, é comumente observada em animais sujeitos a ambientes de estresse e que estão num estado de aborrecimento (bored) e frustração. Outros indicadores fisiológicos incluem o monitoramento da função cardíaca (batimentos cardíacos e pressão arterial), temperatura corporal, e concentração de outros hormônios relacionados a resposta ao estresse como as catecolaminas (dopamine, epinefrina e noraepineprina) no sangue e no cérebro. A relação entre bem-estar com parâmetros de produção e saúde será discutida em mais detalhe no artigo seguinte. 

domingo, 25 de abril de 2010

EET's - Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis - VÍDEOS

VEJA OS VÍDEOS EM SEUS RESPECTIVOS LINKS:


Prions:







Kuru:


Vaca Louca:





Creudsfeldt-Jacob:








Tem muito mais vídeos na internet.
Esses são apenas um aperitivo.
Se vc encontrar mais, envie-os para mim e eu colocarei no Blog.

sábado, 24 de abril de 2010

Treinamento Controle da Raiva dos Herbívoros

O vídeo está dividido em duas partes.

Veja os vídeos nos seguintes links:

Parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=kbZljBXbUQM
Parte 2: http://www.youtube.com/watch?v=gzhg5oZ1Gn0&feature=related

Prevenção e Controle da Anemia Infecciosa Equina no Pantanal

OIE - Weekly Disease information


OIE

Información sanitaria semanal

Vol. 23 - No. 17, 29 abr., 2010

Vol. 23 - No. 16, 22 abr., 2010




LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA - Série: Situação Epidemiológica Das Zoonoses de Interesse para a Saúde Pública

Leishmaniose Tegumentar Americana – 2008
http://portal. saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/boletim_eletronico_02_ano10.pdf


Introdução
     A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma zoonose amplamente distribuída no continente americano, estendendo-se do sul dos Estados Unidos ao norte da Argentina. É considerada uma das doenças infecciosas de maior relevância nas Américas. No Brasil a doença está amplamente distribuída, com casos autóctones em todas as regiões e unidades federadas.
     Estudos epidemiológicos da LTA sugerem mudanças no comportamento da doença, com a coexistência de um duplo perfil epidemiológico, sendo um deles proveniente de casos originários de focos antigos ou de áreas próximas a eles, e o outro, de surtos epidêmicos associados ao desenvolvimento de atividades econômicas, realizadas em condições ambientais altamente favoráveis à transmissão da doença, como garimpos, expansão de fronteiras agrícolas e extrativismo, entre outras.

Situação epidemiológica 
     De 2000 a 2008 foram registrados 238.749 casos de LTA no país, com média anual de 26.528 casos novos. No entanto, observa-se uma redução de 41% dos casos em 2008, quando comparado a 2000.
     O coeficiente de detecção passou de 20,3 casos por 100 mil habitantes no primeiro ano, para 10,5 casos por 100 mil habitantes no último ano do período analisado (Figura 23).


Figura 23. Casos e coeficiente de detecção de LTA. Brasil, 2000 a 2008.Fonte: Sinan/SVS/MS.

     As regiões Norte e Nordeste vêm contribuindo, ao longo dos anos, com os maiores percentuais de casos do país, de modo que, do total confirmado no período de 2000 a 2008, 39,4% (94.169/238.749) ocorreram na região Norte; 31,7% (75.657/238.749), na região Nordeste; 15,9% (37.853/238.749), na região Centro-Oeste; 9,6% (22.903/238.749), no Sudeste; e 2,6% (6.161/238.749), na região Sul (Figura 24).


Figura 24. Casos de LTA e percentual, segundo região de residência. Brasil, 2000 a 2008.

Em 2008 foram registrados 19.992 casos novos de LTA no país, cujas características estão descritas na Tabela 5.

Tabela 5. Características demográficas e clínicas dos casos de LTA. Brasil, 2008. Fonte: Sinan/SVS/MS.

     Considerando a importância da coinfecção Leishmania- HIV no país, a partir de 2007 foi inserida na ficha de LTA uma variável específica para conhecer o perfil da coinfecção entre os casos desse tipo de leishmaniose, de modo que, do total de registros desta endemia em 2008, 1,3% (267/19.992) eram HIV positivo.
     Análises parciais, realizadas considerando-se o indicador de densidade de casos, no período de 2005 a 2007, mostram que existem 25 circuitos ativos de produção de LTA de importância epidemiológica no Brasil. Verifica-se que aproximadamente 47% dos casos registrados em 2008 estão inseridos nos circuitos de produção da doença, distribuídos em 463 municípios (Figura 25).


Figura 25. Densidade de casos e circuitos de produção de LTA por município. Brasil, 2005 a 2007, e casos em 2008. Fonte: Sinan/SVS/MS.

Considerações Finais
     A LTA é uma endemia de grande complexidade, pois envolve diferentes espécies de vetores, reservatórios e agentes etiológicos que, em conjunto com a ação do homem sobre o meio ambiente, dificultam as ações de controle.
      As ações recomendadas são específicas para cada área, segundo a situação epidemiológica e estão centradas no diagnóstico precoce, no tratamento adequado dos casos humanos – além da identificação do agente etiológico circulante e do vetor predominante – e na redução do contato homem-vetor, através da adoção de medidas de proteção individuais e coletivas específicas.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

RAIVA - Série: Situação Epidemiológica Das Zoonoses de Interesse para a Saúde Pública

Raiva – 2009


Introdução
A raiva no Brasil vem mudando seu perfil epidemiológico nas últimas décadas. Apesar dos avanços no controle da raiva canina, novos desafios vêm surgindo e reemergindo. Nos últimos anos, houve uma redução de casos em humanos, porém com um pico nos anos de 2004 e 2005 devido à ocorrência de surtos de raiva humana, transmitida por morcegos hematófagos, no Maranhão e no Pará (Figura 11).



Figura 11. Casos de raiva humana por espécie agressora no Brasil, 1986 a 2009. Fonte: Sinan/SVS/MS.

Raiva humana
Nos últimos dez anos, foram notificados 163 casos humanos, sendo que 47% (77/163) foram transmitidos por cães e 45% (73/163) por morcegos. Na década anterior foram registrados 412 casos, dos quais 72% (297/412) tiveram o cão como agressor e 12% (49/412), os morcegos. Isso demonstra a reemergência do ciclo silvestre e o controle do ciclo urbano no país.
No ano de 2009, os dois casos humanos registrados ocorreram em municípios maranhenses e ambos foram agredidos por cães (Figura 12). Destaca-se que os casos não receberam esquema profilático adequado e em tempo oportuno.


Figura 12. Distribuição de raiva humana transmitida por cão no Brasil, 2009. Fonte: Sinan/SVS/MS.

