Pesquisa a ser publicada na Nature Medicine conta como, a partir de estrutura de um fígado descartado de camundongo, especialistas criaram tecido capaz de funcionar por algumas horas
por Mariana LucenaFoto: B.E. Uygun.
Cientistas do Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos, acabam de criar um fígado funcional produzido em laboratório. A partir da estrutura de um fígado descartado de camundongo, eles conseguiram gerar um tecido que exerce as funções do órgão natural. Segundo pesquisadores, a descoberta pode possibilitar a produção de órgãos artificiais em cinco anos, acabando com os problemas nas filas de doadores.
“Nossa técnica consiste em retirar as células do órgão e deixar seu sistema vasculatório intacto, o que nos permite ‘repopularizar’ a estrutura com novas células de fígado funcionais”, explica a Galileu Basak Uygun, cientista líder do estudo.
Depois que as células do fígado descartado são removidas, sua matriz permanece como um “esqueleto”. Nessa etapa, as uito difícil de reproduzir com métodos sintéticos.
Estrutura do fígado de um principais células do fígado, chamadas hepatócitos, são inseridas nessa estrutura. Ela conduz as células novas para o local exato onde devem ficar e mantém os vasos sanguíneos originais
Isolado, o novo fígado foi capaz de manter as funções normais por até dez dias. Quando transplantado para o corpo dos ratos, foi conectado ao seu sistema circulatório com sucesso, circulou o sangue sem danificar as células do corpo e funcionou por algumas horas. Para que o órgão artificial opere por mais tempo e possa ser usado por seres humanos, alguns passos ainda são necessários, como reproduzir as demais células do fígado. Mas, segundo os pesquisadores, esse já é um importante ponto de partida. Detalhes do estudo serão publicados na próxima edição da revista Nature Medicine.
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