segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Seminário promovido pela Fiocruz terá anúncio de parcerias inovadoras em produtos para diagnóstico


A Fiocruz promove nestas segunda e terça-feiras (29 e 30/11) o seminário A Saúde Pública e os Desafios para o Fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde. O seminário marca o relançamento do projeto Inovação, que conta com o apoio do Ministério da Saúde (MS), tendo como órgão apoiador a Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério de Ciência e Tecnologia (Finep). O evento vai debater as estratégias para o futuro do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis), a partir de problemas relevantes da saúde pública brasileira, além de discutir a experiência das agências de financiamento e subvenção econômica. Na ocasião, a Fundação vai lançar um kit para diagnóstico de sífilis, junto com a empresa Chembio, e anunciar uma inovadora parceria com a Lifemed para fortalecer a produção nacional de produtos para diagnóstico. Os ministros da Secretária de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Samuel Pinheiro Guimarães, do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio, Miguel Jorge, da Ciência e Tecnologia, Sergio Resende, da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, da Saúde, José Gomes Temporão, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, participarão do seminário, que é organizado pela Vice-Presidência de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz. O ex-ministro da Saúde Adib Jatene fará a palestra magna de abertura do seminário.
 O novo teste rápido com a tecnologia Dual Path Platform (DPP) é capaz de detectar a sífili em cerca de 15 minutos e conjuga dois tipos de exames numa única plataforma tecnológica
O novo teste rápido com a tecnologia Dual Path Platform (DPP) é capaz de detectar a sífili em cerca de 15 minutos e conjuga dois tipos de exames numa única plataforma tecnológica

O Complexo Econômico Industrial da Saúde
A saúde é responsável pelo envolvimento sistemático de um conjunto de atividades produtivas e do setor de serviços, ocupando posição de liderança nos investimentos de pesquisa e desenvolvimento. Exerce, assim, papel central para a orientação do sistema de inovação, em especial porque envolve o desenvolvimento de tecnologias portadoras de futuro, como a nano tecnologia, biotecnologia, microeletrônica, entre outras. A saúde hoje representa 8,4% do PIB do Brasil e responde por mais de 10% dos empregos qualificados e mais de 20% do esforço mundial e nacional de pesquisa e desenvolvimento. Todavia, há ainda uma grande dificuldade para a inovação no país, refletida num déficit comercial que se aproxima de U$ 9 bilhões e nos reduzidos investimentos do setor produtivo nas atividades de P&D.
Esta importância foi reconhecida e institucionalizada nos últimos anos, quando setores diversos reconheceram o caráter estratégico da saúde para o desenvolvimento nacional. Neste sentido, o Complexo Econômico Industrial da Saúde (Ceis) é entendido como uma área estratégica não só no âmbito do Programa Mais Saúde, como do PAC da Inovação e da Política de Desenvolvimento Produtivo, além de ter sido priorizada por agências de fomento, como a Finep e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e discutida por Organizações Nacionais e Internacionais. O seminário traz uma reflexão para o campo da saúde pública, mostrando que as necessidades sociais e a cidadania são o guia da política e da estratégia para a inovação em saúde.
Desafios hoje observados para o desenvolvimento de fármacos, vacinas, reagentes para diagnósticos e equipamentos médicos afetam sobremaneira a prestação dos serviços em saúde, configurando-se, desta forma, como desafios dos sistemas de saúde. Estes setores de base industrial e de serviços interagem sistematicamente, de forma que as questões que pautam o alcance de justiça social passam pela discussão de uma base tecnológica e industrial que sejam compatíveis não somente com as propostas de desenvolvimento econômico, como com os direitos sociais garantidos pela Constituição e pelas leis orgânicas da saúde.
