Leishmaniose Tegumentar Americana – 2008
http://portal. saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/boletim_eletronico_02_ano10.pdf
Introdução
A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma zoonose amplamente distribuída no continente americano, estendendo-se do sul dos Estados Unidos ao norte da Argentina. É considerada uma das doenças infecciosas de maior relevância nas Américas. No Brasil a doença está amplamente distribuída, com casos autóctones em todas as regiões e unidades federadas.
Estudos epidemiológicos da LTA sugerem mudanças no comportamento da doença, com a coexistência de um duplo perfil epidemiológico, sendo um deles proveniente de casos originários de focos antigos ou de áreas próximas a eles, e o outro, de surtos epidêmicos associados ao desenvolvimento de atividades econômicas, realizadas em condições ambientais altamente favoráveis à transmissão da doença, como garimpos, expansão de fronteiras agrícolas e extrativismo, entre outras.
Situação epidemiológica
De 2000 a 2008 foram registrados 238.749 casos de LTA no país, com média anual de 26.528 casos novos. No entanto, observa-se uma redução de 41% dos casos em 2008, quando comparado a 2000.
O coeficiente de detecção passou de 20,3 casos por 100 mil habitantes no primeiro ano, para 10,5 casos por 100 mil habitantes no último ano do período analisado (Figura 23).
Figura 23. Casos e coeficiente de detecção de LTA. Brasil, 2000 a 2008.Fonte: Sinan/SVS/MS.
As regiões Norte e Nordeste vêm contribuindo, ao longo dos anos, com os maiores percentuais de casos do país, de modo que, do total confirmado no período de 2000 a 2008, 39,4% (94.169/238.749) ocorreram na região Norte; 31,7% (75.657/238.749), na região Nordeste; 15,9% (37.853/238.749), na região Centro-Oeste; 9,6% (22.903/238.749), no Sudeste; e 2,6% (6.161/238.749), na região Sul (Figura 24).
Figura 24. Casos de LTA e percentual, segundo região de residência. Brasil, 2000 a 2008.
Em 2008 foram registrados 19.992 casos novos de LTA no país, cujas características estão descritas na Tabela 5.
Tabela 5. Características demográficas e clínicas dos casos de LTA. Brasil, 2008. Fonte: Sinan/SVS/MS.
Considerando a importância da coinfecção Leishmania- HIV no país, a partir de 2007 foi inserida na ficha de LTA uma variável específica para conhecer o perfil da coinfecção entre os casos desse tipo de leishmaniose, de modo que, do total de registros desta endemia em 2008, 1,3% (267/19.992) eram HIV positivo.
Análises parciais, realizadas considerando-se o indicador de densidade de casos, no período de 2005 a 2007, mostram que existem 25 circuitos ativos de produção de LTA de importância epidemiológica no Brasil. Verifica-se que aproximadamente 47% dos casos registrados em 2008 estão inseridos nos circuitos de produção da doença, distribuídos em 463 municípios (Figura 25).
Figura 25. Densidade de casos e circuitos de produção de LTA por município. Brasil, 2005 a 2007, e casos em 2008. Fonte: Sinan/SVS/MS.
Considerações Finais
A LTA é uma endemia de grande complexidade, pois envolve diferentes espécies de vetores, reservatórios e agentes etiológicos que, em conjunto com a ação do homem sobre o meio ambiente, dificultam as ações de controle.
As ações recomendadas são específicas para cada área, segundo a situação epidemiológica e estão centradas no diagnóstico precoce, no tratamento adequado dos casos humanos – além da identificação do agente etiológico circulante e do vetor predominante – e na redução do contato homem-vetor, através da adoção de medidas de proteção individuais e coletivas específicas.
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