terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Método para controle da malária


Divulgação Científica

Método para controle da malária
Estudo testa mistura que usa fungos patogênicos para matar larvas de mosquitos antes que esses se desenvolvam e possam transmitir a doença

22/2/2011
Agência FAPESP – Um estudo que será publicado na revista Parasites and Vectorsindica um método que usa fungos patogênicos como alternativa para prevenir a proliferação da malária. A proposta é usar esporos flutuantes para matar as larvas dos mosquitos antes que esses possam transmitir a doença.
Há mais de 200 milhões de casos de malária a cada ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, e a doença foi responsável por cerca de 780 mil mortes em todo o mundo em 2009. No Brasil, são cerca de 500 mil casos por ano. A malária é transmitida por mosquitos que procriam em corpos d’água e passam boa parte de seu estágio larval se alimentando de fungos e de outros microrganismos presentes na superfície da água.
O plasmódio, parasita que causa a malária, é transmitido para os humanos junto com a saliva do mosquito (geralmente do gênero Anopheles) durante a picada. No corpo humano, o parasita invade o fígado e atinge as hemácias.
Uma vez infectado, é difícil para o hospedeiro humano se recuperar porque algumas espécies de plasmódio são capazes de permanecer dormentes e evitar as drogas contra a malária. Esses parasitas também estão se tornando resistentes às drogas tomadas para evitar infecções.
De acordo com Tullu Bukhari e colegas do Laboratório de Entomologia da Universiidade Wageningen, na Holanda, um modo alternativo para reduzir o risco de infecção por malária é matar os mosquitos. Fungos, como as espécies M. anisopliae e B. bassiana, causam uma doença conhecida como muscardina nas larvas dos mosquitos, levando à morte dos insetos antes que eles se desenvolvam até o estágio adulto.
Os cientistas empregaram um óleo sintético como base para dispersar esporos fúngicos na superfície da água. Segundo eles, o óleo melhora a dispersão de esporos e o preparo aumenta tanto a persistência como a eficácia dos esporos. Nos testes feitos pelo grupo, no Quênia, houve morte de 50% mais larvas do que com esporos sem óleo e uma redução de 20% nos estágios de desenvolvimento dos mosquitos.
“Esses fungos oferecem um modo eficaz para controlar os mosquitos que transmitem a malária. E tanto os esporos como o óleo oferecem riscos mínimos para os peixes e demais organismos aquáticos e se mostraram ambientalmente seguros”, afirmou Bukhari.
O artigo Development of Metarhizium anisopliae and Beauveria bassiana formulations for control of malaria mosquito larvae, de Tullu Bukhari e outros, poderá ser lido em www.parasitesandvectors.com

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