Uma substância tóxica foi encontrada no leite da Nova Zelândia em um golpe potencial à indústria de lácteos do país.
As duas maiores companhias de fertilizantes do país, Ravensdown Ltd. e Ballance Agri-Nutrients Ltd., suspenderam as vendas de dicianodiamida ou DCD, após baixos níveis terem sido encontrados em produtos lácteos. Os produtores aplicam CDC às pastagens para evitar o nitrato, subproduto do fertilizante que também pode causar problemas de saúde.
Embora não haja padrões internacionais para níveis aceitáveis de DCD em alimentos, em altas doses essa substância é tóxica para humanos. Oficiais do Governo na quinta-feira expressaram preocupações sobre os potenciais danos à imagem da indústria que é responsável por quase um terço das exportações do país.
“A reputação da Nova Zelândia é baseada na alta qualidade dos alimentos que produzimos”, disse a vice-diretora de padrões gerais do Ministério das Indústrias Primárias da Nova Zelândia, Carol Barnao, que é responsável pelas exportações e por proteger a nação dos riscos biológicos. Um estudo do Governo sobre o uso de DCD está sendo feito.
A New Zealand Grocery Retailer Association and Progressive Enterprises Ltd., que opera a rede de supermercados Countdown, não quis comentar o caso. A distribuidora de alimentos, Foodstuffs Auckland Ltd., não pode ser encontrada para comentar.
Em 2008, a Fonterra Coopetative Group Ltd., uma das maiores companhias da Nova Zelândia, envolveu-se em um escândalo referente ao fornecimento de leite contaminado na China. Pelo menos seis crianças morreram e 300.000 ficaram doentes por consumirem leite contendo níveis perigosos de melamina, um químico industrial que mimetiza as propriedades da proteína, permitindo que os produtores acrescentassem água no leite sem aparentemente diluir o valor nutricional. A Fonterra possuía a maior parte de uma das companhias no centro do escândalo, a agora falida Sanlu Group.
A Fonterra é a maior exportadora de produtos lácteos do mundo e a descoberta de químicos nos produtos lácteos pode se tornar um problema comercial, disse o diretor gerente de assuntos públicos, Todd Muller. Ele classificou a suspensão do uso de DCD como uma “abordagem responsável”.
Muller disse que o fato poderia ser um problema para os parceiros comerciais que têm tolerância zero para resíduos detectados fora dos padrões. “Na maioria dos casos, seus padrões são absolutamente silenciosos sobre isso. Então, tecnicamente, você estaria violando esses padrões mesmo se o DCD estiver presente em quantidades muito pequenas no leite”.
A reportagem é do The Wall Street Journal e do Radio New Zealand, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
Fonte:Milkpoint
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