domingo, 14 de novembro de 2010

População de abelhas diminui drasticamente na Europa


Há quem diga que "com as abelhas nunca se sabe" mas uma coisa é certa: a população de abelhas está a diminuir drasticamente na Europa. Será possível imaginar um mundo sem tomates ou cerejas? Entre 60% a 70% da nossa alimentação provém de plantas polinizadas pelas abelhas e se continuarem a desaparecer a este ritmo, a maioria dos nossos frutos e vegetais preferidos, assim como a maioria das plantas do planeta, estarão ameaçados.
A comissão parlamentar da agricultura aprovou recentemente uma proposta de resolução que pretende inverter a situação alarmante em que se encontra o sector da apicultura na Europa.
A resolução exorta a Comissão a estabelecer um plano de acção para combater a mortalidade das abelhas que inclua a integração de práticas agrícolas sustentáveis e amigas dos polinizadores, apela a mais financiamento para o sector e solicita à Comissão que inclua na política veterinária europeia as doenças que afectam as abelhas.
O texto parlamentar refere igualmente a importância de melhorar os dados estatísticos em relação às previsões de produção e apela a uma rotulagem clara sobre o mel comercializado na Europa, designadamente no que se refere à sua origem e conteúdo.
É urgente agir
Ao longo dos últimos anos, a população de abelhas em algumas regiões europeias sofreu uma mortalidade de 80%, quando a média deveria situar-se em 5%.
De acordo com o eurodeputado esloveno Alojz Peterle (PPE), ex-presidente da Associação de Apicultores da Eslovénia, a medida mais eficaz para combater a mortalidade das abelhas é a melhoria da qualidade ambiental. "As abelhas estão a ficar cada vez menos resistentes por causa da poluição", sublinha. "Não é suficiente obter melhores medicamentos, aquilo de que realmente necessitamos é de diminuir a utilização de pesticidas e produtos biocidas, e garantir que o sector agrícola – que deveria ser o principal aliado das abelhas – age de forma muito mais responsável na sua utilização", acrescentou.
Astrid Lulling, eurodeputada luxemburguesa (PPE) autora da resolução parlamentar, informou que "a Comissão Europeia vai apresentar, até ao final do ano, a sua comunicação sobre o futuro da PAC após 2013. Nesse sentido, é necessário garantir que os programas de apoio ao sector da apicultura, que já são utilizados a mais de 90% nos 27 Estados-Membros, também tenham lugar na PAC após 2013. Estes programas de apoio são úteis e necessários, e devem ser reforçados. Os 32 milhões de euros que vamos consagrar em 2011 ao sector são verdadeiros amendoins, quando comparados com a riqueza agrícola directamente dependente da actividade polinizadora das abelhas".
Para o eurodeputado italiano Paolo de Castro (S&D), presidente da comissão da Agricultura e Desenvolvimento Rural, que apresentou a resolução em nome da comissão parlamentar, os programas nacionais revelaram-se produtivos e eficazes. No entanto, sublinhou, "o aumento da mortalidade das abelhas exige medidas e acções urgentes, designadamente através do reforço das políticas desenvolvidas no sector, no âmbito da PAC após 2013".
Fonte:  PE

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