quarta-feira, 20 de outubro de 2010

São Paulo implantará microchips para controlar leishmaniose


Getty Images
Cachorros que sofrem de leishmaniose podem ficar até dois anos sem apresentar quaisquer sintomas

Saiba mais sobre o projeto estadual e a doença, que pode ser transmitida a humanos

A Secretaria da Saúde paulista resolveu recorrer à tecnologia para combater a contaminação de cães - e, consequentemente, a transmissão para humanos - por leishmaniose.
A partir desta terça-feira (19), animais que vivem em dez cidades da região de Marília (interior de São Paulo) serão alvo do programa-piloto Legal para Cachorro, criado a partir da proposta de monitorar, pelos próximos dois anos, a população canina e os casos da doença. A participação é gratuita.

Cerca de 20 mil cães participarão do programa. Cada um receberá um implante com microchip, que armazenará informações como o endereço de seu proprietário e os resultados dos exames laboratoriais de sangue realizados ao longo da pesquisa. A meta é identificar casos especificamente de leishmaniose visceral americana. Segundo a secretaria, nos anos de 2008 e 2009 foram registrados 96 casos desta doença e também oito mortes entre humanos, na região. 

O protozoário Leishmania chagasi, causador da doença, é transmitido aos seres humanos por meio da picada de um mosquito que também pode infectar cães. Nas pessoas, os principais sintomas são alterações no fígado, nos rins, no baço e na medula óssea. O cachorro infectado pode ficar de seis meses a dois anos sem apresentar nenhum sintoma da doença. Por isso a prevenção nos animais é tão importante (leia mais).
 

As cidades participantes são Adamantina, Flórida Paulista, Inúbia Paulista, Lucélia, Mariápolis, Osvaldo Cruz, Pacaembu, Pracinha, Sagres e Salmorão. A ideia é expandir o projeto para outras regiões do Estado. 

Em Adamantina, os cães receberão também uma coleira com efeito repelente e inseticida, que ajudará a espantar e a matar o flebotomínio (inseto transmissor da doença). Os 4.000 cães do município servirão de controle para comprovar a eficácia da coleira. 

A secretaria investigará ainda os hábitos alimentares dos insetos. A partir de exames do conteúdo estomacal dos transmissores, será possível identificar o sangue de espécies de animais picados.

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