O Dia Mundial da Raiva: 28 de setembro é uma mobilização criada há quatro anos pela Organização Panamericana de Saúde – Organização Mundial da Saúde (OPAS–OMS) e a Aliança para o Controle da Raiva (Alliance for Rabies Control –ARC). O seu site oficial é www.worldrabiesday.org. A missão do Dia Mundial da Raiva é aumentar a conscientização do público em geral sobre a virose, visando melhorar as ações de prevenção, vigilância e controle no Mundo. Em comum acordo, padronizou-se que os três pilares das ações do Dia Mundial da Raiva são: comunicação, orientação e comportamento.
Na América Latina, a mobilização teve seu início em outubro de 2006, quando ocorreu na sede da OPAS–OMS em Brasília, a XI Reunião dos Diretores dos Programas Nacionais de Controle da Raiva da América Latina (REDIPRA). Pela primeira vez, a REDIPRA contou com a participação, com poder decisório, dos Diretores de Programas da Raiva vinculados à Agricultura. Até então essa atribuição era exclusiva dos representantes da área da Saúde. Em pauta na Reunião, a criação do "Dia Mundial da Raiva" foi proposta pela ARC, iniciativa acatada e apoiada por todos os participantes.
Foi assim que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (MAPA), juntamente com outros 21 diretores, dos Ministérios da Saúde e da Agricultura de diversos países da América Latina, analisaram a situação dos programas de raiva dos paises participantes e discutiram estratégias efetivas a serem realizadas na prevenção da raiva. Desde então, anualmente, no dia 28 de setembro, todas as instituições envolvidas na prevenção da raiva humana e animal em diversos níveis (nacional, estadual e municipal), além de organizações internacionais, veterinários, médicos, e outros profissionais envolvidos nos trabalhos de controle da virose participam intensamente das ações.
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A raiva é considerada uma das zoonoses de maior importância em Saúde Pública, não só por sua evolução drástica e letal, como também por seu elevado custo social e econômico. Estima-se que a raiva bovina na América Latina cause prejuízos anuais de centenas de milhões de dólares, provocados pela morte de milhares de cabeças, além dos gastos indiretos que podem ocorrer com a vacinação de milhões de bovinos e inúmeros tratamentos pós-exposição de pessoas que mantiveram contato com animais suspeitos. No Brasil, a raiva é endêmica/enzoótica responsável pela morte de cerca de 25.000 herbívoros ao ano.
Desde 1966, o MAPA, por meio da sua Divisão de Defesa Sanitária Animal, conta com o Plano de Combate à Raiva dos Herbívoros, que atualmente se denomina Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH), executado pelo Departamento de Saúde Animal (DSA), do MAPA. As ações do PNCRH visam o efetivo controle da ocorrência da "Raiva dos Herbívoros" ("Raiva Rural") no Brasil e para que esse objetivo seja alcançado lança mão da vacinação estratégica nas espécies susceptíveis, bem como o controle populacional de seu principal transmissor, que é o morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus – o "morcego-vampiro-comum".
Atualmente, no Brasil, as Normas Técnicas para o Controle da Raiva dos Herbívoros estão descritas na Instrução Normativa Ministerial nº 5, de 1º de março de 2002 e poderm ser consultadas através do endereçowww.agricultura.gov.br (site do MAPA).
A estratégia de atuação do PNCRH é baseia-se nos seguintes pontos:
• Vigilância epidemiológica;
• Profilaxia da doença, através da vacinação dos herbívoros domésticos;
• Cadastramento e monitoramento dos abrigos de morcegos hematófagos;
• Controle de morcegos da espécie Desmodus rotundus, principal transmissor da raiva para os herbívoros
• Educação sanitária.
