sexta-feira, 2 de agosto de 2013

GO: Agrodefesa: Uma cidade com carnes clandestinas vendidas

Uma fiscalização da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) constatou, através de denúncia anônima, um perigo à saúde dos moradores do município goiano de Perolândia. Praticamente toda carne vendida na cidade é clandestina. Os agentes apreenderam nesta última terça-feira, 2, cerca de 750 quilos de carnes bovinas e suínas consideradas inapropriadas para o consumo e sem nota fiscal. De acordo com a equipe de fiscalização, foram encontradas irregularidades em todos os açougues da cidade, e eles acreditam que o produto seja oriundo de frigoríficos clandestinos.  
 O município, que se localiza a 420 km de Goiânia, com cerca de 3,5 mil habitantes, teve a vistoria em todos os estabelecimentos. Na avaliação feita pelos agentes foi verificado que as carnes se encontravam em más condições de acondicionamentos. Nos locais visitados muitos não obedeciam aos padrões de higiene.   
 Em entrevista ao Diário da Manhã, a fiscal da Vigilância Sanitária de Perolândia, Kênia Patrícia Souza Carvalho, admite que não tinha conhecimento da venda de carne ilegal na cidade e que as ações da vigilância também dependem de denúncias anônimas. "Só ficamos sabendo da ocorrência da ilegalidade com a chegada da Agrodefesa. As denúncias anônimas ajudam nos trabalhos de fiscalização", reconhece. Ainda de acordo com a fiscal, fica clara a omissão da Vigilância Sanitária do município em relação ao rigor da fiscalização, pois a inspeção é feita uma vez ao mês, tempo suficiente para comercialização da carne clandestina. "A nossa equipe realiza uma vez ao mês a fiscalização nos estabelecimentos e verifica a procedência das carnes e as notas de compra dos produtos. Mas o problema é que os próprios proprietários fazem os seus negócios de compra ilegal. Eles nos apresentam as notas de compra de determinada carne, mas torna-se impossível saber se trata-se realmente de tal produto, pelo tempo de fiscalização", admite Kênia. 
 O fato curioso é que os próprios donos dos açougues admitiram adquirir a carne animal de forma desrespeitosa à legislação sanitária estadual. Os proprietários foram multados em mais de R$ 5 mil e orientados a adquirir e comercializar apenas carnes provenientes de estabelecimentos com registro em órgão oficial de inspeção. Toda carne apreendida foi recolhida e levada para o aterro sanitário de Perolândia.
 Em um dos estabelecimentos, o dono do comércio confirmou que o abate do gado é feito por ele. “A gente vai matar na fazenda, pega essas facas e leva um funcionário”, conta João Fabrício da Silva.

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