“O Ministério da Saúde confirmou a morte de um gato em consequência do vírus da raiva, no mês de Janeiro, em São Paulo capital” (Rural Revista, 2012). Além deste caso de raiva felina, na capital paulista o último caso de raiva em animais domésticos foi registrado há 30 anos. Por outro lado, quem trabalha no campo conhece bem este vírus e as consequências da doença. Hoje, a raiva bovina é considerada sob controle graças ao trabalho feito com os pecuaristas no Estado.
Os morcegos hematófagos constituem um grande problema no ciclo da raiva rural. O "morcego vampiro comum" (espécie Desmodus rotundus) é o principal transmissor da raiva aos herbívoros domésticos ou animais de produção (bovinos, equinos, suínos, caprinos e ovinos) no Brasil. A raiva rural, raiva dos herbívoros transmitida por morcegos hematófagos D. rotundus é enzoótica em muitos Estados brasileiros.
Nos Estados que fazem divisa com São Paulo, como Minas Gerais e Rio de Janeiro, muitos casos de raiva em bovinos e equinos continuam emergindo há muitos anos. Nos Estados do Mato Grosso e Goiás também há casos que preocupam. A Dra. Ivanete Kotait, Veterinária e Pesquisadora do Instituto Pasteur-SP, uma das mais renomadas na área da Virologia e na Linha de Raiva (nacional e internacionalmente), confirma o fato. Contudo, segundo Kotait, este fato é totalmente independente da importância que o Estado dá ao controle da população de morcegos hematófagos.
Mordeduras de morcegos nos animais de produção representam o primeiro sinal para a raiva nas propriedades. Estas devem ser observadas, assim como a presença de abrigos, naturais e artificiais, de morcegos hematófagos. O controle populacional de morcegos hematófagos D. rotundus deve ser realizado criteriosamente. No Brasil, os agendes dos serviços de Defesa Agropecuária ou mesmo os pecuaristas, sob a orientação destes agentes, realizam o controle populacional de D. rotundus, com uso da "pasta vampiricida" (Warfarina, substância anticoagulante). Este é um método seletivo e ecologicamente é o mais correto.
No Estado de São Paulo, mensalmente ou de dois em dois meses, os agentes do Serviço de Defesa Agropecuária visitam as propriedades e buscam os abrigos de morcegos hematófagos. A vacinação antirrábica dos herbívoros não é mais obrigatória pelo Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH), mas mesmo assim 70% dos pecuaristas vacinam seus animais no Estado de SP.
Nos Links a seguir, dois vídeos ilustram bem a real situação da raiva dos herbívoros transmitida por morcegos hematófagos no Brasil. O tema é abordado por profissionais da Defesa Agropecuária e por pecuaristas. Sobre o Estado de SP, onde a raiva rural está sob controle, como também sobre outros Estados do País.
Pesquisadora do Instituto Pasteur discute a prevenção da Raiva Bovina por meio do controle de morcegos hematófagos
Uma das maiores Pesquisadoras do Brasil, Dra. Ivanete Kotait, Médica Veterinária do Instituto Pasteur-SP concede esta importante entrevista e narra como a raiva bovina diminuiu consideravelmente no Estado de São Paulo, nos últimos anos. Segundo a Dra. Kotait, o controle de morcegos hematófagos (Desmodus rotundus é o principal transmissor aos bovinos) é a medida fundamental.
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