Um teste rápido inovador para o diagnóstico da sífilis
Para combater a sífilis, o Brasil adotará uma solução inédita no mundo: um novo teste rápido com a tecnologia Dual Path Platform (DPP), capaz de detectar a doença em cerca de 15 minutos, que conjuga dois tipos de exames numa única plataforma tecnológica. A solução é fruto do desenvolvimento conjunto entre a empresa norte-americana Chembio Diagnostic e o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos/Fiocruz). O contrato de transferência de tecnologia será assinado pelo ministro da Saúde José Gomes Temporão; o vice-presidente da Chembio, Javan Esfandiari; e o presidente da Fundação, Paulo Gadelha. O acordo será celebrado durante o seminário A Saúde Pública e os Desafios para o Fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, nesta segunda (29/11), às 13h, no auditório da Escola Nacional de Saúde Pública.
Para mais informações sobre o teste rápido para diagnóstico da sífilis, clique aqui.

Lifemed e Fiocruz: acordo inédito
O primeiro acordo público-privado na área de biotecnologia em saúde, que será assinado pela fabricante de equipamentos e produtos hospitalares Lifemed e a Fiocruz na segunda-feira (29/11), tem como propósito firmar uma cooperação técnico-científica para suprir as carências tecnológicas nacionais de produtos para diagnóstico. O acordo vai reduzir a dependência nacional de equipamentos para diagnósticos e tornar o país autossuficiente num setor em que apresenta déficit crescente da balança comercial, com aumento de cerca de 6,8% entre 2007 e 2009. Para o presidente da Lifemed, Franco Pallamolla, o convênio figura como um importante marco na história da pesquisa e desenvolvimento do país. “O objetivo é consolidar o Brasil como um importante player mundial na fabricação de insumos para diagnóstico de doenças em humanos, beneficiando assim a população e estimulando o crescimento sustentável da saúde”, ressalta Pallamolla.
O vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Carlos Gadelha, ressalta a importância dessa integração entre o setor público e o privado. “A parceria da Fiocruz com a Lifemed na área de diagnóstico marca a estratégia de articular as demandas de saúde, com o estímulo à inovação no Brasil, num esforço conjunto que envolve as articulações das instituições públicas de CT&I com o setor produtivo nacional. Esta parceria ganha ainda mais destaque ao mostrar o caráter sistêmico da inovação em saúde, envolvendo, de um lado, o desenvolvimento avançado em novas abordagens biotecnológicas e, de outro, um esforço para a produção de equipamentos e dispositivos médicos. É a primeira articulação entre o setor público e o setor privado nacional, que promove a interação na área diagnóstica entre o setor de equipamentos e a biotecnologia. É a partir de uma ação integrada que o país poderá superar essa situação. Na ponta do processo, estará o cidadão e as atividades de prevenção, promoção e de atenção à saúde, comprometidas com a qualidade de vida, com a inovação e com as necessidades de saúde".
Na parceria, a Fiocruz ficará responsável pela pesquisa e desenvolvimento de novas aplicações e dispositivos diagnósticos. A Lifemed desenvolverá e produzirá todos os equipamentos necessários à utilização das plataformas. Projetos assim, além de permitir maior efetividade dos programas públicos de saúde, têm importância estratégica para as políticas de industrialização. Dados de 2009 indicam que as importações do setor saúde somaram US$ 11,3 bilhões, representando 8,8% do total das compras internacionais, que alcançaram US$ 127,6 bilhões. Informações do Datasus dão conta de que são reembolsados mensalmente cerca de 40 milhões de procedimentos referentes a diagnósticos laboratoriais (500 milhões de procedimentos/ano), enquanto a produção nacional de testes diagnósticos não ultrapassa 20 milhões de testes ao ano.
Para Pallamolla, os artigos e equipamentos para diagnóstico são essenciais para o fortalecimento de políticas públicas na assistência à saúde da população brasileira, uma vez que o serviço de diagnóstico cresce no país. Segundo estudos mais recentes sobre estatísticas da Saúde – Assistência Médica Sanitária do IBGE, os estabelecimentos que realizam Serviços de Apoio ao Diagnóstico ou Procedimentos Terapêuticos (SADT) aumentam em 12,5% ao ano no setor público e 6,9% no privado. “A cooperação tecnológica viabiliza um crescimento na oferta desses serviços no país, vitais à prevenção e tratamento de doenças humanas”, afirma o presidente da Lifemed.
