Em junho, novo exame da doença será realizado em cachorros; coleiras de prevenção também serão avaliadas
A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) vai dar início, em junho, aos testes, em quatro municípios, do novo exame diagnóstico do calazar canino, que apresenta o resultado em 15 minutos. Também serão avaliadas as coleiras que previnem a doença. A expectativa é que os casos diminuam após as estratégias.
Segundo o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, Manoel Fonsêca, para a realização do teste, será colhido o sangue do cachorro. O líquido será colocado em um disquete, onde entrará em contato com outra substância. Dependendo da cor que aparecer, o animal é diagnosticado com a doença.
"Se der positivo, mais sangue é colhido e enviado ao Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacem), onde a confirmação é feita e, depois, o cachorro é eliminado", explica Fonseca.
Ele comenta que o novo exame economiza tempo e diminui o número de testes que enviados ao Lacem. Hoje, os donos de cães com suspeita da doença esperam um mês pelo resultado.
O coordenador acrescenta que a capacitação dos agentes municipais de endemias será feita por técnicos das 21 coordenadorias regionais de saúde (Cres) que participam do Curso de Atualização em Vigilância e Controle de Leishmanioses, realizado pela Sesa durante esta semana.
Prevenção
Outra estratégia para combater o calazar, realizada pela Secretaria em conjunto com o Ministério da Saúde, são as avaliações da coleira que previne a doença. O objeto contém inseticida e promete proteger, por até seis meses, os cães das picadas dos mosquitos transmissores do calazar. Fortaleza, Canindé, Eusébio e Maracanaú são os municípios que vão fazer parte dos testes.
Fonsêca destaca que os cães são o reservatório da doença e, com o uso da coleira, ele estará protegido do mosquito. "Se o cachorro não for picado, ele não estará infectado. Assim, o mosquito vai procurar outros animais para se alimentar do seu sangue. Por isso, esperamos a diminuição no número de casos", frisa.
De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), no ano passado, entre janeiro e maio, foram registrados 200 casos da leishmaniose visceral e dez óbitos de humanos. Neste ano, em igual período, foram notificados 160 pessoas com a doença e duas mortes. Já em 2011, o Ceará registrou 660 casos de leishmaniose visceral e 43 mortes pela doença.
Leishmaniose visceral, ou calazar, é uma doença transmitida pelo mosquito-palha ou birigui que, ao picar, introduz na circulação do hospedeiro o protozoário Leishmania chagasi. A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente.
Registro
160 pessoas foram diagnosticadas com calazar neste ano, segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Destas, duas morreram
THIAGO ROCHA
ESPECIAL PARA CIDADE
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