sexta-feira, 3 de junho de 2011

Rússia suspende temporariamente importações de carne de mais de 80 frígoríficos


03/06 

O Serviço Federal de Inspeção Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) informou que suspenderá temporariamente, a partir de 15 de junho, as importações de produtos de origem animal de 85 frigoríficos localizados nos estados de Mato Grosso, do Paraná e Rio Grande do Sul. Segundo a autoridade russa, as unidades não conseguiram atender os requerimentos da união alfandegária.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento confirmou que já recebeu a notificação e que o problema está sendo discutindo internamente neste momento. No entanto, ainda não há uma previsão de resposta sobre o caso. A Rússia é o maior mercado comprador do Brasil.
Há duas semanas, o vice-presidente da República, Michel Temer, liderou uma missão brasileira à Rússia e, entre os assuntos discutidos, estava o embargo russo, no final de abril, a oito frigoríficos nacionais. O ministério informou que, na ocasião, foi acordado que o governo brasileiro enviaria mais informações e faria novas auditorias em todas as indústrias de carne bovina, suína e de aves habilitadas a exportar para a Rússia.
Segundo nota divulgada pelo Ministério da Agricultura há duas semanas, o secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim, e o chefe do Serviço Veterinário da Rússia, Sergei Dankvert, acertaram que depois das inspeções, o governo brasileiro encaminharia uma avaliação global sobre os frigoríficos, que seria, então, discutida em nova rodada de trabalho. A decisão russa vem, no entanto, antes que o trabalho tenha sido concluído.




Bloqueio russo derruba ações de frigoríficos na bolsa

03/06 
Bárbara Ladeia

Após decisão russa pelo embargo de importações de produtos animais de três estados brasileiros, ações de frigoríficos nacionais foram penalizadas na BM&F Bovespa nesta quinta-feira (2/6).

Foram listados 85 frigoríficos e empresas de exportação de proteínas. Entre elas estão a Brasil Foods, JBS Friboi, Marfrig e Aurora. Apenas o grupo Minerva escapou da medida russa, maior importadora de carne in natura do mundo, que entra em vigor no dia 15 de junho.

O bloqueio afeta os estados do Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul.

Para o analista da Socopa, Marcelo Varejão, "essa informação tem grande potencial de derrubar as ações de frigoríficos e empresas que lidem com o mercado de proteínas". 

De fato, a maior queda do pregão no Ibovespa ficou com as ações da Brasil Foods (BRFS3), que caíram 1,03%, para R$ 28,80.

Apesar de não ter sido listada, as ações BEEF3, do Minerva, recuaram (1,13%) pelo "contágio" com as outras empresas do setor, na análise de Marianna Waltz, analista do BB Investimentos.

A empresa afirma, em comunicado divulgado à Comissão de Valores Mobiliários, que "no ano de 2010, as exportações para a Rússia representaram aproximadamente 15% da receita bruta total, demonstrando a estratégia de diversificação de mercados e mitigando o risco de concentração".

Na contramão, as ações da JBS Friboi (JBSF3) subiram 4,10%, cotadas a R$ 5,59. Segundo nota enviada à CVM, a companhia conta com outras oito fábricas instaladas no Brasil que seguirão operando para a Rússia e não estão incluídas nas regiões atingidas pelo embargo.

"Os papéis da JBS estavam muito descontados, então a força da recuperação, por enquanto, está maior que a penalização pela decisão do embargo", adiciona Marianna.

As ações da Marfrig (MRFG3) perderam 1,80%, também afetadas pelo embargo. O comunicado da companhia à CVM relata que outras plantas atenderão as exportações russas, que representam 10,7% do total de exportações da companhia ou 4,7% da receita consolidada.

No entanto, não houve detalhamento de quantas nem quais plantas terão suas atividades redirecionadas.




JBS mantém exportações para Rússia

03/06 
A JBS afirmou na quinta-feira (2/6) que manterá suas exportações para a Rússia a partir de oito fábricas instaladas e operando no Brasil em regiões que não foram incluídas no embargo, além da sua plataforma de produção existente fora do país.

A Rússia proibiu as importações de proteína animal de três estados brasileiros — Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul — e a companhia teve efetivamente três unidades atingidas.

"A companhia acredita que as autoridades dos dois países trabalharão de forma conjunta para solucionar as eventuais pendências causadoras do embargo em um curto espaço de tempo", afirma a companhia em comunicado.




Exportadores de carne exigem que o governo reaja ao embargo imposto pela Rússia

03/06 
Brasília - Os exportadoras de carne estão cobrando do governo brasileiro “medidas urgentes” para enfrentar o embargo imposto pelas autoridades sanitárias da Rússia à importação de produtos de 89 frigoríficos de Mato Grosso, do Paraná e do Rio Grande do Sul. O anúncio do governo russo causou surpresa. O setor mais atingido é o de carne suína, que tem a Rússia como destino de 40% das exportações.

“Considerando que a autoridade da Rússia forneceu a data limite de 15 de junho para a medida entrar em vigor, esperamos que o Ministério da Agricultura agende com urgência reunião em Moscou, levando resposta a todos os questionamentos apresentados”, disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto.

Segundo ele, a informação que uma delegação de empresários obteve na viagem feita há duas semanas à Rússia, numa missão liderada pelo vice-presidente da República, Michel Temer, é que o governo daquele país fez várias críticas ao sistema de inspeção brasileiro. O Ministério da Agricultura, no entanto, garantiu que as responderia de forma rápida e inspecionaria novamente todos os frigoríficos habilitados a exportar para o mercado russo. “Porém, com o anúncio, nesta quinta-feira, do embargo, constata-se que não houve tempo hábil para esse retorno”, afirmou Neto.

O representante da indústria de carnes suínas disse que o Brasil pode ser colocado como um modelo internacional em condições de saúde animal no campo e de saúde pública nos frigoríficos, mas reconheceu que existem “falhas burocráticas" no Ministério da Agricultura. “As exportações de carne do Brasil cresceram muito nos últimos anos e falta pessoal técnico para atender a uma crescente demanda. O governo precisa reagir, não deixando qualquer dúvida sobre a sanidade das carnes do Brasil”, ressaltou.




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