terça-feira, 6 de março de 2012

Abelhas nativas do RS aumentam produtividade de plantações de morango


Estudo integrado por pesquisadores da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) apontou aumento da produtividade no cultivo de morangos com o auxílio da polinização por abelhas nativas do Rio Grande do Sul (RS). A abelha utilizada (Plebeia nigriceps), popularmente conhecida como mirim, não possui ferrão e é originária do estado, ao contrário da abelha comum (Apis mellifera). O estudo foi publicado na edição mais recente da revista Pesquisa Agropecuária Brasileira (PAB), editada pela Embrapa.

A pesquisadora Sídia Witter, que participou do estudo, comenta que o trabalho é mais um exemplo da importância das abelhas para a agricultura familiar gaúcha. Os morangos foram plantados em estufas no período de agosto a novembro de 2007, na Estação Experimental da Fepagro Saúde Animal, em Eldorado do Sul. Além de Sídia, os pesquisadores da Fepagro Bernadete Radin e Bruno Brito Lisboa também integraram o trabalho, além de Juliane Galaschi Teixeira (USP), Betina Blochtein (PUCRS) e Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca (USP).


O aumento da produtividade está relacionado à redução do percentual de frutos deformados, problema provocado pela autopolinização. A polinização cruzada (troca de pólen entre flores diferentes), produzida pela ação das abelhas, diminui a incidência de deformação nos morangos. O Rio Grande do Sul é um dos principais produtores de morango do país. O cultivo ocorre nos municípios do Vale do Rio Caí, Caxias do Sul e Farroupilha e região de Pelotas.

Além deste estudo, Sídia desenvolve uma série de pesquisas envolvendo a polinização por meio de espécies de abelhas nativas do Rio Grande do Sul, como opção ao uso da Apis mellifera. "A maior importância das abelhas não está na produção do mel, mas sim na polinização", observa. "Muitas das espécies que estudamos já estão em extinção".

A pesquisadora da Fepagro integra um projeto financiado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), através do Ministério do Meio Ambiente (MMA), para promover a conservação, a restauração e o uso sustentável da diversidade de polinizadores na agricultura e ecossistemas relacionados.

FONTE

Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária
Clarice Gontarski Speranza - Jornalista

AGROSOFT

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