07/02/11 - 18:10
De 2009 para 2010, o preço médio em Real das exportações (Índice de Atratividade-Agro/Cepea) do agronegócio caiu 7%, mesmo com a valorização média de 11,7% em dólar dos produtos no mercado internacional. O problema esteve com a taxa de câmbio efetiva real do agronegócio, que valorizou 16%. Em volume, o aumento foi de 7,23% na comparação de 2010 com 2009, conforme os Índices de Exportação do Agronegócio calculados pelo Cepea, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP.
No ano, os únicos produtos com atratividade em expansão, no comparativo com 2009, foram: açúcar (13,36%), papel e celulose (10,43%), álcool (7,74%), carne suína (4,71%), carne bovina (2,66%) e café (1,85%). Todos os demais tiveram perda de atratividade, com destaque para farelo de soja (-37,46%), soja em grãos (-18,59%) e madeira e mobiliário (-12,71%). As frutas, óleo de soja, suco de laranja e a carne de frango apresentaram retração entre 6% e 10% (veja Figura 6 do arquivo anexo).
Quanto aos destinos das exportações brasileiras do agronegócio, o Cepea aponta que a União Européia, EUA e China continuam aparecendo como os principais, com a diferença de que a pauta de produtos exportados para a UE e para os EUA é muito mais diversificada; já as compras da China no agronegócio brasileiro são concentradas - em torno de 90% - nos produtos do complexo da soja.
Dos produtos exportados, os do complexo sucroalcooleiro, do complexo soja e as carnes aparecem na dianteira em termos de receita. Em 2010, o açúcar foi o produto de maior destaque, com crescimento de quase 17% do volume e de 36% dos preços em dólar – comparações sobre as médias de 2009.
Na avaliação dos pesquisadores responsáveis por esses índices, desde o início de 2010, o agronegócio nacional parece ter superado a crise, apesar da forte valorização cambial que tem prejudicado o faturamento em Reais do setor. Para o início do ano de 2011, avaliam, espera-se uma pequena redução nas quantidades exportadas, já que os principais produtos exportados encontram-se em fase de entressafra. "Contudo, pode ocorrer um aumento ainda maior para os preços em dólar, já que a demanda pelos produtos brasileiros segue aquecida", comenta o professor Geraldo Barros, coordenador do Cepea. Segundo ele, fatores que apontam para a manutenção dos preços em níveis altos são: do lado da demanda, o forte crescimento dos países em desenvolvimento e dados positivos sobre a atividade econômica dos países desenvolvidos; do lado da oferta, eventos climáticos podem trazer redução do volume a ser colhido na próxima safra em vários países considerados como importantes exportadores de produtos agrícolas.
Confira detalhes no texto assinado pelo professor Dr. Geraldo Barros e pela pesquisadora Dra. Andréia Adami.
As informações são da assessoria de imprensa do Cepea.
Agrolink
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