domingo, 22 de agosto de 2010

Informações sobre a suspensão da vacinação contra a raiva

       Repasso o texto abaixo de um e-grupo de discussão na intenção de trazer informação de conteúdo técnico afim de se evitar algumas manifestações que indicam insegurança, desconhecimento e até impropriedades,  enquanto se aguarda o resultado de estudos e investigações epidemiológicas.

A vacina foi adquirida pelo Ministério da Saúde com intermediação do Laboratório TECPAR, tendo vencido a concorrência pública o Laboratório BIOVET.
O laboratório BIOVET é um dos mais renomados laboratórios brasileiros, sobretudo na área de produção de vacinas. Em momento algum a SES SP colocou em dúvida a alta qualidade da vacina por eles oferecida ou a idoneidade do próprio laboratório.
Este laboratório brasileiro possui, se não a melhor, uma das melhores plantas para produção em larga escala de vacinas na América do Sul.


A vacina distribuída aos municípios brasileiros é produzida em células BHK (baby hamster kidney), tem potência imunogênica cerca de oito vezes maior que a vacina Fuenzalida & Palácios (Portanto, não contem resíduos de SNC de animais, um dos agentes imunogênicos que determinavam reações de desmielinização) e sua validade para uso é de dois anos após a produção.

A vacina BHK do Laboratório BIOVET segue protocolos internacionais de produção, recomendados por OMS, OIE e entidades nacionais.
Ela contem como adjuvante o hidróxido de alumínio indicado para todas as vacinas de cultivo celular. Contem Timerosal como conservante, indicado para todas as vacinas produzidas em frascos de multiplas doses. Sua finalidade é a de evitar a contaminação por bactérias e fungos, razão pela qual é recomendado que os frascos abertos só sejam utilizados por até cinco dias. Quando o frasco é de dose única, este conservante pode ser dispensado. É o que ocorre nas vacinas utilizadas nas clínicas veterinárias.
Além do Timerozal, a vacina contém saponina, como adjuvante, e a inativação do vírus ocorre pelo uso de BEA - produto com função similar à da betapropiolactona, existente na vacina anteriormente utilizada. Este produto é inativado durante o processo de fabricação, diferentemente da betapropiolactona, que é imunogênico.


A razão da suspensão das campanhas pela SES SP ocorreu porque, mesmo com as reações esperadas pela administração da vacina, a intensidade dos sintomas era muito forte e as queixas de proprietários eram muito frequentes. Os casos de óbitos frente ao total de animais vacinados demonstrou ser maior que os habitualmente observados.


Os estudos estão sendo dirigidos para esclarecer:
-Sensibilidade de gatos ao Timerozal
-Sensibilidade de cães e gatos à saponina
-Via de administração - parece que a mais indicada é a via IM, à semelhança da vacina contra o tétano e a DTP, de uso humano.
-Outras causas.


Peço aos colegas que colaborem para esclarecer os problemas com que nos deparamos. Poupem suas críticas e ofereçam bases científicas em seus posicionamentos. Já contamos com colegas formados pelo EPISUS, que nos auxiliarão nas investigações que iniciamos na semana passada.

Fonte: Grupo Saúde Pública Veterinária (Yahoo)

Um comentário:

  1. Muito exclarecedor... As pessoas falam, mas na maioria das vezes sem nenhuma base científica, somente dizem o que pensam e/ou repetem o que outros dizem!

    Obrigado!

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