Profilaxia e tratamento da raiva humana
Em caso de agressão por animais, mesmo para ferimentos superficiais ou aparentemente sem importância, deve-se lavar imediatamente o local com água e sabão e procurar o posto de saúde para receber orientações quanto ao esquema de profilaxia da raiva humana (soro e vacina antirrábica). As agressões por morcegos, apesar de aparentemente serem consideradas sem gravidade pela população para a transmissão da raiva, são consideradas acidentes graves e necessitam receber esquema profilático completo de raiva, com indicação de vacina e soro antirrábico humano.
Sua importância resultou na pactuação do esquema profilático pós-exposição para raiva humana, em todas as pessoas que forem agredidas por morcegos, na Programação das Ações de Vigilância em Saúde (PAVS).
Os atendimentos antirrábicos humanos notificados têm aumentado nos últimos dez anos. Em 2000, foram registradas pelo menos 234 mil ocorrências e, no último ano, mais de 440 mil atendimentos. Em 2009, aproximadamente 84% (369.600/440 mil) dos atendimentos referiram exposição a cães domésticos, e 11% (48.400/440 mil), a gatos (Figura 13).



Figura 13. Número de atendimento antirrábico humano por espécie agressora no Brasil, 2000 a 2009.* Fonte: Sinan/SVS/MS.
*Dados parciais, sujeitos a alterações.

A perspectiva de tratamento de raiva humana surgiu em 2004, com a cura de uma paciente residente nos Estados Unidos, submetida ao Protocolo de Milwaukee. Em 2008, no Brasil, um jovem de 15 anos foi mordido por um morcego hematófago e contraiu a doença. Esse paciente teve o diagnóstico confirmado pela técnica de RT-PCR no folículo piloso. O rapaz foi submetido ao Protocolo de Milwaukee adapatado e evoluiu para a cura.
Em virtude desse acontecimento, o Ministério da Saúde reuniu médicos, enfermeiros, veterinários, epidemiologistas e laboratoristas e publicou o Protocolo de Tratamento de Raiva Humana, denominado Protocolo de Recife, disponibilzado na Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde do SUS do Brasil, volume 18, nº 4, edição outubrodezembro de 2009 (http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/revista_vol18_n4.pdf).
Depois disso, outros dois pacientes também foram submetidos ao mesmo protocolo, aumentando-lhes a sobrevida. Porém, ambos evoluíram para óbito, reforçandose a tese de que a profilaxia da raiva, oportuna e adequada, ainda é a melhor alternativa.

Raiva animal
A raiva canina vem acompanhando o decréscimo da raiva humana. Segundo Schneider, em 1980 foram registrados 4.570 casos caninos; em 2009, apenas 26 casos em cães e dois em felinos foram notificados ao Ministério da Saúde.
Reforçando-se a emergência do ciclo silvestre, destaca-se que entre os 26 casos caninos notificados, três pertenciam à variante 3, compatível com Desmodus rotundus; um foi de variante não compatível; e um da variante 1 (variante introduzida no Mato Grosso do Sul, na fronteira com a Bolívia, em 2006).
Para garantir que não haja circulação do vírus da raiva em cães foi pactuado na PAVS o envio de 0,2% de amostras caninas, com suspeita de doença neurológica, para exame laboratorial da raiva. Outra estratégia adotada para o controle da raiva canina foi a substituição da vacina, produzida em tecido nervoso de camundongos, pela de cultivo celular.
Em 2009, para as áreas consideradas de risco (região Nordeste, Corumbá/MS e Marabá/PA) iniciou-se a substituição da vacina, finalizando-se o processo em 2010 para todo o país.
A cobertura vacinal canina de no mínimo 80% é outra pactuação feita na PAVS. No ano de 2009, foram vacinados 19.133.345 cães e 4.039.327 gatos, com cobertura vacinal canina de 81% (19.133.345/23.513.039) até o momento (dados parciais) (Figura 14).

Figura 14. Casos humanos transmitidos por cães, casos de raiva canina e cobertura vacinal antirrábica canina no Brasil, 2000 a 2009.* Fonte: SVS/MS.
*Dados parciais, sujeitos a alterações.

Devido ao controle que se vem obtendo no ciclo urbano e à melhoria da vigilância sobre espécies silvestres, os casos de raiva nesse ciclo vêm aumentando no país. Destaca-se o elevado número de episódios de raiva em morcegos nãohematófagos, identificados por meio da vigilância passiva de animais encontrados mortos ou em situações não habituais, como os localizados durante o dia ou caídos no chão.
Essa vigilância é importante para determinar o real perfil da doença no país, tal como vem sendo realizada nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Pernambuco, entre outros. Os resultados dessa vigilância são demonstrados no mapa a seguir, com notificação, no ano de 2009, de raiva em 158 morcegos nãohematófagos, 16 em morcegos hematófagos, 22 em canídeos silvestres, três em primatas não-humanos e um gato do mato (dados parciais) (Figura 15).


Figura 15. Casos de raiva silvestre no Brasil, 2009.* Fonte: SVS/MS.
*Dados parciais, sujeitos a alterações.

Além disso, a vigilância passiva em rodovias e estradas, por meio da busca de animais mortos ou atropelados, também está sendo implementada principalmente na região Nordeste, onde se registra o maior número de casos de raiva em espécies silvestres terrestres, como os canídeos silvestres e os primatas não-humanos.


Comentários
Em 2009, o Brasil registrou dois casos de raiva humana, ambos no estado do Maranhão, e 26 casos caninos
concentrados principalmente na região Nordeste, demonstrando ser esta a região de maior risco no país, onde as ações devem ser implementadas. Dessa forma, é imprescindível a realização dos bloqueios de foco (em até 72 horas), a manutenção de altas coberturas vacinais caninas, a captura e a eutanásia de cães em áreas de foco de raiva, a revisão da estimativa populacional canina, o monitoramento da circulação viral e a educação em saúde.
Em relação à profilaxia, destaca-se a necessidade de realizá-la em tempo oportuno e adequadamente, devendo a população considerar toda exposição a animal como grave, procurando a assistência, que indicará ou não o esquema de profilaxia de raiva humana. Apesar da ocorrência da cura de raiva humana registrada em 2008 e do estabelecimento do Protocolo para Tratamento de Raiva Humana em 2009, a SVS orienta que a profilaxia é a melhor maneira de prevenção, pois a chance de cura ainda é pequena e não se tem conhecimento suficiente sobre as sequelas que o paciente pode apresentar.
Para monitoramento da raiva em espécies silvestres destaca-se a importância da vigilância passiva, com o envio de animais mortos ou atropelados, e de morcegos encontrados em situação não habitual para diagnóstico laboratorial da raiva.

FEBRE AMARELA - Série: Situação Epidemiológica Das Zoonoses de Interesse para a Saúde Pública

FEBRE AMARELA - 2009


Introdução
A febre amarela (FA) é uma doença infecciosa aguda, não contagiosa, que se mantém endêmica na América do Sul e África, causando surtos ou epidemias de impacto em saúde pública (Figura 1).

Figura 1. Distribuição da febre amarela no mundo, 2009. Fonte: OMS.

