Animais com menor tempo de engorda, com carne de melhor qualidade e com maior produção de leite. É isso que buscam pesquisadores da Embrapa que avaliam diferentes rebanhos de búfalo de Norte a Sul do país. Por meio de avaliações em campo e análises de DNA em laboratório, os cientistas esperam identificar ao menos duas linhagens de búfalos com características produtivas desejáveis.
A pesquisadora Luciana Gatto Brito, da Embrapa Rondônia, explica que as avaliações são feitas basicamente em duas etapas. A primeira delas é o monitoramento das características dos rebanhos. É acompanhado o ganho de peso dos animais, a produção de leite, o tempo de lactação, o intervalo entre partos e outros índices zootecnicos.
Em Rondônia, o monitoramento é feito em propriedades localizadas nos municípios de Presidente Médici, Ouro Preto do Oeste, Nova União, Mirante da Serra e Ji-paraná. A cada mês, os profissionais daEmbrapa Rondônia pesam os animais e anotam outros indicadores de desempenho.
Os dados colhidos em campo serão confrontados com análises em laboratório. Os cientistas pretendem identificar no DNA dos animais os genes responsáveis pelas características desejáveis, como curto tempo no ganho peso, deposição de gordura na carcaça, marmoreio da carne e produção de leite. Além de Rondônia, fazem parte do trabalho rebanhos do Pará, Bahia, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Ana Karina Dias Salman, pesquisadora da Embrapa Rondônia, explica que os exames de DNA são importantes para verificar se os reprodutores possuem capacidade de transmitir a seus descendentes os genes responsáveis pela manifestação das boas características de produção. Com softwares estatísticos será possível ranquear os animais avaliados em todo o país e identificar os mais promissores.
Os resultados podem indicar a formação de linhagens de búfalo mais produtivas. O objetivo é ter ao menos uma linhagem com aptidão leiteira e outra para a produção de carne. De acordo com os pesquisadores, isso pode representar um importante avanço para a criação de búfalos, uma vez que o país possui um rebanho pouco representativo e com pouca variabilidade genética, se comparado com o rebanho bovino.
Além da Embrapa Rondônia, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), fazem parte do projeto a Embrapa Amazônia Oriental, Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Embrapa Gado de Leite e Embrapa Clima Temperado. Universidades e associações de produtores completam a rede de pesquisa.
Embrapa Rondônia
Daniel Medeiros - Jornalista
Telefone: (69) 3225-9387
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