sexta-feira, 19 de abril de 2013

Pelo menos seis pacientes estão com criptococose



Anderson Coelho
Sema estima que há cerca de 200 mil aves na região central de Londrina
Londrina – Pelo menos seis pacientes estão em tratamento contra a criptococose no Hospital Universitário (HU), onde uma vítima da doença morreu neste final de semana. O corpo do taxista Sidney José da Silva, de 47 anos, foi sepultado ontem de manhã no Cemitério João XXIII, região central de Londrina, em meio a grande comoção de familiares e amigos. A assessoria do hospital não confirma o número. 

Silva foi mais uma vítima da "doença do pombo", que apresenta alto grau de letalidade. O setor de Vigilância em Saúde de Londrina registrou quatro notificações nos últimos cinco anos, três destes pacientes não resistiram. 

A criptococose, provocada por fungo presente nas fezes das aves, ataca os sistemas respiratório e nervoso em humanos. "São fungos que atacam todo o organismo. Provocam sintomas variados como doenças de pele, íngua, afetam sistemas respiratório e nervoso central", explicou o infectologista Jan Stegmann. 

Uma das pacientes em tratamento é uma dona de casa de 38 anos, cuja identidade foi preservada. Ela chegou a ficar dois meses internada no HU. "Recebi alta no dia 18 de dezembro e hoje faço tratamento medicamentoso. Constantemente recebo doses intravenosas", disse. 

Assim como a vítima do final de semana, em que familiares relataram dificuldade na identificação da doença, ela também passou várias vezes por unidades de saúde e foi diagnosticada erroneamente. 

"Fui diagnosticada com sinusite crônica. Estive várias vezes no posto de saúde e passaram vários dias até encontrarem o que eu tinha", lamentou. 

Embora os casos revelem presença comum do fungo no meio ambiente de Londrina, inclusive com mortes, os números não causam grande preocupação à Vigilância Sanitária. "É um índice baixo, menos de um caso por ano", observou a diretora de Vigilância, Mara Alice Zanetti. 

A morte do taxista fez a Secretaria do Ambiente (Sema) retomar a discussão sobre o controle da superpopulação de pombos. A Sema estima há cerca de 200 mil aves na região central da cidade. "A curto prazo vamos fazer limpeza das áreas públicas, intensificar ações no Bosque e na Praça Sete de Setembro, para diminuir riscos e dar melhor aparência. A médio e longo prazo vamos estudar forma de reduzir a população com a captura e transferência, ou o abate", disse o secretário Cleuber Brito. 

A Sema agendou uma reunião para quinta-feira da semana que vem com técnicos e especialistas da área ambiental. A limpeza das área públicas está programada para a próxima terça-feira.

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