terça-feira, 22 de outubro de 2013

O polêmico uso da ractopamina na suinocultura

Substância é usada como repartidor de energia e não traz consequência maléficas para o ser humano, dizem especialistas. No entanto, restrição de mercados devem promover mudanças em seu uso no plantel nacional.

Recentemente a Rússia anunciou restrições a importação de carne suína nacional, alegando a presença de ractopamina no produto. De acordo com o diretor técnico do Instituto Catarinense de Defesa Agropecuária (Icasa) e médico veterinário Gerson Catalan, a Ractopamina é um repartidor de energia que atua principalmente na conversão alimentar (menor consumo de alimento para produzir um quilograma de carcaça), no ganho de peso diário (atinge o peso desejado de abate mais cedo) e faz com que a carcaça do suíno tenha um menor percentual de gordura, ou seja, traz benefícios econômicos ao produtor e carne com menor percentual de gordura que é mais saudável para o consumidor. Não se trata nem de um promotor de crescimento e nem de um antibiótico.
Com base neste argumento, pergunta-se: Essa substância afeta a saúde do ser humano? Segundo Catalan, não há nenhuma comprovação de que o uso do produto possa fazer mal ao ser humano. "Os países que fazem restrição ao seu uso seguem o que a União Européia preconiza. Na prática, é a não comprovação de possíveis malefícios é que os levam a não utilizar", afirma. O diretor-executivo da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) compartilha da mesma informação. "Há uma discussão mundial em torno do uso de ractopamina na produção de suínos, apesar dos inúmeros estudos que afirmam que a substância não faz mal a saúde humana", pontua Coser. "No entanto, alguns países ainda desconfiam das propriedades do produto, restringindo seu uso".
Apesar de liberada no país, na opinião do presidente da ABCS, o Brasil precisa adaptar sua criação de suínos para ter livre acesso aos mercados que restringem o uso de ractopamina. Ele cita o caso russo como exemplo. "Se a Rússia proíbe o uso da substância, nós temos que segregar algumas plantas e frigoríficos para que estes não utilizem a ractopamina", argumenta Coser. "Claro que a não-utilização do produto irá impactar diretamente na qualidade da produção. É um debate complicado, mas se a regra de um país, de mercado tão expressivo como o russo, é não usar, não usaremos. Regra é regra", finaliza o presidente da ABCS.


Rui Vargas, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) comenta, em vídeo, a restrição russa referente ao uso de ractopamina na carne suína nacional. Veja abaixo:


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