É causada por um arbovírus (vírus transmitidos por artrópodes) do gênero Flavivirus, da família Flaviviridae. No Brasil, são reconhecidos dois ciclos distintos de transmissão, determinados pelas espécies vetoras  Envolvidas (Figura 2):

Ciclo silvestre
Os primatas não-humanos (macacos) são os hospedeiros amplificadores e o vírus é transmitido por mosquitos (vetores) silvestres, principalmente aqueles dos gêneros Haemagogus e Sabethes. A forma silvestre é endêmica na região amazônica e esporádica em uma ampla área geográfica;

Ciclo urbano
O homem é o principal hospedeiro e a transmissão se dá pelo Aedes aegypti, espécie sinantrópica e com acentuada antropofilia. No Brasil, este ciclo não é registrado desde 1942.
A febre amarela é uma zoonose silvestre, não sendo possível sua erradicação. Trata-se de uma doença reemergente prioritária em saúde pública no país, para a qual existe uma vacina de alta eficácia.

Figura 2. Ciclos epidemiológicos (silvestre e urbano) da febre amarela no Brasil, 2009.



Atualmente, as áreas de circulação do vírus tendem a se expandir no sentido sul e leste do país, atingindo populações susceptíveis à doença. A expansão dessas áreas de ocorrência causa preocupação, em especial, pela proximidade com os grandes centros urbanos dispostos nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Esse aspecto apontou para a necessidade de se revisar as áreas de risco e de vacinação na última década (Figura 3).


Figura 3. Áreas de risco e de recomendação de vacina contra febre amarela no Brasil, 1997 a 2008. Fonte: SVS/MS.

A partir de 2007, com a reemergência do vírus da febre amarela fora da região amazônica, o país passou a adotar um sistema de monitoramento semanal, articulado com os estados, e que visa antecipar a resposta do serviço de saúde pública em situação de transmissão.
Nesse sentido, a vigilância passou a ser baseada em três períodos distintos, ao longo do ano, que foram classificados de acordo com a análise da série temporal de casos e óbitos. Essa análise permitiu dividir o ano em três períodos epidemiológicos distintos:
1º períodoBaixa ocorrência
Entre as semanas epidemiológicas 20 e 37;
2º períodoPré-sazonal
Compreende o intervalo entre a semana epidemiológica 38 e a 51. Neste período, em virtude da aproximação com o período sazonal devem-se rever as coberturas vacinais das áreas com recomendação de vacina e desencadear campanhas de divulgação e informação ao público em geral para as recomendações de vacina à população residente e visitante das áreas de risco; e
3º período – Sazonal
Compreende as semanas epidemiológicas entre a 52 e a 19 do ano seguinte. Nesse período, espera-se um maior número de casos e a vigilância deve ser mais atuante.
Esse nível de organização operacional mostrou-se importante para o planejamento das ações no período intersazonal, como a preparação para os momentos de transmissão, reforçando as ações de vigilância, de modo oportuno e planejado, incorporando à rotina do Programa.
O monitoramento, nos períodos pré-sazonal e sazonal, visa identificar precocemente a circulação viral para avaliar o risco de dispersão e urbanização da transmissão, e prevenir casos humanos da doença.
O monitoramento semanal prevê uma série de ações, a serem desenvolvidas de maneira integrada com outros setores da Secretaria de Vigilância em Saúde e em conjunto com estados e municípios, assim definidos:
a) Monitoramento semanal de casos humanos suspeitos, confirmados e em investigação;
b) Monitoramento semanal de morte de macacos e de epizootias de primatas por febre amarela;
c) Monitoramento do movimento de amostras (humanos, primatas e vetores), na rede de laboratórios de referência do Sistema Único de Saúde (SUS), para revisão de fluxo e laboratórios, de acordo com a situação epidemiológica e a oportunidade do processamento e resposta, garantindo-se a oportunidade da atuação dos serviços de saúde pública; e
d) Monitoramento e gerenciamento do estoque estratégico de vacina, de solicitações para distribuição, do controle do estoque nacional e regional, das coberturas vacinais em áreas de risco, e de evento adverso grave associado à vacina de febre amarela.
Esse monitoramento tem sido importante para a visualização do processo de dispersão do vírus da FA, em especial nas áreas onde a população não é vacinada, como nos estados do Rio Grande do Sul e de São Paulo, entre 2008 e 2009, o que permitiu aos gestores tomar decisões oportunamente, de modo a minimizar os danos às populações humanas.
Durante o monitoramento, no período sazonal entre outubro de 2008 e junho de 2009, foram notificadas
mortes de primatas não-humanos (PNH) em 14 unidades federadas, quais sejam: Goiás, Distrito Federal, Bahia, Amapá, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Tocantins, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul. Dessas, houve confirmação laboratorial em três Estados (SP, PR e RS), destacando- se que a epizootia positiva para a febre amarela no Paraná ocorreu na fronteira com São Paulo.

Situação epidemiológica
Casos humanos
No período de monitoramento da febre amarela, entre 2008 e 2009, iniciado na Semana Epidemiológica 40 (28/9/2008), foram notificados 274 casos humanos suspeitos de febre amarela silvestre (FAS), com 51 casos (18,6%) confirmados. Destes, 21 evoluíram para o óbito e a taxa de letalidade foi de 41% (21/51). A mediana de idade foi de 31 anos, com intervalo de oito dias para o mais jovem, e de 73 anos o caso com maior idade. 
O sexo masculino foi predominante, com 72% (37/51). Os primeiros casos humanos, registrados durante o monitoramento, ocorreram em dezembro e os últimos, fora do período sazonal, foram identificados em área endêmica com o último registro na semana epidemiológica 34 (Figura 4).


Figura 4. Curva epidêmica dos casos notificados, suspeitos e confirmados de febre amarela silvestre (FAS), por semana epidemiológica, outubro de 2008 a setembro de 2009.Fonte: SVS/MS.


