Estudo da Embrapa investe na extração de
peptídeos do soro, indispensáveis para o bom funcionamento do organismo e que
possuem efeito anti-hipertensivo
Foto: Divulgação/SXC
O soro de leite é uma substância rica em proteínas, mas quando lançado no meio ambiente torna-se um poluente de difícil degradação. Por falta de tecnologias adequadas, muitas agroindústrias acabam descartando o soro o que interfere negativamente no ecossistema. Por essa razão, a Embrapa Agroindústria de Alimentos está investindo em pesquisas nessa área para obter do soro um ingrediente funcional capaz de atuar como coadjuvante em tratamentos para hipertensão e problemas cardiovasculares.
De acordo com a pesquisadora Lourdes Maria Corrêa Cabral, da Embrapa, o soro, quando fracionado, divide-se em água, proteína, açúcares e sais minerais. Da proteína obtêm-se os peptídeos, moléculas de aminoácidos indispensáveis para o bom funcionamento do organismo e que possuem efeito anti-hipertensivo, dentre outras propriedades.
– A ideia é concentrar os peptídeos bioativos na forma de pó para utilizá-lo como ingrediente na formulação de alimentos funcionais como iogurtes, por exemplo.
Também é possível trabalhar com os outros elementos fracionados – água, sais minerais e açúcares – para elaboração de novos ingredientes. No entanto, para o momento, o foco das pesquisas estará na obtenção de peptídeos em pó. O trabalho deve consumir três anos de pesquisa para torná-lo viável técnica e economicamente.
– O que hoje é um passivo ambiental pode tornar-se um produto de alto valor agregado para a agroindústria e benéfico para o consumidor – ressaltou a pesquisadora.
Além do soro, a equipe do projeto investirá em pesquisas com cascas de frutas. Normalmente descartadas no processamento, algumas possuem valor nutricional e potencial para produtos funcionais.
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