Programação
29 de novembro
Abertura
8h30 – 9h30: entrega de material e café da manhã
9h40 – 10h: apresentação do novo projeto Inovação e do seminário, por Carlos Gadelha
10h – 12h: apresentação das autoridades presentes
Paulo Gadelha – presidente da Fundação Oswaldo Cruz
Reginaldo Braga Arcuri – presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
Luiz Fernandes – presidente da Financiadora de Estudos e Projetos
Luciano Coutinho – presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Samuel Pinheiro Guimarães – ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos
Miguel Jorge – ministro do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio
Sergio Machado Resende – ministro da Ciência e Tecnologia
Alexandre Padilha – ministro da Secretaria de Relações Institucionais
José Gomes Temporão – ministro da Saúde
12h – 12h40: palestra magna, com Adib Jatene: Saúde e inovação: desafios para o século 21
Mesas temáticas - tarde
Mesa 1 – Situação da saúde no Brasil e os desafios da inovação
Coordenador e relator: Paulo Gadelha – presidente da Fundação Oswaldo Cruz
14h – 14h30: palestrante: Gerson Penna – Secretaria de Vigilância à Saúde (SVS/MS)
 Situação da saúde no Brasil
14h30 – 15h: palestrante: Alberto Beltrame – Secretaria de Atenção à Saúde (SAS/MS)
 Os desafios da assistência à saúde universal
15h – 15h30: Debate 1: A perspectiva da indústria farmacêutica
Debatedores
Luciano Vasquez Mendez, da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil (Alfob)
Jorge Raimundo, da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma)
Odnir Finotti, da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró-Genéricos)
15h30 – 16h: Debate 2: A perspectiva dos serviços e indústrias de equipamentos médicos
Debatedores
Luiz Antonio Santini – Instituto Nacional de Câncer (Inca)
Franco M. Giuseppe Pallamolla - Associação Brasileira das Indústrias de Artigos e Equipamentos Médicos (Abimo)
16h – 17h: Perguntas da plenária
30 de novembro (terça-feira)
Mesa 2:  Política e desenvolvimento: comprar, financiamento e subvenção
Coordenador e relator: Reinaldo Guimarães – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE/MS)
9h30 – 10h: palestrante - Luiz Antonio Elias – Secretaria Executiva / MCT
Inovação em saúde e o desenvolvimento nacional
10h – 11h: debate: Financiamento e subvenção à inovação no sistema produtivo da saúde
Debatedores
Julio Ramundo – Superintendência da Área de Inclusão Social - BNDES
Eliane Baruti - Superintendência da Área de Planejamento – Finep
Nelson Brasil - Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina (Abifina)
Dante Alário Junior - Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac)
11h – 12h: perguntas da plenária
Mesa 3 – Articulação da inovação, regulação e acesso
Coordenador e relator: – Gonzalo Vecina Neto, superintendente Coorporativo do Hospital Sírio Libanês
13h30 – 14h: palestrante: Dirceu Raposo Melo - Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Avaliação de tecnologia em saúde e incorporação
14h – 14h30: palestrante: Maurício Ceschin - Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
 O papel da saúde suplementar na incorporação da tecnologia
14h30 – 15h: palestrante: Jorge Ávila - Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) 
A relação entre políticas de patentes e a política de desenvolvimento
15h – 15h30: Debate: Como fazer a articulação da inovação, regulação e acesso?
Debatedor: Ligia Bahia, do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva – UFRJ
15h30 – 16h: perguntas da plenária
16h – 17h: encerramento
Carlos Gadelha – Síntese e perspectiva do projeto Inovação da FiocruzPaulo Gadelha – A Fiocruz como base institucional para o desenvolvimento do CeisJosé Gomes Temporão – O futuro de uma política de Estado para inovação em saúde
ServiçoLocal do seminário: auditório da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), na Rua Leopoldo Bulhões 1.480, Manguinhos, Rio de Janeiro.
Publicado em 26/11/2010.

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