Devido ao caráter antropozoonótico da doença, o PNCRH, busca a cada dia promover o intercâmbio técnico-científico com as instituições envolvidas, como a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Com isso, em 2004, foi elaborado pela OPAS, em conjunto com o MAPA, a revista da Turma da Mônica intitulada “Abaixo a Raiva”, cujo o objetivo era promover as ações de educação sanitária aplicadas no controle da raiva em todo território nacional. Devido ao grande sucesso deste material, o MAPA em 2006, reeditou esse material imprimindo mais um milhão de exemplares, que foram distribuídos a todos os responsáveis pela execução do PNCRH, nos âmbitos Federal ou Estadual, em todas as Unidades Federativas do país.
Em 2005, o MAPA, visando a padronização dos procedimentos e ações do PNCRH, publicou o Manual Técnico de Controle da Raiva dos Herbívoros, com o objetivo de subsidiar tecnicamente todos os Médicos Veterinários oficiais e profissionais autônomos envolvidos nas atividades de vigilância e controle da raiva dos herbívoros. Esse manual pode ser acessado através do site do MAPA.
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Um dos marcos do PNCRH tem sido a capacitação dos Médicos Veterinários do serviço oficial de Defesa Sanitária Animal por meio da realização de encontros anuais, onde são promovidas palestras visando a atualização no tema e fomentando discussões das estratégias e ações desenvolvidas pelo PNCRH em todo o país. Com o intercâmbio de informações e consequente aperfeiçoamento técnico das diversas áreas envolvidas nas atividades de vigilância, prevenção e diagnóstico das enfermidades neurológicas, tem sido estimulada uma melhor integração e troca de informações entre os profissionais das áreas da Saúde e da Agricultura envolvidos no controle da raiva.
Desde o inicio de 2007, o MAPA vem desenvolvendo por meio de Termo de Cooperação Técnica com o Centro Pan-americano de Febre Aftosa e zoonoses (PANAFTOSA), várias atividades inerentes ao PNCRH, como a realização de quatro cursos sobre captura de morcegos hematófagos em várias regiões do Brasil, com o objetivo de capacitar profissionais de diversas instituições ligados às áreas da Agricultura e da Saúde que atuam no controle da raiva, sendo na sua grande maioria Técnicos Agropecuários do Serviço Estadual de Defesa Sanitária Animal de todos os Estados do Brasil. Os cursos de capacitação abordam não somente as técnicas de captura e controle do morcego D. rotundus, como também a atualização quanto à situação epidemiológica da raiva em herbívoros no país, avanços científicos no controle da raiva e de seu transmissor, assim como a utilização do método de geoposicionamento, cadastramento e monitoramento de abrigos desta espécie de morcegos.
Diante do exposto e devido a grande relevância do Dia Mundial da Raiva, este Ministério conclama todos os responsáveis no âmbito Federal e Estadual pela execução e coordenação dos Programas de Controle da Raiva dos Herbívoros de todo o Brasil, como também as Instituições de Ensino Superior de Medicina Veterinária, Conselho de Medicina Veterinária e aos Laboratórios credenciados para realizar o diagnostico da raiva (além de outros profissionais que atuam direta ou indiretamente nas ações do programa), promoverem a divulgação para toda sociedade brasileira dos riscos e cuidados que a população deve ter em relação a raiva.O MAPA solicita também, a apresentação dos trabalhos realizados por cada um em seu Estado, no que tange as ações de controle da raiva dos herbívoros.
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Maiores informações sobre o Dia Mundial da Raiva – 28 de setembro, bem como sobre a logomarca criada pela ARC e informações sobre o PNCRH, poderão ser acessados pelos sites: www.rabiescontrol.org (disponível em inglês), www.opas.org.bre www.agricultura.gov.br ou pela Central de Atendimento ao Produtor Rural do MAPA: 0800 61 1995.
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Fonte: Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros – PNCRH / Coordenação Geral de Combate a Doenças – CGCD / Departamento de Saúde Animal – DSA/ Secretaria de Defesa Agropecuária – SDA/ Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA.
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