quinta-feira, 3 de março de 2011

Seagro debate implantação de sistema de sanidade agropecuária


Fortalecer a Agricultura Familiar e garantir ao pequeno produtor rural condições de competitividade e inserção no mercado. Temas lembrados durante reunião para definir as estratégias de implantação e execução do sistema de sanidade agropecuária. A iniciativa de padronizar os procedimentos de inspeção e fiscalização dos produtos agropecuários integra o Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), ainda na fase embrionária e sob olhar dos governos federal e estadual.


Durante o encontro, na manhã de terça-feira (1º), o secretário de Agricultura, Pecuária e Irrigação, Antônio Flávio Camilo de Lima, cobrou empenho das entidades no intuito de acelerar as ações voltadas ao Suasa no Estado. Investimentos, iniciativas governamentais e diversificação de culturas pontuaram o debate, tendo em vista a necessidade de garantir o apoio ao pequeno produtor rural. "Desde o primeiro dia do atual governo, a Seagro tem sido cobrada, de forma especial, a respeito da agricultura familiar. Temos de garantir a competitividade do produtor e inserção dos produtos no mercado consumidor", advertiu Lima.

Foi destacada, ainda, a alta procura por produtos cultivados em Goiás, um deles a carne bovina. Mas ainda permanecem as dificuladades de comercialização, especialmente para gêneros mais sofisticados, como o algodão colorido. Em mercados como São Paulo, o produto encontra potenciais consumidores. Mas o secretário advertiu que a variedade tem alto custo de produção, sendo necessário "agregar valor em conformidade com as necessidades e exigências do mercado consumidor". Na China, exemplificou Lima, uma camiseta fabricada com algodão colorido seria vendida por apenas R$ 2,00. "A transformação da fibra fica muito cara. Mais que qualquer produto chinês", alertou.

Para ele, as cidades goianas e o governo têm feito investimentos, com o objetivo de estimular o crescimento da atividade agropecuária. Em razão disso, a necessidade de padronizar as ações de fiscalização e controle de qualidade do que é produzido. Antes de investir em variedades de culturas, é fundamental o apoio de entidades como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), universidades e a Empresa de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária do Estado de Goiás (Emater-GO). "Estas entidades vão dizer se é viável ou não investir em determinadas culturas."

Da reunião na Seagro resultou a formação de um grupo de trabalho voltado à implantação do Suasa. Participarão representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Seagro, Emater-GO e da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). "Temos de capacitar o pequeno produtor, possibilitando a transformação de alimentos, e, mais importante, oferecer oportunidade de renda às famílias", disse Lima, ao argumentar que o esforço conjunto vai redundar em condições de inserção dos produtos no mercado, já que é difícil competir com a agricultura de larga escala. "É possível, temos oportunidades, e precisamos de fato agregar valor aos produtos e inserir pequenos agriculturos no mercado consumidor."

Entendimento semelhante tem o delegado do MDA em Goiás, Helvécio Magalhães Ribeiro, ao defender a equivalência nas ações de fiscalização e controle. Trabalho que tem por objetivo credenciar os Estados e regiões produtivas, para que a inspeção seja conduzida em conformidade à do ministério, a exemplo do Sistema de Inspeção Federal (SIF). "Queremos multiplicar a ação, de forma equilibrada, já que existem exigências firmadas em tratados internacionais de inspeção de alimentos. Por isso, é grande a preocupação", afirmou.

E citou os cursos, treinamentos e estágios de campo e em frigoríficos, realizados em conformidade com os anseios do setor. "Capacitar gente não é difícil, basta ter ação." O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) procura estimular os Estados a aderirem ao Suasa. Mas depende de agilidade e auxílio na estruturação das ações. Já o diretor-técnico da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Crésio Gomes de Moraes, lembrou que o projeto de adesão ao Suasa está "em andamento". Mas pediu que contemple as áreas animal e vegetal.

Representante da Faeg, Bartolomeu Braz Pereira sugeriu a criação de um consórcio entre prefeituras, mobilizadas na implantação e execução do Suasa. "Precisamos fazer um trabalho político, com as prefeituras e câmaras. Implantar um consórcio, que seja modelo na região". O trabalho iniciado na Agrodefesa alcança os estabelecimentos comerciais, almejando a adequação de abatedouros e frigoríficos.

O órgão pediu diagnóstico de cada unidade, para que sejam feitas as adequações a cargo dos estabelecimentos. As cidades goianas de Corumbaíba, Britânia, Mara Rosa e São Simão já dispõem de Serviço de Inspeção Municipal (SIM). Goiânia conta com lei aprovada, para derivados de carne e hamburger. Rio Verde também trabalha para regulamentar a inspeção. Mas as cidades de menor porte não têm condições de implantar o serviço.

Saiba mais
SIM - Os produtos vendidos dentro do município recebem o Selo de Inspeção Municipal (SIM), concedido pela Secretaria Municipal de Saúde, conferindo qualidade.
SIE – Os alimentos vendidos apenas no Estado recebem o Selo de Inspeção Estadual (SIE), da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seagro).
SIF – Os produtos comercializados para fora do Estado ou para outro país precisam ter o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), que indica a procedência do alimento pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Sisbi – Os estabelecimentos que aderem ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi) passam a integrar o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) e a usar o selo do Sisbi.Mapa

Mais informações www.seagro.go.gov.br ou (62) 3201-8905.

Fonte: Comunicação Setorial da Seagro
(62) 3201-8905

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