A confirmação laboratorial foi obtida em 90% dos casos humanos (46/51). O vínculo clinico-epidemiológico
foi critério de confirmação utilizado para outros cinco casos notificados, 10% (5/51). O teste MAC-Elisa foi o mais utilizado, em 82 das confirmações (42/51), seguido do RTPCR, em 35% (18/51), imunohistoquímica em 6% (3/51) e o isolamento viral, em um caso 2% (1/51).
As primeiras notificações e alertas de risco no período foram de epizootias em primatas, posteriormente confirmadas por laboratório. O município de ocorrência foi Tiradentes do Sul, na região noroeste do Rio Grande do Sul, próximo à fronteira com a Argentina. Posteriormente, novas epizootias em primatas foram registradas, com expansão progressiva no sentido sul e leste do estado.
A expansão da área de ocorrência registrada no Rio Grande do Sul passou a ser caracterizada como Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) quando atingiu áreas onde não havia registro de circulação do vírus da febre amarela e, portanto, onde a população não era vacinada.
Na Espin do Rio Grande do Sul o primeiro caso humano confirmado teve o início dos sintomas em 10 de dezembro de 2008, e o último, em 25 de abril de 2009. Foram informados 118 casos, distribuídos em 59 municípios.
Do total, 83% dos casos foram descartados (98/118) e 24 atenderam à definição de casos, sendo classificados como suspeitos. Destes, 83% foram confirmados (20/24), com uma taxa de letalidade de 45% (9/20).
Entre os casos confirmados, o sexo masculino foi o predominante, representando 75% do total (15/20). A mediana de idade foi de 32 anos, com intervalo entre 10 e 72 anos. Todos os casos confirmados eram de não-vacinados contra a febre amarela e tiveram como Local Provável de Infecção (LPI) ambientes silvestres, de mata ou zona rural.
Ainda durante o monitoramento, entre 2008 e 2009, uma nova Espin foi registrada em São Paulo, também em áreas sem recomendação de vacina à população. Em São Paulo, a dispersão e a ocorrência de FAS ficaram restritas às regiões sul e sudeste do estado, na divisa com o Paraná.
A Espin de São Paulo teve início em fevereiro de 2009, com a confirmação de um óbito por FAS, detectado por meio da vigilância da Síndrome Febril Íctero-Hemorrágica Aguda (SFIHA) no município de Sarutaiá, região sudeste do estado.
Até abril de 2009, foram informados 101 casos, distribuídos em cinco municípios na área de provável transmissão. Desse total, 83 atenderam à definição de caso suspeito de FAS. Foram confirmados 34% deles (28/83). A taxa de letalidade foi de 39% (11/28). Outros 55 casos suspeitos foram descartados.
O primeiro caso foi confirmado em fevereiro e o último em abril de 2009. Entre os 28 casos confirmados, 64% eram do sexo masculino (18/28). A idade variou entre oito dias de vida e 52 anos, com mediana de 30 anos. Todos os casos confirmados não eram vacinados e desenvolviam atividades em ambiente silvestre, de mata ou rural no momento da infecção.
Como atividade complementar de vigilância foi realizada busca ativa de casos suspeitos nos LPI dos casos
confirmados. Durante a investigação epidemiológica de campo foram detectados indivíduos com sintomatologia leve, dos quais 80% foram descartados e 20% confirmados e incluídos na lista dos casos. 
No estado do Paraná foram registradas epizootias, mas apenas no município de Ribeirão Claro, na divisa com São Paulo, foi confirmada a febre amarela como causa das epizootias. Não foram notificados, nesse período, casos humanos suspeitos ou confirmados.
 Embora as primeiras evidências de febre amarela tenham sido epizootias de primatas, em meados de outubro (2008), a ocorrência de casos humanos foi registrada em dezembro daquele ano e se estendeu até a semana epidemiológica 16 (25 de abril de 2009) com o último registro de caso humano na região afetada de SP e RS. 
Posteriormente, outros três casos humanos foram confirmados em regiões previamente consideradas endêmicas no Brasil (um em Minas Gerais e dois no Mato Grosso). Os sintomas se iniciaram nas SE 21, 34 e 37, respectivamente. Os LPI foram áreas silvestres, rurais ou de mata, dos municípios de Ubá/MG e Feliz Natal/MT. 
Esses três casos foram detectados pela vigilância da Síndrome Febril Íctero-Hemorrágica Aguda (SFIHA). O caso procedente do estado de Minas Gerais teve suspeita inicial de leptospirose, e os de Mato Grosso, suspeitas de dengue e hantavirose, respectivamente (Figura 5).

Figura 5. Distribuição dos casos humanos confirmados e epizootias em primatas não-humanos. Brasil, dezembro de 2008 a junho de 2009. Fonte: SVS/MS.

O histórico de vacinação mostrou que 84% (42/51) não eram vacinados, 2% (1/51) eram vacinados há mais
de nove anos, 4% (2/51) foram vacinados no dia de início dos sintomas (IS), 4% (2/51) foram vacinados após o início dos sintomas, 4% (2/51) iniciaram sintomas após a vacinação (aproximadamente dois dias), em 2% (1/51) o estado vacinal era ignorado e em 2% (1/51) a informação não se aplicava por terem apenas oito dias de vida. Dos casos ocorridos, 26% (13/51) estavam relacionados à agricultura, e os demais a outras atividades.

Epizootias em primatas não-humanos 
O sistema de vigilância da febre amarela vem utilizando a notificação de epizootias em primatas não-humanos (PNH) como indicadora de risco para a ocorrência de casos humanos, a partir da detecção precoce da circulação viral para, principalmente, favorecer à tomada de decisão oportuna das ações de vigilância, prevenção e controle a serem executadas.
No período de monitoramento, entre outubro de 2008 e junho de 2009, foram notificadas 1.224 epizootias em primatas não-humanos (PNH) no país, envolvendo 2.433 animais provenientes de 14 estados, sendo confirmadas 189 epizootias por FA, distribuídas em: 0,5% no Paraná (1/189), 1% em São Paulo (2/189) e 98,5% (186/189) no Rio Grande do Sul.
Entre os primatas envolvidos, o gênero Alouatta foi o mais acometido, representando 84% (1.028/1.224) das epizootias notificadas, seguido do Callithrix, com 9,9% (121/1.224); do Cebus, com 3,1% (38/1224); e ainda 3,0% em gênero não identificado (37/1.224), conforme mostra a Figura 6.


Figura 6. Distribuição das notificações de epizootias em primatas, segundo o gênero. Brasil, 2009.
Fonte: SVS/MS.


Vacinação contra a febre amarela
Considerando a expansão do vírus da FA no Brasil, a área com recomendação de vacinação também foi
ampliada nesse período, com inclusão de 446 municípios, sendo: 66 em São Paulo, 144 no Paraná, 115 em
Santa Catarina e 121 no Rio Grande do Sul (Figura 7).
No período de outubro de 2008 a agosto de 2009 foram distribuídas 22.452.800 doses da vacina contra
febre amarela. Foram disponibilizadas 6.712.120 doses e outras 4.180.000 doses para Rio Grande do Sul
e São Paulo, respectivamente. No mesmo período foram aplicadas no Brasil cerca de 9.797.771 doses em áreas com recomendação de vacina, durante a intensificação das ações de vigilância.


Figura 7. Áreas com e sem recomendação de vacina contra febre amarela no Brasil, decorrentes da Espin, 2008 e 2009.Fonte: SVS/MS.

Eventos adversos à vacina contra FA
Na ocasião foram notificados 112 eventos adversos graves pós-vacinação no país, sendo 50% confirmados (56/112), 10% foram classificados como prováveis (11/112), 26% inconclusivos (29/112), 8% descartados (9/112) e 6% (7/112) ainda permanecem em investigação. Dos confirmados, 16% foram classificados como doença viscerotrópica aguda (9/56), sendo que todos evoluíram para óbito, e 84% (47/56) foram identificados como doença neurotrópica aguda, sem registro de óbitos.

