Muitos são os relatos dos médicos
veterinários sobre o aumento no número de casos de felinos domésticos
infectados pelo vírus da leucemia felina (FeLV). A Leucemia Viral Felina é a
maior causa de morte dentre as doenças infecciosas dos felinos, podendo causar diversos
distúrbios degenerativos e/ou neoplásicos (principalmente os linfomas), onde a
anemia e as doenças oportunistas estão presentes na maioria dos casos.
O FeLV é transmitido pelo contato íntimo e
prolongado entre os gatos persistentemente virêmicos para o FeLV e os gatos
sadios, principalmente através da saliva contendo partículas virais. Uma vez
que se trata de uma infecção vitalícia, este felinos podem eliminar o vírus
durante anos, antes de sucumbir das doenças relacionadas ao FeLV. Devido a este
fato, ambientes com alta densidade populacional de gatos favorecem a
disseminação do vírus. De acordo com diversas pesquisas, gatos que têm acesso à
rua apresentam risco significativamente maior de se infectarem, comparados aos
gatos confinados, evidenciando mais um importante fator de risco para esta
doença.
Enquanto que as últimas pesquisas
internacionais evidenciaram uma queda da prevalência da doença em muitos países
europeus (3,6% Alemanha, 3,5% Inglaterra), e nos Estados Unidos (2,3%), no
Brasil este fato é ainda é irreal. Estudos feitos no Brasil relataram
prevalências de gatos infectados pelo FeLV de 11,52 % no Rio de Janeiro, 12,56%
em Minas Gerais e 6,16% em São Paulo. No que diz respeito à analise
dos fatores de risco para a infecção, o acesso à rua e locais com número
elevado de gatos são fatores predisponentes ao FeLV. Esta problemática pode ser
justificada mediante inúmeros fatores, tais como o alto custo dos kits de
diagnóstico usados na rotina clínica (Snap
combo FIV/FeLV®, IDEXX), alto custo
do tratamento dos animais infectados e a ausência temporária da vacina
quíntupla felina (Fel-O-Vax Lvk IV®, Fort Dogde), que já não é encontrada no
mercado brasileiro desde 2011.
Paralelamente ao
crescimento da aquisição de gatos como animais de companhia, principalmente em
pequenos grupos, cresce a preocupação
com a disseminação das retroviroses felinas (FeLV e FIV), uma vez que o acesso ao
diagnóstico é restrito e há falhas importantes no tratamento e profilaxia,
principalmente do FeLV.
Nadia Rossi de Almeida - Médica Veterinária
Mestre em Microbiologia Veterinária - UFRRJ
Doutoranda em Sanidade Animal - UFRRJ
Mestre em Microbiologia Veterinária - UFRRJ
Doutoranda em Sanidade Animal - UFRRJ
Contato: nadia.vet@hotmail.com
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