Baratas: “Praga infernal”
A cada ano, a Ciência avança em diversas áreas, ampliando o conhecimento em questões como genética, ecologia e doenças de todos os tipos. No entanto, uma questão vem sendo alvo das mais variadas especulações, sem ter o devido respaldo científico: as baratas.
Estes pequenos artrópodes são, ao mesmo tempo, abominados e mitificados pelos seres humanos. As indagações a respeito das baratas são tantas que já renderam até filmes de ficção como Praga infernal, de 1975; Baratas assassinas, de 1998; Joe e as baratas, de 1996, entre outros. Acredita-se até que as baratas sejam capazes de sobreviver a ataques nucleares.
Em virtude disso, um grupo de pesquisadores da UFRJ decidiu estudar mais a fundo esses insetos, a fim de desmistificá-los e mostrar que as baratas têm, apesar de tudo, um papel importante no meio ambiente.
Segundo a bióloga Suzete Bressan Nascimento, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF/UFRJ), o projeto “Baratas: procuradas vivas ou mortas”, coordenado pelo biólogo Hatisaburo Masuda, nasceu a partir de um estudo com vespas, um inimigo natural da barata. De acordo com a bióloga, a vespa parasita a estrutura de proteção dos ovos das baratas, uma cápsula chamada ooteca, impedindo que as larvas nasçam. “Isso faz com que a vespa controle naturalmente a população de baratas. Nosso objetivo é trocar dez baratas por uma vespa”, afirma.
O asco dos seres humanos com relação às baratas tem origem na infestação do inseto nas áreas domésticas. “A barata é um vetor contaminante. Ela vive no lixo, em esgotos e se alimenta de matéria orgânica em decomposição. Tudo isso gera certo nojo nas pessoas, que podem até desenvolver entomofobia, que é a aversão a insetos”, explica. Segundo a bióloga, as baratas são uma das causas, até mesmo, de infecções hospitalares.
No entanto, o extermínio desses insetos não seria solução viável, pois poderia levar a um desequilíbrio ambiental. “As baratas são decompositoras, fazem parte da cadeia alimentar. Elas compõem um ciclo que contribui para o equilíbrio da natureza, além de servirem também de alimento para pequenos animais, como pássaros, roedores e anfíbios”, conclui Suzana Bressan.
Para evitar a infestação, o ideal é manter um alto grau de higiene nas áreas domésticas. Acúmulo de lixo ou resto de alimentos geram o ambiente perfeito para a proliferação de insetos e, em especial, da barata.
Fonte: Stephanie Tondo / Olhar Vital -UFRJ
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