Considerações Finais
Após recente expansão da área de circulação do vírus da FA, a área com recomendação de vacinação no Brasil foi novamente ampliada, compondo-se, atualmente, de 10.085.753 habitantes, sendo 2.283.335 em São Paulo, 76.248 no Paraná, 96.683 em Santa Catarina e 7.629.487 no Rio Grande do Sul.
Considerando a dispersão do vírus da febre amarela e a importância da detecção precoce da circulação viral para a tomada de decisão e adoção oportuna de ações de vigilância, prevenção e controle, recomenda-se que, nos estados, sejam identificadas áreas com características de vulnerabilidade e/ou receptividade para o vírus da febre amarela, a fim de criar áreas de vigilância-sentinela. Para tanto, sugere-se que também sejam considerados os seguintes critérios:
• Municípios contíguos e/ou áreas próximas às áreas de risco e com recomendação de vacina;
• Áreas com diagnóstico de morte por febre amarela em um único primata, sem qualquer outro achado que demonstre a circulação do vírus;
• Áreas sem recomendação de vacina no Brasil e que fazem fronteira com áreas classificadas recentemente
como de risco para FA em países vizinhos (ou fronteiriços), como Argentina e Paraguai;
• Áreas classificadas em 2003 como indenes de risco potencial e que foram retiradas das áreas com recomendação para vacina em 2008, situadas no sul da Bahia e norte do Espírito Santo;
• Áreas de corredores ecológicos (vegetação, relevo, hidrografia), ligadas às áreas de risco para febre amarela;
• Áreas com presença de primatas e vetores, como reservas ecológicas e áreas de proteção ambiental;
• Áreas com presença de vetores silvestres da febre amarela; e
• Áreas com elevada infestação de vetores urbanos (Aedes aegypti) e/ou com histórico de transmissão do
vírus da dengue.
O acompanhamento das coberturas vacinais, com avaliações sistemáticas das áreas com ocorrência de epizootias positivas e/ou casos humanos é outro grande passo para o aperfeiçoamento da vigilância da febre amarela no Brasil, de modo que a definição das áreas de recomendação de vacina à população residente e visitante passou a ser dinâmica com atualização a partir de achados epidemiológicos.
Visando ampliar a disponibilidade da informação e ainda o foco para os viajantes que se desloquem às áreas de risco, a SVS atualiza as informações de recomendação de vacina, quando necessário.
As informações das áreas e da lista dos municípios incluídos para vacinação encontram-se disponíveis no site
da SVS (http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/ area.cfm?id_area=1552) e na página eletrônica do Ministério do Turismo (www.turismo.gov.br/turismo/ home.html).






Série: Situação Epidemiológica Das Zoonoses de Interesse para a Saúde Pública

Apresentação


As zoonoses são consideradas um grande problema de saúde pública, pois representam 75% das doenças infecciosas emergentes no mundo. Estudos demonstram que 60% (849/1.415) dos patógenos humanos são zoonóticos e que 80% dos patógenos animais têm múltiplos hospedeiros. A disseminação dessas doenças está diretamente relacionada com a capacidade de o agente etiológico manter-se em condições viáveis na fonte de infecção. 
A saúde humana e a animal sempre estiveram interligadas. No entanto, os processos sociais e agropecuários ocorridos nos últimos anos proporcionaram um contato ainda maior entre a população humana e os animais domésticos e silvestres. Esse contato facilitou a disseminação de agentes infecciosos e parasitários para novos hospedeiros e ambientes, implicando em emergências de interesse nacional ou internacional.
Os dados de emergência do Brasil reforçam os achados disponíveis na literatura, pois o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) registrou, no período de março de 2006 a fevereiro de 2010, 673 eventos de relevância de saúde pública. As notificações de zoonoses e doenças transmitidas por vetores representaram o grupo de evento de maior ocorrência, com 40% (273/673) das notificações.
O estudo epidemiológico e o aprimoramento dos sistemas de vigilância dessas doenças são de extrema importância para se conhecer, intervir e recomendar ações que visem ao seu controle. Para tanto, é necessário trabalhar integralmente nos diferentes componentes da cadeia de transmissão, bem como no conhecimento dos fatores de risco e determinantes dessas doenças.
Nesta segunda edição do Boletim de Zoonoses, a Coordenação de Vigilância das Doenças Transmitidas por Vetores e Antropozoonoses (Covev) apresenta a situação epidemiológica da febre amarela, raiva, hantavirose, leptospirose, leishmanioses, febre maculosa e doença de Chagas, destacando que, para algumas delas, serão abordados avanços e novos desafios para o aprimoramento da vigilância das zoonoses no país. Por último, apresentamos a situação epidemiológica dos principais acidentes provocados por animais peçonhentos, que hoje representam anualmente mais de 113 mil notificações e 299 óbitos.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Emerging Infectious Diseases - Volume 16, Number 5–May 2010

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Table of Contents
Volume 16, Number 5–May 2010



RESEARCH
CME ACTIVITY
Tropheryma whipplei in Children with Gastroenteritis
     D. Raoult et al. 
Contagious Period for Pandemic (H1N1) 2009
     G. De Serres et al. 

DISPATCHES
Rickettsiae in Gulf Coast Ticks, Arkansas
     R. Trout et al. 
Bluetongue Virus in Wild Deer, Belgium
     A. Linden et al. 

ANOTHER DIMENSION
Sticky Decisions: Peanut Butter in a Time of Salmonella
     G. Kaptan and B. Fischhoff 

LETTERS
Kobuvirus in Domestic Sheep, Hungary
     G. Reuter et al. 
Physician Awareness of Chagas Disease, USA
     K.K. Stimpert and S.P. Montgomery 
Bovine Tuberculosis in Buffaloes, Southern Africa
     M. de Garine-Wichatitsky et al. 
Triatoma infestans Bugs, Argentina
     R.V. Piccinali et al. 

BOOK REVIEW

CONFERENCE SUMMARY

ABOUT THE COVER

NEWS AND NOTES

Publicações Recentes do CEDOC/PANAFTOSA



N. 74 - 2010



Centro de Documentación / Documentation Center
Objetivos/ Objectives
Identificar y atender las necesidades de información, adquisición, organización, almacenamiento, generación, uso y difusión de la información en salud pública veterinaria y proveer recursos bibliográficos técnicos-científicos al equipo de profesionales de la unidad y a los usuarios externos.

Identify and take care of the needs of information, acquisition, organization, storage, generation, use and diffusion of the information in veterinary public health and provide technical scientific bibliographical resources to the professional staff of the unit and to the users external.

Temas de interés general / Subjects of general interest


La 37º Reunión Ordinaria de la Comisión Sudamericana para la Lucha contra la Fiebre Aftosa - COSALFA será realizada en la ciudad de Georgetown, Guyana, en los días 11 y 12 de Mayo de 2010.
La COSALFA está siendo organizada bajo el liderazgo del Centro Panamericano de Fiebre Aftosa (PANAFTOSA) de la Organización Panamericana de Salud/ Organización Mundial de Salud (OPS/OMS) junto con el Ministerio de Ganadería de Guyana.
The 37th Ordinary Meeting of the South American Commission for the Fight Against Foot-and-Mouth Disease – COSALFA  will be held at Guyana, in the city of Georgetown, on May, 11th and 12th, 2010.
The COSALFA is organized under the leadership of the Pan American Foot-and-Mouth Disease Center (PANAFTOSA) of the Pan American Health Organization/World Health Organization (PAHO/WHO) together with the Ministry of Agriculture of Guyana.
A 37º Reunião Ordinária da Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa -COSALFA será realizada na cidade de Georgetown, Guiana, nos dias 11 e 12 de maio de 2010.
A COSALFA está sendo organizada sob a liderança do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (PANAFTOSA) da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) juntamente com o Ministério da Agricultura da Guiana.

