Primeiro caso oficialmente registrado em Dourados já está sob controle; CCZ monitora área de risco
Foto: CCZ detectou o caso de leishmaniose visceral em criança durante monitoramento. Foto – Hédio Fazan
O primeiro caso de leishmaniose visceral humana foi registrado em Dourados, pelo menos oficialmente. Trata-se de uma criança dois anos, moradora na região do Canaã III. A região já estava sendo monitorada e apontada pelo Departamento de Vigilância em Saúde como uma dos pontos críticos da Leishmaniose em função de diversos fatores que contribuem para a infestação do mosquito transmissor da doença, que geralmente infecta cães e inclusive pessoas.
Segundo o médico veterinário, Eduardo Arteiro Marcondes, foi possível detectar a doença através de um trabalho desenvolvido pela equipe do Centro de Controle de Zoononzes (CCZ) que concentrou os trabalhos em toda a região que compreende as margens do Córrego Paragem, incluindo o Canaã III. “Esta criança por exemplo mantinha contato com um cão infectado, foram vários casos detectatos em toda a região que compreende o Paragem”, disse Arteiro.
Após orientação do CCZ a criança foi encaminhada ao Hospital Universitário (HU) que mantém uma equipe especializada para trabalhar com estes casos. Após os exames que comprovaram a doença a criança começou a ser medicada a tempo e está fora de perigo.
Para Arteiro, não existe motivo para alarde já que o principal a partir de agora é que as famílias de Dourados passem a ficar mais atentas a limpeza de seus quintais. Segundo o alerta do veterinário, mantendo os quintais limpos a comunidade estará se livrando de uma série de problemas de saúde, inclusive a dengue e a leishmaniose. “Não existe motivo para pânico e a melhor forma para evitar mosquitos é manter a higiene; casas e quintais sempre limpos, não atraem mosquitos”, alertou.
A comunidade vem sendo orientada constantemente a manter a limpeza dos quintais e o poder público está fazendo a sua parte. A partir de agora o CCZ vai intensificar ainda mais os serviços de limpeza que já vinham sendo realizados, desta vez em conjunto com o Iman, segundo Arteiro.
Os fatores que contribuem para o surgimento do mosquito são: sujeira, a criação de galinhas nos quintais, acúmulo de fezes e todo tipo de atrativo para o mosquito. A atenção deve sempre estar redobrada nos períodos da manhã e nos finais de tarde. “As pessoas devem evitar permanecer embaixo de arvores, normalmente as crianças aproveitam estas sombras para brincar com o cão de estimação e se não tiver o hábito de limpar o quintal os mosquitos são atraídos pelas frutas podres que estão embaixo”, disse Arteiro.
DOENÇA FOI DETECTADA ATRAVÉS DA PRÓPRIA AÇÃO DE SAÚDE DO MUNICÍPIO
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Leishmaniose visceral, ou calazar, é uma doença transmitida pelo mosquito-palha ou birigui (Lutzomyia longipalpis) que, ao picar, introduz na circulação do hospedeiro o protozoário Leishmania chagasi. Embora alguns canídeos (raposas, cães), roedores, edentados (tamanduás, preguiças) e equídeos possam ser reservatório do protozoário e fonte de infecção para os vetores, nos centros urbanos a transmissão se torna potencialmente perigosa por causa do grande número de cachorros, que adquirem a infecção e desenvolvem um quadro clínico semelhante ao do homem.
A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito fêmea infectado. Na maioria dos casos, o período de incubação é de 2 a 4 meses, mas pode variar de 10 dias a 24 meses.
Cura
Ainda não foi desenvolvida uma vacina contra a leishmaniose visceral, que pode ser curada nos homens, mas não nos animais.
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