domingo, 15 de dezembro de 2013

Mudanças no ambiente põem em risco saúde agropecuária e humana


Desafios sanitários do mundo globalizado exigem compromisso multissetorial, concluem especialistas reunidos em fórum técnico na Costa Rica
O crescimento populacional, o aumento do comércio internacional e os impactos das mudanças climáticas sobre o ambiente põem em risco a sanidade agropecuária, o que pode afetar a saúde pública, afirmaram especialistas convocados pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Segundo eles, a prevenção e o controle destas enfermidades requerem abordagens integrais de prevenção e controle.

A conclusão exposta acima foi extraída do fórum técnico Um mundo, uma saúde, realizado na sede do Instituto, na Costa Rica, e transmitido via web para todos os países do continente. Para os especialistas presentes no evento, “é necessário um trabalho intersetorial para a elaboração de estratégias que beneficiem a saúde humana, das plantas e animais, em um ambiente saudável”.

“Do ponto de vista da saúde agropecuária, o gerenciamento de risco de enfermidades e infecções exige o compromisso de todos os setores – agrícola, saúde e meio ambientes – assim como das agências internacionais”, apontou o gerente do Programa de Sanidade Agropecuária e Inocuidades de Alimentos (SAIA), do IICA, Robert Ahern.

Colaboração internacional para controle de surtos

Uma saúde é uma chamada para a colaboração mundial. Os países dependem um dos outros para o sucesso de suas campanhas contra as zoonoses. Um surto em uma nação pode por em risco todo o mundo”, alertou a coordenadora de projetos da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Susan Corning.

Zoonoses são doenças animais transmissíveis às pessoas. De acordo com Corning, cerca de 60% dos patógenos (agentes causadores das enfermidades como vírus e bactérias) que afetem a saúde humana são de origem animal, a exemplo da raiva e da gripe aviária. A especialista da OIE ainda recomendou que, além do desenvolvimento de mecanismos conjuntos para prevenção e resposta a essas doenças, deve ser feita uma boa comunicação de risco, que envolva a todos as partes pertinentes ao trabalho, como base para a tomada de decisões acertadas.

Doença é fenômenos social

Luis Carlos Villamil, pesquisador da Universidad de La Salle, da Colômbia, disse que a saúde não é somente a ausência de doença, mas um fenômeno social que implica em bem estar físico, mental, socioeconômico e ambiental. “A pobreza, a destruição ambiental, a falta de acesso a água potável, o desemprego, a violência e até a segurança no trânsito devem ser considerados fatores de risco para a saúde”, afirmou.

“Para se fazer frente aos desafios sanitários há que se assumir uma mentalidade de interdependência, reconhecer que formamos um sistema biológico grande”, asseverou Alejandra Días, especialista em SAIA do IICA, Alejandra Díaz. Segundo ela, o Instituto promove esta visão integral com a promoção do desenvolvimento territorial rural, que busca melhorar a qualidade de vida no campo com base na equidade, inclusão social, empoderamento e respeito da identidade e diversidade cultural.

Nenhum comentário:

Postar um comentário