INFORMACIONES DISPONIBLES EN FORMATO ELECTRÓNICO / INFORMATION AVAILABLE IN ELECTRONIC FORMAT

BRUCELOSIS / BRUCELLOSIS

Designing vaccines against cattle brucellosis
Shumilov KV, Sklyarov O, Klimanov A
Vaccine 2010 Mar
The article presents the results from a study of two new vaccines against cattle brucellosis from Brucella abortus cultures. One of these is a live dry vaccine prepared from a weakly agglutinogenic strain in the SR form and the second, an inactivated adjuvant vaccine from an non-agglutinogenic strain in the R form. The     immunogenic properties of the vaccines were studied in three tests on heifers with infection by a virulent B. abortus culture. The vaccines passed the farm-scale testing and were accepted in veterinary practice.
Text in English (article in press)

Epidemiological study of Brucellosis in cattle, immunized with Brucella abortus RB51 vaccine in endemic zones
Herrera-López E, Suárez-Güemes F, Hernández-Andrade L, Córdova-López D, Díaz-Aparicio E
Vaccine 2010 Mar
In this study the behavior of the Brucella abortus RB51 vaccine was evaluated in bovine herds, with different prevalence of Brucellosis. A prospective longitudinal study was made, in two dairies, one of low prevalence (9%) with 538 cows, and the other of high prevalence (15%) with 612 cows. The cattle were vaccinated twice 90 days apart with RB51 at a dose of 1x10(9)cfu/ml. The monthly incidence was determined during 660 days of observation. In the low prevalence dairy, all positive animals were eliminated as soon as they were diagnosed as positive and in this herd the number of new cases decreased to less than 1% between days 120, and day 660. In the dairy with high prevalence, positive cows were not eliminate resulting in the herd increasing its incidence by the end of the first year. Once positive animals were eliminated the incidence diminishes by day 660 to less of 1%. The odds ratio (OR) in the group of cows with abortion history, in the low prevalence dairy, was of 4.5 (1.2; 16.6), in the dairy ranch with high prevalence it presented an OR of 3.6 (1.5; 8.5). The conclusion from this study was that in brucellosis endemic zones, vaccination with RB51 by itself is not enough to control disease. It is mandatory that the initial elimination of all positive cows at the time of vaccination, the continued elimination of all new positive animals be adhered to for long periods of time.
Text in English (article in press)

FIEBRE AFTOSA / FOOT-AND-MOUTH DISEASE

Characterization of foot-and-mouth disease virus antigen by surface-enhanced laser desorption ionization-time of flight-mass spectrometry in aqueous and oil-emulsion formulations
Harmsen MM, Jansen J, Westra DF, Coco-Martin JM
Vaccine 2010 Apr; 28 (19): 3363-70
We have used a novel method, surface-enhanced laser desorption ionization-time of flight-mass spectrometry (SELDI-TOF-MS), to characterize foot-and-mouth disease virus (FMDV) vaccine antigens. Using specific capture with FMDV binding recombinant antibody fragments and tryptic digestion of FMDV antigens the spectral peaks representing the FMDV structural proteins VP1, VP2, VP3 and VP4 were identified. VP1 existed as 2 variants differing by 0.2 kDa and VP4 as 8 variants differing by 14–17 Da. Such heterogeneities have not been reported earlier. They could represent oxidation of VP4 and N-glycation of VP1. We also detected FMDV proteolysis upon incubation at elevated temperatures and impurities in FMDV antigen preparations. Finally, we could also characterize FMDV antigen present in emulsions with oil adjuvant by SELDI-TOF-MS. Such FMDV antigen retained the VP4 protein which is known to be specifically present in intact (146S) FMDV particles but absent from specific (12S) degradation products. This indicates that virions do not dissociate upon emulsification.
Text in English

Degradation of foot-and-mouth disease virus during composting of infected pig carcasses
Guan J, Chan M, Grenier C, Brooks BW, Spencer JL, Kranendonk C, Copps J, Clavijo A
Can J Vet Res. 2010 Jan; 74 (1): 40-4

The objective of this study was to investigate the inactivation and degradation of foot-and-mouth disease (FMD) virus during composting of infected pig carcasses as measured by virus isolation in tissue culture and by real-time reverse transcriptase polymerase chain reaction (RRT-PCR). Three FMD-infected pig carcasses were composted in a mixture of chicken manure and wood shavings in a biocontainment level 3 facility. Compost temperatures had reached 50 degrees C and 70 degrees C by days 10 and 19, respectively. Under these conditions, FMD virus was inactivated in specimens in compost by day 10 and the viral RNA was degraded in skin and internal organ tissues by day 21. In comparison, at ambient temperatures close to 20 degrees C, FMD virus survived to day 10 in the skin tissue specimen from the pig that had the highest initial level of viral RNA in its tissues and the viral RNA persisted to day 21. Similarly, beta-actin mRNA, tested as a PCR control, persisted to day 21 in specimens held at ambient temperatures, but it was degraded in the remnants of tissues recovered from compost on day 21. Results from this study provide evidence that composting could be used for safe disposal of pig carcasses infected with FMD virus.
Text in English


Foot-and-mouth disease: the question of implementing vaccinal control during an epidemic
Hutber AM, Kitching RP, Fishwick JC, Bires J
Vet J. 2010 Mar

The question of whether or not to use vaccines during an epidemic of foot-and-mouth disease (FMD) has interested veterinary administrators for many decades. This review assesses the historical uses, successes and failures of vaccinal control, and addresses the questions of where, how, and when to use vaccination against FMD. Approaching the problem in this manner can aid in identifying which tools are likely to be most effective during an epidemic, and how successful a given contingency plan might be. The infection status (endemic, semi-endemic, disease-free) of a region has historically mapped where global vaccination has been implemented according to the generality: endemic>semi-endemic>disease-free. More specifically, biomodels and cost-benefit analyses can indicate when vaccination should be implemented for optimal disease control. Finally, numerous local epidemiological factors will provide useful insights into how vaccinal controls can be used effectively.
Text in English (article in press)

INFLUENZA AVIAR / AVIAN INFLUENZA


Spatial and temporal association of outbreaks of H5N1 influenza virus infection in wild birds with the 0uC Isotherm
Reperant LA, Fuckar NS, Osterhaus ADME, Dobson AP, Kuiken T
PLoS Pathog 2010 April; 6 (4): e1000854
Wild bird movements and aggregations following spells of cold weather may have resulted in the spread of highly pathogenic avian influenza virus (HPAIV) H5N1 in Europe during the winter of 2005–2006. Waterbirds are constrained in winter to areas where bodies of water remain unfrozen in order to feed. On the one hand, waterbirds may choose to winter as close as possible to their breeding grounds in order to conserve energy for subsequent reproduction, and may be displaced by cold fronts. On the other hand, waterbirds may choose to winter in regions where adverse weather conditions are rare, and may be slowed by cold fronts upon their journey back to the breeding grounds, which typically starts before the end of winter. Waterbirds will thus tend to aggregate along cold fronts close to the 0°C isotherm during winter, creating conditions that favour HPAIV H5N1 transmission and spread. We determined that the occurrence of outbreaks of HPAIV H5N1 infection in waterbirds in Europe during the winter of 2005–2006 was associated with temperatures close to 0°C. The analysis suggests a significant spatial and temporal association of outbreaks caused by HPAIV H5N1 in wild birds with maximum surface air temperatures of 0°C–2°C on the day of the outbreaks and the two preceding days. At locations where waterbird census data have been collected since 1990, maximum mallard counts occurred when average and maximum surface air temperatures were 0°C and 3°C, respectively. Overall, the abundance of mallards (Anas platyrhynchos) and common pochards (Aythya ferina) was highest when surface air temperatures were lower than the mean temperatures of the region investigated. The analysis implies that waterbird movements associated with cold weather, and congregation of waterbirds along the 0°C isotherm likely contributed to the spread and geographical distribution of outbreaks of HPAIV H5N1 infection in wild birds in Europe during the winter of 2005–2006.
Text in English
http://www.plospathogens.org/article/info:doi/10.1371/journal.ppat.1000854

INOCUIDAD DE LOS ALIMENTOS / FOOD SAFETY

Efficacy of the theory of planned behaviour model in predicting safe food handling practices
Seaman P, Eves A
Food Control 2010 Jul; 21 (7): 983-7
The majority of food-borne disease outbreaks result from malpractice during food preparation in small food businesses. Effective food safety management, including the adoption of safe food handling practices learnt during food safety training programmes, is thus an important strategy to limit incidences of food poisoning. This study explores the impact of basic or foundation level food hygiene training on the attitudes, and intentions of food handlers to conduct safe food handling practices at every occasion.
The Theory of Planned Behaviour was used to evaluate the relative impact of different influences on the intentions and self-reported behaviours of 249 food handlers, in hospitality settings. Interviews were also conducted with food handlers, and their managers to seek further insight into the changes in attitude and intent to conduct safe food handling practices after basic or foundation level food hygiene training.
Text in English

Food defense in the global environment: the role of quality standars
Lipp M, Griffiths JC
FoodSafety Magazine 2010 February/March

More than almost anything else, food safety is an issue that touches everyone. Besides being consumers of food, readers of this publication also are involved professionally in the food industry in some capacity—and are thus further vested in a secure food supply. How to ensure food safety is a contentious issue, and, as we are all acutely aware, the solution is not simple.
The reasons are numerous: 1) the reality of the complex, global supply chains in which food is now produced; 2) a disjointed regulatory structure in which multiple agencies govern different areas of food (both in the U.S. and in many other countries); 3) a lack of resources to inspect food imports and overseas manufacturing plants (and even domestic plants); and 4) an absence of widespread adherence to independent quality standards across the food industry.
Text in English


Food safety's new regulatory reality: are you prepared?
Oehl F, Floyd D, Fowler A
FoodSafety Magazine 2010 April/May
High-profile cases of contaminated food products, as well as an increasing number of recalls, have sustained an ongoing awareness of—and concern about—the foods that reach America’s tables. As a result, food safety has become a growing concern for consumers and industry leaders. It is also a focus of reform for the U.S. government.
With a flurry of changes and new food safety regulations on the horizon, companies have the opportunity to discover more efficient and effective methods of consumer protection. Such discoveries will occur by assessing current activities, building a refocused program and establishing monitoring mechanisms to address the needs of a dynamic food safety program. This article examines some current drivers of food safety regulation, specific sections of bills pending in Congress and recommendations to help companies prepare for coming changes.
Text in English

Risks of animal-derived food in a global market – Are we ready for the challenges?
Stärk CDC
The Veterinary J 2010 May; 184 (2): 121-3
Animal-derived food can harbour various health hazards such as toxins or pathogens. Recent examples of food safety incidents (such as the contamination of milk with melamine or pork with dioxin) illustrate the extent of global food chains and the amount of damage that can occur when things go wrong. The management of risk in international, increasingly complex food systems therefore requires special capacity and expertise.
Text in English

INTERFACE HOMBRE-ANIMAL / HUMAN-ANIMAL INTERFACE

The human/animal interface: emergence and resurgence of zoonotic infectious diseases
Greger M
Crit Rev Microbiol. 2007; 33 (4): 243-99

Emerging infectious diseases, most of which are considered zoonotic in origin, continue to exact a significant toll on society. The origins of major human infectious diseases are reviewed and the factors underlying disease emergence explored. Anthropogenic changes, largely in land use and agriculture, are implicated in the apparent increased frequency of emergence and re-emergence of zoonoses in recent decades. Special emphasis is placed on the pathogen with likely the greatest zoonotic potential, influenza virus A.
Text in English


Human, animal, ecosystem health all key to curbing emerging infectious diseases
Kuehn BM
JAMA 2010 Jan; 303 (2): 117-8, 124
Strategies that integrate human, animal, and environmental health may help prevent outbreaks of zoonotic diseases, such as 2009 influenza A(H1N1), West Nile virus infection, highly pathogenic avian influenza H5N1, and Escherichia coli O157:H7 infection.
Text in English

Leishmaniasis Visceral Canina / Canine Visceral Leishmaniasis

Surveillance of canine visceral leishmaniasis in a disease-free area
Frehse MS, Júnior HG, Ullmann LS, Camossi LG, Machado JG, Langoni H, Biondo AW, Molento MB
Rev Bras Parasitol Vet. 2010 Jan-Mar; 19 (1): 64-6
Leishmaniasis is an important re-emergent parasitosis worldwide, particularly in tropical countries. There are no reports of autochthonous disease in the State of Paraná, southern Brazil. No surveillance has been carried out in the most populated areas such as the city of Curitiba and its surroundings. The purpose of the present study was to determine the seroprevalence of visceral leishmaniasis in dogs at the Center for Zoonosis Control of São José dos Pinhais, Paraná, before euthanasia. Enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) and immunofluorescence antibody test (IFAT) were used to detect antibody levels against Leishmania sp. in dog sera. Imprints of the popliteal lymph nodes that were also randomly collected from 50 dogs with suspected clinical signs of visceral leishmaniasis, and evaluated under light microscopy for the detection of amastigote forms, were negative. A total of 364 dog samples were tested. The results showed only one positive sample (0.0027%) by ELISA test but negative by IFAT, however, the dog had no clinical signs. Random surveillance of dog populations from several districts of a metropolitan area may be a means of preventing Leishmania spreading. Based on our results, the city of Curitiba and its metropolitan area were considered at low risk for visceral leishmaniasis.
Text in English

LEPTOSPIROSIS

Spatial and seasonal analysis on leptospirosis in the municipality of São Paulo, Southeastern Brazil, 1998 to 2006
Soares TS, Latorre Mdo R, Laporta GZ, Buzzar MR
Rev Saude Publica 2010 Apr; 44 (2): 283-91
OBJECTIVE: To analyze the spatial and seasonal distribution of leptospirosis and identify possible ecological and social components of its transmission. METHODS: A total of 2,490 cases registered in each district of the municipality of São Paulo, Southeastern Brazil, between 1998 and 2006, were georeferenced. The data were obtained from the Notifiable Diseases Information System. Thematic maps were made, showing the variables of incidence rate, lethality rate, literacy rate, average monthly income, number of residents per household, water supply and sewage system. To identify spatial patterns (dispersed, clustered or random), these variables were analyzed using the global and local Moran indices.     Spearman's correlation coefficient was used to test associations between variables with clustered spatial patterns. RESULTS: Clustered spatial patterns were observed for the variables of leptospirosis incidence, literacy rate, average monthly income, number of residents per household, water supply and sewage system. There were 773 notified cases in the dry season and 1,717 cases in the rainy season. The incidence and lethality rates correlated with the population's socioeconomic conditions, independently of the period. CONCLUSIONS: Leptospirosis is spread throughout the municipality of São Paulo, and its incidence increases during the rainy season. In the dry season, the localities where cases appear coincide with the areas of poorest housing conditions. In the rainy season, it also increases in other districts, probably due to the proximity of rivers and streams.
Text in English
Text in Portuguese

Strategies for diagnosis and treatment of suspected leptospirosis: a cost-benefit analysis
Suputtamongkol Y, Pongtavornpinyo W, Lubell Y, Suttinont C, Hoontrakul S, Phimda K, Losuwanaluk K, Suwancharoen D, Silpasakorn S, Chierakul W, Day N
PLoS Negl Trop Dis. 2010 Feb; 4 (2): e610

BACKGROUND: Symptoms and signs of leptospirosis are non-specific. Several diagnostic tests for leptospirosis are available and in some instances are being used prior to treatment of leptospirosis-suspected patients. There is therefore a need to evaluate the cost-effectiveness of the different treatment     strategies in order to avoid misuse of scarce resources and ensure best possible health outcomes for patients. METHODS: The study population was adult patients, presented with uncomplicated acute febrile illness, without an obvious focus of infection or malaria or typical dengue infection. We compared the cost and effectiveness of 5 management strategies: 1) no patients tested or given antibiotic treatment; 2) all patients given empirical doxycycline treatment; patients given doxycycline when a patient is tested positive for leptospirosis using: 3) lateral flow; 4) MCAT; 5) latex test. The framework used is a cost-benefit analysis, accounting for all direct medical costs in diagnosing and treating patients suspected of leptospirosis. Outcomes are measured in length of fever after treatment which is then converted to productivity losses to capture the full economic costs. FINDINGS: Empirical doxycycline treatment was the most efficient strategy, being both the least costly alternative and the one that resulted in the shortest duration of fever. The limited sensitivity of all three diagnostic tests implied that their use to guide treatment was not cost-effective. The most influential parameter driving these results was the cost of treating patients with complications for patients who did not receive adequate treatment as a result of incorrect diagnosis or a strategy of no-antibiotic-treatment. CONCLUSIONS: Clinicians should continue treating suspected cases of leptospirosis on an empirical basis. This conclusion holds true as long as policy makers are not prioritizing the reduction of use of antibiotics, in which case the use of the latex test would     be the most efficient strategy.
Text in English

RABIA / RABIES


The immune response to rabies virus infection and vaccination
Johnson N, Cunningham AF, Fooks AR
Vaccine 2010 Apr

Infection with rabies virus causes encephalitis in humans that has a case fatality rate of almost 100%. This inability to resolve infection is surprising since both pre-exposure vaccination and, if given promptly, post-exposure vaccination is highly effective at preventing encephalitic disease. The principal immunological correlate of protection produced by vaccination is neutralizing antibody. T-helper cells contribute to the development of immunity whereas cytotoxic T cells do not appear to play a role in protection and may actually be detrimental to the host. One reason for a failure to protect in humans may be the poor immunological response the virus provokes, despite the period between exposure to virus and the development of disease being measured in months. Few individuals have measurable neutralizing antibody on presentation with disease, although in many cases this develops as symptoms become more severe. Furthermore, when antibody is detected in serum it rarely appears in cerebrospinal fluid suggesting limited penetration into the CNS, the site where it is most needed. The role of the modest mononuclear cell infiltrate into the brain parenchyma is unclear. Some studies suggest the virus can suppress cell-mediated immunity early during the infection although there is little mechanistic evidence to support this beyond suppression of intracellular interferon production by the viral phosphoprotein. In contrast, levels of antibody in the CNS correlate to the peak virus production within the CNS. Here we review the current understanding of immune responses to rabies infection and vaccination against this disease. This article identifies a need to understand how rabies antigens are initially presented and how this can influence the subsequent develop of antibody responses. This could help identify ways in which the response to prophylactic vaccination can be enhanced and how the natural immune response to infection can be boosted to combat neuroinvasion.
Text in English (article in press)

Rabies in the 21 century
Wunner WH, Briggs DJ
PLoS Negl Trop Dis. 2010 Mar; 4 (3): e591
Why are 50,000–55,000 people dying from rabies worldwide each year, with 25,000–30,000 human deaths in India alone and over 3 billion people continuing to be at risk of rabies virus infection in over 100 countries in the 21st century?
Text in English

VACUNAS-COSTO-EFECTIVIDAD / VACCINES-COST-EFFECTIVENESS

A comparison of the use of economics in vaccine expert reviews
Jacobs P, Ohinmaa A
Vaccine 2010 Apr; 28 (16): 2841-45
We reviewed how health economics has been included in the vaccine expert review processes in a sample of countries. We identified two kinds of review processes – those in which vaccines and drugs are assessed using a common process, and those in which vaccines are assessed within the infectious disease framework. In either process, the countries recommend that their national pharmaco-economic (i.e., guidelines developed for drugs) guidelines be used to conduct the studies, although the guidelines themselves differ between countries. As a result of these factors, the decision process and the study outcomes can differ between countries, but because the vaccine adoption process includes other criteria as well, economic factors will not necessarily alter the outcome.
Text in English
Eventos / Events
CAVEPM 2010 Conference
May 26 – June 2, 2010
Guelph, Ontário, Canada
Cell Symposia: Influenza: Translating basic insights
2-4 December, 2010
Washington D.C., USA                    


Salud Pública Veterinaria
Centro Panamericano de Fiebre Aftosa

Veterinary Public Health
Pan American Foot and Mouth Disease Center
Centro de Documentación / Documentation Center (CEDOC)
Teléfono / Phone: 55 21 3661-9045 - http://www.panaftosa.org.br/
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